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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1579993

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1579993

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE ÀS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores:
Gerált Rodrigues Adão ; Emy Graziele Utida ; Kesley de Oliveira Reticena

Resumo:
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE ÀS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Gerált Rodrigues Adão1 Maria Fernanda Pereira Gomes2 Kesley de Oliveira Reticena3 _Emy Graziele Utida_1 **INTRODUÇÃO:** A violência doméstica é definida como qualquer crueldade de forma abrupta realizada contra mulher dentro ou fora de sua casa. Sendo assim, no ato da agressão o agressor se vê superior a vítima ocasionando o sentimento de inferioridade da pessoa agredida (1). Estudos apontam que a violência doméstica é um fenômeno mundial que abrange a violência física, violência psicológica e violência sexual (2). Um avanço jurídico importante foi a aprovação da lei 11.340/2006, conhecida também como Lei Maria da Penha que regulamenta os direitos das mulheres vítimas de violência doméstica (3). O foco principal da referida lei é impor o limite, punições aos agressores e principalmente a garantia da prevenção e defesa da mulher de forma integral contra violência doméstica no Brasil. O tema é importante, pois na maioria dos casos, quando a mulher é agredida, muitas vezes é marginalizada pela sociedade, sem levar em consideração sua dependência financeira e emocional em relação ao agressor. **OBJETIVO: **Identificar o papel do enfermeiro no cuidado de mulheres vítimas de violência conforme a publicação científica brasileira disponível. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: **O método utilizado na presente pesquisa foi à revisão bibliográfica. Para encontrar as fontes bibliográficas utilizou-se a BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e os descritores: “Violência Doméstica” AND “Saúde da Mulher” AND “Estratégia Saúde da Família” no dia 20/06/2017, a pesquisa resultou em 57 referências bibliográficas compreendidas no período de 2007 a 2016 na língua inglesa, espanhola e portuguesa. A seleção e análise das referências encontradas foi feita a partir de 3 passos: 1º passo leitura do resumo das 57 referências onde selecionou-se 23 que correspondiam ao tema da pesquisa. 2º passo leitura das 23 referências na íntegra, no qual descartou-se 10 publicações que não condiziam com o objetivo da pesquisa. 3º passo leitura e análise das 13 publicações selecionadas para síntese que permitiu a construção de duas categorias temáticas, sendo elas: 1) Implicações da violência doméstica para a vida das mulheres que a sofreram e 2) Falta de conhecimento dos profissionais de enfermagem para atender mulheres vítimas de violência doméstica.  **RESULTADOS: **A violência doméstica pode ser entendida como um fenômeno que pode se fazer presente para qualquer mulher sem diferença de idade, classe social, profissão e estilo de vida, sendo a mesma situação para cada uma, ou seja, a submissão frente ao agressor (4). É possível observar que após qualquer ato de agressão as mulheres vítimas apresentam perda da autonomia, autoestima e incapacidade de expor os seus sentimentos e valores, fazendo com que as mesmas se vejam incapazes de lutar pelos os seus direitos e se submetam às agressões de seus parceiros. Esses atos violentos resultam no adoecimento da mulher ou até mesmo morte. Nota - se que há certa dificuldade dos profissionais de saúde em prestar o atendimento às usuárias dos serviços, apontando então a falta de conhecimento do caso e o despreparo dos integrantes para lidar com as mulheres vítimas de violência doméstica. As dificuldades dos profissionais para atender mulheres vítimas de violência doméstica geralmente se dão devido à falta de capacitação das equipes para lidar com o tema violência. As dificuldades encontradas para a identificação e rastreamento dos casos de violência doméstica, se dão geralmente, pois na maioria dos casos os profissionais em atendimento só veem o que é visível, ou seja, o foco maior de muitos são nas lesões que a mesma apresenta, desconsiderando o que não é visível como o emocional e o psíquico da vítima (5). A pesquisa aponta que os profissionais devem ser capacitados para atenderem os casos de violência contra a mulher na Atenção Primária à Saúde e que as ações voltadas para promoção da saúde, prevenção de agravos, recuperação, reabilitação e cuidados das usuárias vítimas de violência devem ser rotina no atendimento prestado pelo enfermeiro. Outro aspecto importante é que as consultas, entrevistas, escuta da mulher agredida para o reconhecimento e medidas cabíveis para cada caso segundo protocolos devidamente elaborados a partir de base científica confiável deve se constituir em prática diária dos profissionais que atuam na ESF. Os profissionais que atuam na ESF possuem posição estratégica para identificação dos casos de violência doméstica devido à proximidade com a família e o estabelecimento do vínculo. **CONCLUSÃO: **conclui - se que a violência doméstica decorre geralmente dos parceiros das vítimas, e se constituem em agressões físicas, psíquicas ou sexuais, causando vários problemas para a saúde da mulher, merecendo o encaminhamento e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Os profissionais que trabalham na Estratégia Saúde da Família, destacando-se o enfermeiro devem ser capacitados para saber reconhecer e atender as mulheres vítimas da violência de forma assertiva utilizando de ferramentas como a humanização, vínculo, integralidade, equidade e resolubilidade. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: **Os resultados da presente pesquisa possibilitam aos enfermeiros repensarem sua prática individual e coletiva na Estratégia Saúde da Família no que tange o atendimento à mulher vítima de violência doméstica e aponta para a necessidade de capacitação dos enfermeiros e da equipe multiprofissional para a detecção e acompanhamento desse tipo de agravo.


Referências:
1. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016) / Adolfo Milech...[et. al.]; organização José Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016. 2. Moraes, EN. Atenção à saúde do Idoso: Aspectos Conceituais. / Edgar Nunes de Moraes. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012. 3. Conselho Federal de Enfermagem (BR). Resolução nº 358, de 23 de outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Brasília: Conselho Federal de Enfermagem; 2009. 4. Barros LM, Moreira RA, Frota NM, Caetano JA. Identificação dos diagnósticos de enfermagem da classe de respostas cardiovasculares/pulmonares em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Aquichan. 2015; 15 (2): 200-209. 5. Kuabara CTM, Sales PRS, Marin MJS, Tonhom SFR. Integração ensino e serviços de saúde: uma revisão integrativa da literatura. Revista Mineira de Enfermagem. 2014 jan/mar; 18(1): 195-201.