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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1572063

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1572063

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM PARA VÍTIMAS DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ISQUÊMICO

Autores:
Maria Naiane Rolim Nascimento ; Célida Juliana de Oliveira ; Natana de Morais Ramos ; Nuno Damácio de Carvalho Félix ; Jacira dos Santos Oliveira

Resumo:
A sistematização da assistência de enfermagem envolve uma série de ações dinâmicas e inter-relacionadas demandando a adoção de um determinado método de fazer, organizando a atividade laboral. Entre os possíveis métodos, tem-se o processo de enfermagem, uma ferramenta metodológica responsável por orientar o cuidado e a documentação da prática profissional(1-2), que se encontra subdividida em etapas, sendo o diagnóstico de enfermagem a etapa que consiste na identificação das necessidades assistenciais visando um atendimento específico e de qualidade. Essa questão destaca-se principalmente quando direcionados às vítimas de acidente vascular encefálico isquêmico por se tratar de uma condição de saúde que requer uma abordagem integral devido aos elevados índices de mortalidade em escala nacional e internacional ocasionados devido a um súbito comprometimento neurológico focal ou global com provável origem vascular que pode ocasionar a morte ou distúrbios funcionais, a exemplo de hemiplegia, afasia, cegueira, alterações táteis-proprioceptivas, mentais e cognitivas. Essas sequelas podem levar à incapacidade total ou parcial da pessoa, gerando grandes implicações na qualidade de vida e elevados gastos financeiros. Os seus sintomas incluem uma ampla variedade de déficits neurológicos, o que vai depender da localização da injúria, tamanho da área que está com a perfusão insuficiente e da quantidade do fluxo sanguíneo colateral (3). Para tanto, diante desse cenário, faz-se necessário uma padronização da linguagem entre os profissionais de enfermagem, pois favorece um registro assistencial mais eficaz, e a continuidade do cuidado oferecido, o que auxilia em uma melhor comunicação entre os profissionais, potencializando o tempo da equipe e consequentemente a sobrevida das vítimas da prioridade eleita nesse estudo. No entanto, esse estudo tem-se como uma alternativa para a consolidação do processo de enfermagem, estando essa em conformação com a realidade dos serviços de saúde da região, mas que pode ser utilizado por outras instituições na implementação do cuidado de enfermagem com base científica. Objetivou-se construir e validar enunciados de diagnósticos de enfermagem a partir dos termos constantes na Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem para o cuidado intensivo às vítimas de acidente vascular encefálico isquêmico, à luz da Teoria da Adaptação de Sister Callista Roy. Trata-se de um estudo metodológico, dividido em três etapas: 1) construção dos enunciados diagnósticos de enfermagem através dos termos constantes na Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem versão 2017 e sua organização dentro dos modos adaptativos propostos por Callista Roy; 2) construção das definições operacionais para os diagnósticos de enfermagem utilizando as seguintes etapas recomendadas: desenvolvimento de uma definição preliminar; revisão da literatura; mapeamento do significado do conceito e afirmação da definição operacional(4); e 3) validação dos diagnósticos de enfermagem com suas respectivas definições operacionais utilizando a técnica proposta por Fehring(5). Para a seleção dos especialistas durante a terceira etapa, foi realizada através de análise curricular disponível na Plataforma_ Lattes_, devendo estes preencherem adequadamente uma pontuação mínima aceitável para compor a banca de juízes. Após a identificação dos participantes, foi encaminhado uma carta-convite explicando os objetivos e a natureza do estudo que, após aceite, foi disponibilizado o termo de consentimento livre e esclarecido e um formulário construído no_ Google Drive Forms_ contendo os diagnósticos e suas respetivas definições operacionais, permitindo que os especialistas pudessem selecionar “concordo” ou “discordo”. No entanto, ao selecionar “discordo” automaticamente deveriam selecionar “sugestão” para que os especialistas contribuíssem com seus conhecimentos a fim de aprimorar o estudo. O processo de análise da validação foi através da exportação dos dados obtidos para o _Microsoft Excel for Windows_ versão 2013, sendo contabilizados as respostas/sugestões dos especialistas participantes e calculado o índice de concordância, devendo os enunciados diagnósticos apresentarem concordância igual ou superior a 80% entre os especialistas. Foram construídos e definidos operacionalmente 60 enunciados de diagnósticos de enfermagem e foram organizados dentro dos modos adaptativos propostos por Roy. Durante o processo de validação, participaram 15 especialistas. Dentre esses, 73,3% eram compostos por mestres e doutores, 53,3% atuavam a nível hospitalar e 60% em instituições de ensino. Quanto ao desenvolvimento de estudos, como autor(a) ou orientador(a), na temática de terminologias em enfermagem com enfoque a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem e com às vítimas de acidente vascular encefálico isquêmico, foram identificados, respectivamente, 60% e 46,7%. No quesito participação em grupos de pesquisa voltados para a aplicação da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem e acidente vascular encefálico isquêmico, obtiveram 46,7% em ambos. No entanto, 93,4% dos especialistas já prestaram, em algum momento, cuidados à população em destaque no presente estudo. Após o consolidado das informações adquiridas, foram validados 48 diagnósticos de enfermagem, a saber: Risco de lesão por pressão; lesão por pressão; ansiedade; baixa autoestima; Adaptação prejudicada; Capacidade de autocuidado prejudicada; Enfrentamento familiar prejudicado; Déficit de autocuidado para alimentar-se; comunicação prejudicada; confusão aguda; memória prejudicada; percepção sensorial prejudicada; respiração prejudicada; risco de infecção; risco de integridade da pele prejudicada; risco de queda; risco de trombose venosa profunda; deglutição prejudicada; incontinência urinária; cinestesia prejudicada; desorientação; hipóxia cerebral; paralisia dos membros; paresia; atividade psicomotora prejudicada; capacidade adaptativa intracraniana diminuída; cognição prejudicada; déficit sensorial; disfasia; dor aguda; estado de alerta prejudicado; hipotermia; incontinência intestinal; mobilidade física prejudicada; perfusão tissular cerebral ineficaz; pressão arterial alterada; reflexo motor diminuído; risco de aspiração; risco de hemorragia; risco de hipotermia; risco de termorregulação prejudicada; sono e repouso prejudicados; visão prejudicada; medo de representar uma carga para os outros; agitação; risco de enfrentamento familiar prejudicado; capacidade de executar higiene oral prejudicada; capacidade para executar a higiene corporal prejudicada. O modo adaptativo que apresentou maior quantidade de diagnósticos válidos foi o “Fisiológico” com 37 (77,08%) seguido dos modos de “Autoconceito”, “Interdependência” e “Desempenho de papéis”, respectivamente, 04 (8,33%), 04 (8,33%) e 03 (6,26%). Foi possível construir e validar diagnósticos de enfermagem para às vítimas de acidente vascular encefálico isquêmico, auxiliando e direcionando a assistência profissional a fim de minimizar possíveis agravos à saúde. Esse estudo contribui para a consolidação de uma terminologia específica para subsidiar o registo do processo de enfermagem direcionado para vítimas de acidente vascular encefálico isquêmico, que se encontram sob cuidados intensivos, facilitando o raciocínio clínico do profissional de enfermagem, focado nas necessidades das vítimas de forma ágil, válida e baseada em evidências científicas.


Referências:
Lei nº 11.634, de 27 de dezembro de 2007, Artigo 1º, Inciso I e II. Rede Cegonha http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_redecegonha.php. Acessado em 23 de março de 2108. PIO D. A. M.; OLIVEIRA M. M. Saúde Soc. São Paulo, v.23, n.1, p.313-324, 2014 313-324.