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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1588156

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1588156

GENOGRAMA E ECOMAPA NA SAÚDE DO IDOSO: FERRAMENTAS PARA O ENSINO NA GRADUAÇÃO ENFERMAGEM

Autores:
Camila Rodrigues Barbosa Nemer ; Samea Marine Pimentel Verga ; Francineide Pereira da Silva Pena

Resumo:
**Introdução: **A origem do genograma deriva da Terapia Familiar, com a primeira representação de um esquema familiar em três gerações, desenhado na década de 1960 por Murray Bowen e seus estudantes. Porém, Murray Bowen e Jack Medalie, definiram só na década de 80 de forma mais estruturada os símbolos do genograma que hoje são utilizados.1 O genograma e o ecomapa são instrumentos que podem ser utilizados por diversos profissionais, facilitando a compreensão de processos familiares. O genograma é uma representação gráfica da constituição familiar (vínculos consanguíneos ou não), dos relacionamentos básicos, podendo identificar características de cada pessoa como idade, problemas de saúde e situação conjugal. O ecomapa é um diagrama das relações e ligações entre a família e a comunidade, que auxilia na identificação dos apoios disponíveis e a sua utilização pela família.2 Ambos instrumentos são elaborados utilizando símbolos padronizados e legenda. O Caderno de Atenção Básica nº 19 sobre Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa, considerando a necessidade de estabelecer esquemas assistenciais que sejam mais adequados e dinâmicos, possíveis de assistir as demandas crescentes dos idosos e de suas famílias, apresenta o genograma e ecomapa como instrumentos capazes de dimensionar a funcionalidade das famílias, podendo através deles facilitar a compreensão dos dados obtidos, intervindo no auxílio do restabelecimento do equilíbrio dessa unidade de relações, quando uma disfunção for detectada.3 **Objetivo:** Descrever a experiência da construção de genograma e ecomapa no cuidado ao idoso por acadêmicos de enfermagem do 4º semestre de graduação. **Descrição Metodológica:** A disciplina “Enfermagem na Saúde do Adulto e do Idoso na Atenção Primária” é ministrada no 4º semestre da graduação de enfermagem, tendo como campo de prática a Atenção Primária à Saúde. A abordagem sobre as duas ferramentas e a construção destas foi realizada com duas turmas em dois anos consecutivos, a primeira turma composta de 32 alunos, a segunda turma com 56 alunos. O primeiro momento (distintos para cada turma) foi a realização da aula expositiva dialogada conforme cronograma apresentado no plano de ensino da disciplina, para apresentação dos dois instrumentos, foi utilizado o Programa GenoPro, cada acadêmico baixou o referido programa no computador e foi explicado a instalação e funções do programa, como elaborar o genograma e ecomapa, e as caracterizações e legendas. Neste momento os alunos junto com as docentes, criaram ficticiamente uma família com suas características, relações e ligações entre si e com meio que habitavam, para testarem o uso dos ícones e funções que o programa possui. O segundo momento, ocorreu na prática da disciplina onde foi escolhido um idoso durante a consulta de enfermagem, após consulta foi agendado e solicitado autorização para visita domiciliar cuja finalidade foi a coleta de informações e em seguida registro no prontuário. O terceiro momento foi à construção do genograma e ecomapa pelos grupos de acadêmicos. O quarto momento foi a apresentação e discussão com a docente responsável por cada grupo.  **Resultados: **Tiveram no total 16 grupos de prática, o que resultou 16 genogramas e 16 ecomapas construídos pelos alunos. Cada grupo realizou duas visitas domiciliares aos idosos, sempre acompanhados da docente responsável. Os idosos eram cadastrados no Programa de Doenças Crônicas na UBS-UNIFAP, cujo diagnóstico em sua maioria eram hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus. Essa atividade possibilitou observar a criação de vínculo entre idosos e acadêmicos a partir das visitas domiciliares. Os idosos mostraram-se receptivos com as visitas, o encontro para eles foi um momento para contar suas historias de vida, sua situação de saúde e de seus familiares, e falar sobre as redes de apoio que utilizavam, houve momentos de tristeza também relatados. Para o acadêmico de enfermagem essa atividade constituiu a prática para habilitar a escuta sensível, de conhecer o contexto familiar do idoso, de identificar fatores que geralmente não são apreendidos em uma consulta e que exerçam influências no processo saúde-doença deste idoso, ampliando sua compressão de cuidado integral. Percebeu-se que muitas vezes no primeiro contato do acadêmico com o idoso ainda na Unidade Básica de Saúde, os acadêmicos tinham dificuldades de elaborar perguntas bem direcionadas, talvez pela falta de vínculo com o idoso ou pelo primeiro contato de aplicação do instrumento, e deixavam de identificar algumas informações que já poderiam servir para a construção do genograma e ecomapa logo no primeiro contato. Já na visita domiciliar os acadêmicos se mostraram mais a vontade, e as perguntas surgiam de maneira mais espontânea, focadas e sem tanta dificuldade. Houve uma maior facilidade de construção do genograma do que do ecomapa. **Conclusão: **Os dois instrumentos têm sido bastante utilizados pela enfermagem no Brasil, complementando a coleta de dados em pesquisa, porém, o uso destes no ensino tem sido pouco explorado. Neste contexto, a construção do genograma e ecomapa se evidenciou como ferramentas facilitadoras de aprendizagem. O uso de ferramentas como estas no ensino da graduação, subsidia o processo de ensino aprendizagem de forma dinâmica, habilitando a práxis do cuidado integral a saúde do idoso/família, cuja vivência contribui sobremaneira para influência mútua entre aluno e idoso/família usuário do serviço de saúde. **Contribuições para enfermagem: **Abordar o uso do genograma e ecomapa para avaliação e cuidado do idoso/família na graduação contribui para a formação de profissionais reflexivos e humanos habilitados a identificar determinantes do processo saúde-doença e de vulnerabilidades individual (comporta o atual ciclo de vida), programática (considera o acesso aos serviços de saúde, a forma de arranjo desses serviços, o vínculo que os usuários dos serviços têm com os profissionais de saúde) e a social (o adoecimento, com uso de indicadores que revelem o contorno da população da área de abrangência no que se refere ao acesso) o que auxiliará no planejamento de ações de saúde para os idosos e suas famílias, para promoção de cuidado contínuo e integral.


Referências:
Barreira IA et al. Primeira República: a implantação da enfermagem laica e seus desdobramentos (1889-1930). In: Padilha MICS; Borenstein MS; Santos I dos. Enfermagem: história de uma profissão. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2011. Padilha MICS, Borenstein MS. O método de pesquisa histórica na enfermagem. Texto & contexto enferm. 2005;14(4):575-84. Santos GMT, Felicetti VL. Discursos de alunos e professores sobre o comprometimento doestudante na educação profissional. Competência. 2014;7(1):31-48. Freiberger RM, Berbel NAN. A importância da pesquisa como princípio educativo na atuação pedagógica de professores de educação infantil e ensino fundamental. Cadernos de Educação. 2010;37:207-45.