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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1580460

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1580460

VIVENCIANDO A SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO COMO CENÁRIO DE PRÁTICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Maria Isabel Fontana ; Pollyana Bortholazzi Gouvea ; Adriano da Silva Acosta ; Schayanne Macedo Graupner

Resumo:
**Introdução**: A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia de organização, planejamento e implementação da assistência prestada ao paciente, que através de uma visão integral e holística proporciona qualidade e eficácia ao atendimento. O método requer consciência da importância da sistematização e conhecimento acerca da temática para identificação das necessidades individuais, resolutividade dos problemas e maior segurança e credibilidade com o paciente, equipe e instituição. Sua aplicação deve ser pautada no comprometimento com a humanização da assistência, compromisso com o exercício profissional, responsabilidade e competência profissional, sendo necessário aprimoramento e atualização dos conhecimentos para uma avaliação de qualidade e execução das intervenções1. A resolução do COFEN n°. 358/2009 dispõe sobre a SAE e a sua implementação nos diversos ambientes em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem. Está regulamentada no Brasil como sendo uma metodologia que visa organizar o trabalho e as atribuições da equipe de enfermagem, possibilitando que ocorra a implementação do Processo de Enfermagem (PE) como sendo um instrumento metodológico que permite orientar e nortear o cuidado assistencial, sendo este organizado em cinco etapas inter-relacionadas: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação de enfermagem, desenvolvendo assim um olhar crítico e reflexivo de forma sistematizada, unificando o cuidado2. Para atender as demandas da prática profissional, o enfermeiro busca executar as atividades de forma humanística, contemplando as necessidades assistenciais e de gerenciamento, o que levou a enfermeira Wanda de Aguiar Horta, a partir do ano de 1979, iniciar com o PE3. Uma SAE designada para o Centro Cirúrgico (CC), denomina-se Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP), tendo por objetivos, proporcionar uma assistência integral e individualizada, ajudando o paciente e a família a conhecer e compreender o procedimento que será realizado a fim de tranquilizá-los e tentar diminuir os riscos que o procedimento pode oferecer. Preconiza que a visita pré e pós-operatória sejam a melhor ferramenta para manter a assistência de forma qualificada dando continuidade à sistematização4. **Objetivos: **Relatar a experiência de acadêmicos e docentes do curso de graduação em enfermagem na aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem, no cenário de prática em centro cirúrgico.** Método**: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência que utilizou como cenário de prática um Hospital Geral localizado na Região do Vale de Itajaí/SC, no período do estágio curricular supervisionado, no segundo semestre letivo do ano de 2017. Foi utilizado o prontuário eletrônico da instituição (TASY) como fonte de referência para a seleção dos sujeitos, usando como critério cirurgias de grande porte, nas especialidades de neurocirurgia, cirurgia oncológica de cabeça e pescoço e do aparelho digestivo. Utilizou-se a bibliografia NANDA 2015-2017, como sendo a literatura de referência para a identificação dos Diagnósticos de Enfermagem (DE) compatíveis para cada caso e necessidade. **Resultados**: Tal momento oportunizou a utilização e a aplicação da SAEP em diferentes situações e pacientes, que se encontravam hospitalizados em decorrência dos procedimentos relacionados à doença presente neste período. O relato tem como ponto a ser destacado, que o referido cenário de prática não utiliza deste recurso implantado na unidade, sendo utilizado apenas pelos acadêmicos durante estágio curricular supervisionado, no momento em que estes atuam como agentes no processo de cuidar, respeitando o que é preconizado na Matriz Curricular do Curso de Graduação de Enfermagem e tendo com a finalidade melhor assistir os pacientes ali hospitalizados. Durante