E-Pôster
1628414 | AS DIFICULDADES DE IMPLANTAR O PROCESSO DE ENFERMAGEM SOB A ÓTICA DE UM GRUPO DE ENFERMEIROS | Autores: Michela Alesio Back ; Maritê Inez Argenta ; Henriquez C. Regina ; Almeida Oliveira Yara ; Lopes S. Karoline |
Resumo: **AS DIFICULDADES DE IMPLANTAR O PROCESSO DE ENFERMAGEM SOB A ÓTICA DE UM GRUPO DE ENFERMEIROS**
Argenta, Maritê Inez
Lopes S. Karoline
Henriquez C. Regina
Almeida Oliveira Yara
Back Michela
**Palavras-chave:** Sistematização da Assistência de Enfermagem, Processo de Enfermagem, assistência hospitalar
**Introdução: **O trabalho desempenhado pela enfermagem é acompanhado por uma série de singularidades, os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem devem possuir grande capacidade criativa para trabalhar com a singularidade de cada pessoa, de cada família e de cada comunidade, este trabalho não deve ser meramente a execução de técnicas1. O profissional tem que cuidar da pessoa, levando em conta a sua condição humana, trabalhar com qualidade e responsabilidade profissional. E, por ser o enfermeiro responsável pela organização deste trabalho acreditamos que o uso do Processo de Enfermagem (PE), na sua totalidade, supriria significativamente os erros cometidos e que poderiam ser evitados. O PE é utilizado como método para sistematizar o cuidado, proporcionando condições para individualizar e administrar a assistência, possibilitando, assim, maior integração do enfermeiro com o paciente, com a família, a comunidade e com a própria equipe, gerando resultados positivos para a melhoria da prestação dessa assistência2. Acreditamos que um serviço de enfermagem que institucionalize um método de trabalho com adoção de uma classificação de enfermagem prestara um cuidado de enfermagem para o paciente e seus familiares com mais segurança e qualidade. Os enfermeiros terão maior autonomia profissional nestes serviços contribuindo para a desmistificação da ideia de que a enfermagem hospitalar é apenas uma cumpridora da prescrição médica. A busca por uma assistência sistematizada e humanizada com centralidade no paciente requer conhecimento e dedicação. Desta forma, o processo de enfermagem ao ser utilizado pelos enfermeiros deve ser dinâmico e suas fases devem conter ações inter-relacionadas que permitem ver o paciente como um todo em suas diversas dimensões3. Diante da importância da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e do processo de enfermagem para um trabalho autônomo e valorizado, quais as estratégias apontas pelos enfermeiros para superar as dificuldades de implantação do processo de enfermagem. **Objetivo: **identificar as ações e situações que limitam a implementação do processo de enfermagem na perspectiva dos enfermeiros de um hospital publico. **Metodologia:** pesquisa qualitativa, descritivo exploratória realizada em um hospital especializado no atendimento a doentes portadores de patologias cardiovasculares. A coleta de dados ocorreu entre os meses de março a maio de 2013 através de entrevista semiestruturada. Amostra foi constituída de 30 enfermeiros de um total de 50. A coleta ocorreu após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido uma vez que o projeto da pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética da instituição pesquisada sob parecer consubstanciado nº 84821/2012. Os dados foram analisados, através da análise de conteúdo. **Resultados:** o grupo apontou as ações de educação permanente como primordiais para adoção do processo de enfermagem e o aumento de recursos humanos como estratégia para adoção do processo de enfermagem. **Discussão:** a Resolução do COFEN Nº 358/2009 pontua a SAE como a organização do trabalho do profissional quanto ao método, o pessoal e os instrumentos, torna possível a operacionalização do Processo de Enfermagem4.Ao cumprir com o que determina, a legislação profissional vigente, o enfermeiro planejando a assistência evidenciará a sua responsabilidade junto ao paciente assistido, uma vez que o planejamento permite o diagnóstico das necessidades do cliente, garantindo a prescrição adequada aos cuidados, orientando a supervisão do desempenho do pessoal, avaliando os resultados e a qualidade da assistência norteando