o período de prática foi percebido pelos acadêmicos e docentes que ao aplicar a referida metodologia, a assistência em saúde tornou-se melhor direcionada, organizada e segura, instigando nestes, o questionamento quanto à padronização desta estratégia como proposta ao campo de estágio, para que seja utilizada também pelos profissionais que compõem o corpo de enfermagem da referida instituição. Ao realizar uma reflexão analítica junto aos acadêmicos quanto à discussão da SAE que ocorreu durante a graduação em semestres anteriores, foi possível interpretar que esta ocorreu de forma positiva e satisfatória, tornando-se uma etapa decisiva a qual reforça a importância de tal metodologia, pois, através de adequado embasamento teórico este proporciona que ocorra um melhor entendimento sobre as etapas deste processo e sua funcionalidade, fazendo que o enfermeiro se torne ainda mais participativo no processo de recuperação dos pacientes no período perioperatório. **Conclusão**: Conseguimos identificar em nosso estudo que padronizar a linguagem de enfermagem e sistematizar a nossa assistência constitui uma estratégia de organização de ações e operacionalização do processo de enfermagem. Porém muitos são os desafios para implantar a SAE e cumprir com o PE na íntegra. A execução da sistematização da assistência de enfermagem perioperatória mostrou-se um desafio para as acadêmicas durante o estágio curricular supervisionado em centro cirúrgico em decorrência de não estar implantado na unidade, encontrando resistência por parte de alguns membros da equipe de enfermagem. Por outro lado, os docentes da disciplina mostraram-se agentes facilitadores para a execução deste protocolo assistencial. Pode-se observar ainda o relevante papel que a universidade possui em superar a dicotomia teoria-prática pela utilização de práticas pedagógicas que possibilitem a contextualização dos conhecimentos nos cenários de atuação profissional. Ressalta-se também a importância de relatar a construção de estratégias que norteiem a assistência de enfermagem sistematizada. Desta maneira, o relato destas experiências contribui para a divulgação de conhecimento para a construção de uma assistência de enfermagem com maior qualidade prestada ao paciente no período perioperatório. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **A proposta deste relato de experiência visou descrever e reforçar a importância quanto à aplicabilidade deste recurso, trazendo inúmeros benefícios ao cuidado do paciente no período perioperatório como: estabelecer e identificar os cuidados prioritários a serem aplicados, otimizar o tempo para cada intervenção, fortalecer a unificação da linguagem assistencial evitando que haja distorções de condutas, e principalmente servir de estímulo para que o acadêmico e os profissionais enfermeiros busquem maior embasamento técnico-científico, desenvolvendo um olhar clínico assistencial de forma objetiva e individualizada. Desta forma, percebemos que atingir a qualidade na assistência de enfermagem por meio da SAE é somente uma das contribuições, pois diversos outros benefícios justificam a sua implantação nas instituições de saúde, voltados não só à assistência ao paciente, mas à profissão e aos profissionais da enfermagem. Espera-se que este relato de experiência contribua auxiliando muitos enfermeiros para iniciarem o processo de implantação da SAE em suas instituições.


Referências:
Referências 1. BRASIL, INFOPEN. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias. Brasília: Departamento Penitenciário Nacional-Ministério da Justiça, 2016. Disponível em: http://www.justica.gov.br/seus-direitos/politica-penal/transparencia-institucional/estatisticas-prisional/relatorios-estatisticos-analiticos-do-sistema-prisional Acesso: 07.02.2018. 2. Wright LM, Leahey M. Enfermeiras e famílias: um guia para avaliação e intervenção na família. São Paulo (SP): Roca, 2002. 3. RISNER, PB. Diagnosis: analysis and synthesis of data. In: GRIFFITH-KENNEY, J.W.; CHRISTENSEN,P.J. Nursing Process application of theories, frameworks, and models. 2. ed. St. Louis, Mosby. 1986a. p.124-51. 4. HERDMAN, T. H.; KAMITSURU, S. NANDA Internacional Diagnósticos de Enfermagem: Definições e Classificações 2015-2017. Porto Alegre: Artmed, 2015.