as ações da equipe de enfermagem. A totalidade dos enfermeiros que participaram do estudo apontaram que uma das dificuldades para a implantação da SAE é pela falta ** **de pessoal, de enfermeiro e de técnico, também, o elevado número de pacientes. o grupo está buscando estratégias para implementar todas as fases do processo de enfermagem. uma delas é dividir, a enfermeira da manhã faz uma parte do processo de enfermagem no sistema e a enfermeira do período da tarde dá continuidade. Acreditam que é necessário realmente fazer, iniciar, falar a mesma línguagem. É algo que tem que acontecer. A falta de pessoal sempre vai ter, sempre tem férias, pessoal de licença e de atestado médico. Neste sentido apontam que as ações de educação permanente são cruciais para fortalecer as discussões sobre SAE e seu método de trabalho, o processo de enfermagem. No hospital estudado já existe um referencial teórico escolhido pelo grupo de enfermeiros, sendo a teoria das necessidades humanas de Horta3 a eleita. **Contribuições/implicações para a Enfermagem. **Considerando os resultados obtidos nesta pesquisa e considerando que o trabalho profissional deve configurar-se em uma prática de excelência, num ambiente seguro, tendo em vista os compromissos profissionais assumidos, sejam eles individual ou coletivamente pelos profissionais de enfermagem, enfermeiro coordenador de Enfermagem e demais enfermeiros, técnicos de enfermagem. Com as comissões de educação permanente, de ética em enfermagem são responsáveis por socializar, capacitar e utilizar dessa ferramenta que transmite a valorização da profissão através da busca de estratégias para implementar a SAE e operacionalizar o processo de enfermagem. Apesar de a realidade apontar que somente a legislação não garante o uso da Sistematização da Assistência de Enfermagem com a utilização do Processo de Enfermagem. a realidade hospitalar apresenta-se, ainda, muito distante da implantação da SAE e operacionalização do processo de enfermagem. Percebemos nas falas dos enfermeiros o quanto isso está se arrastando. A SAE deve ser valorizada e implantada, independente do que o ambiente de trabalho traga como obstáculos. Observamos, durante todas as entrevistas que, grande parte dos enfermeiros quer implantar, mas não conseguem por falta de funcionários. Será que isso é motivo para deixar de lado um método que só faz melhorar nosso trabalho? Com o apoio e compromisso de todos que constituem a equipe de enfermagem, é possível colocar em prática o Processo de Enfermagem, permitindo, a cada enfermeiro e ao técnico de enfermagem atuarem de acordo com suas responsabilidades e cobrando-as, fazendo com que todos participem e veja o quanto os resultados estão mudando e melhorando, permite que o atendimento e o cuidado sejam satisfatórios.
1- ARGENTA, M. I. **Congruência entre o ensino da sistematização da
assistência de enfermagem e o processo de trabalho do enfermeiro.** 2011. 216
f. Tese (Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade
Federal Santa Catarina, Florianópolis, 2011.
2- BARROS, A.L.B.L.; **Classificação de diagnóstico e intervenção de
enfermagem: NANDA/NIC. **Actua Paul. Enferm. 22(spe):864-867, 2009.
3- HORTA, W. A. **Processo de enfermagem**.16 ª ed. São Paulo: E.P.U; 2005.
4- Brasil. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução no 358, de 15 de outubro
de 2009. Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do
Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados. Diário Oficial da
União 23 out. 2009; (203): 368.
Referências: MITRE, Sandra Minardi et al.Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2008, vol.13, suppl.2, pp.2133-2144. ISSN 1413-8123. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232008000900018.
Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde. Oficinas de educação em saúde e comunicação. Brasília, 2001. Disponível em:. Acesso em: 30 set. 2016.
OMISTE, A.
STUTZ, Beatriz Lemos and JANSEN, Adriane Corrêa. Ensino técnico na área da saúde: os desafios do processo de aprendizagem. Psicol. Esc. Educ. (Impr.) [online]. 2006, vol.10, n.2, pp.211-222. ISSN 2175-3539. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-85572006000200005. |