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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1541303

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1541303

LOGÍSTICA REVERSA: CONHECIMENTOS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE A GESTÃO DA REUTILIZAÇÃO DE DIALIZADORES NUMA UNIDADE DE HEMODIÁLISE

Autores:
Anderson Abreu de Carvalho ; Karina Silveira de Almeida Hammerschmidt ; Bianca Martins Dacoregio ; Alzira Testoni ; Naísa Falcão Martins

Resumo:
**Introdução: **Nas últimas décadas aumentou no número de resíduos sólidos oriundos dos serviços de saúde, afetando o meio ambiente. A gestão inadequada do mesmo gera inúmeros danos ambientais que comprometem seriamente a qualidade de vida da população. Por isso, desde 12 de agosto de 2010, outorgada pela [Lei 12.305 de 2010](http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm), foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que definiu os princípios, objetivos e instrumentos, bem como diretrizes, relativas à gestão e ao gerenciamento de resíduos sólidos em âmbito nacional1. Importante avanço da Política Nacional de Resíduos Sólidos brasileira é assimilação da chamada “Logística Reversa”. Conforme definição apresentada na própria legislação, a logística reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. É através desse sistema, por exemplo, que materiais recicláveis de um produto eletrônico em fim de vida útil descartado pelo consumidor poderão retornar ao setor produtivo na forma de matéria-prima1. A logística reversa é caracterizada como área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo2. Conforme a Resolução Normativa Brasileira nº 154 de 2004 envolve o reuso em diálise e a utilização, para o mesmo paciente, do dialisador e das linhas arteriais e venosas, por mais de uma vez, após os respectivos reprocessamentos. Essa resolução define reprocessamento como o conjunto de procedimentos de limpeza, desinfecção, verificação da integridade e medição do volume interno das fibras, e do armazenamento dos dialisadores e das linhas arteriais e venosas. A reutilização destes capilares pode reduzir o custo operacional das hemodiálises, permitindo que maior número de pacientes se beneficie com este tratamento3, além de gerar menor impacto ambiental. **Objetivo: **Conhecer a percepção da equipe de enfermagem sobre a logística reversa dos dialisadores (tratamento hemodialitico) e sua operacionalização na gestão de seu uso, reuso, armazenamento e descarte. **Metodologia: **Trata-se de pesquisa qualitativa tipo descritiva-exploratório. Realizada de setembro de 2016 a janeiro de 2017. Em uma unidade de substituição hemodialítica de um hospital público do sul do país. A unidade oferece serviço de segunda à sexta-feira. Conta com quatro enfermeiros e seis técnicos de enfermagem, que atendem aproximadamente 110 pacientes. O estudo se deu através de entrevista semi-estruturada com 14 perguntas relacionadas ao conhecimento da equipe de enfermagem acerca da logística reversa dos dialisadores da unidade, o fluxo de compra, uso e descarte, benefícios e malefícios da logística reversa, custo e responsáveis. Os depoimentos foram transcritos e validados pelos entrevistados. A análise dos dados sistematizou-se em categorias temáticas, ação realizada por duas pesquisadoras para garantir os preceitos metodológicos. A pesquisa respeitou os aspectos éticos conforme Resolução 466/2012, sendo aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa. **Resultados:** Emergiram três grandes categorias de análise: 1) definição dos profissionais sobre logística reversa; 2) fluxo de chegada, armazenamento e descarte dos dialisadores e 3) fragilidades e potencialidades da logística reversa em hemodiálise. Na categoria definição dos profissionais sobre logística reversa, a maioria dos entrevistados atribuíram a logística reversa não só ao fator pós venda e pós consumo, a devolutiva, o descarte, mas também o processo da compra, armazenamento e uso desse produto. Foi elencado como benefício da logística cuidado com o meio ambiente e a qualidade de vida da população. Na segunda categoria, fluxo de chegada, armazenamento e descarte dos dialisadores, os entrevistados responderam os dialisadores são entregues pela empresa responsável, destinados diretamente ao almoxarifado do hospital. Disseram ainda que vem fechados dentro de caixa de papelão. Poucos profissionais têm conhecimento sobre o processo de recebimento e solicitação destes materiais. Quanto ao armazenamento, ficam na sala de materiais na Unidade de Tratamento Dialitico, de forma arejada e livre de contaminação. Em unanimidade os entrevistados responderam que eles não vêm especificamente para um usuário, mas sim para todas as necessidades do setor. Na última categoria, fragilidades e potencialidades da logística reversa, os entrevistados citaram como potencialidades: facilidade de manuseio; limpeza do dialisador; praticidade; menos risco de infecção; menos impacto na natureza; diminuição de uso de produtos com heparina, água; economia de materiais, custos e de recursos humanos dispensados a essa função; menos lixo hospitalar. E como fragilidades citaram: burocracia; risco de infecção; contaminação do meio ambiente; custos maiores; recursos humanos em maior quantidade; conscientização. Os profissionais de enfermagem ao conhecer o processo que envolve a logística reversa dos dialisadores no tratamento de hemodiálise, compreendem o processo e pactuam para melhorias na qualidade da assistência, além de estimular ambientes saudáveis, sustentabilidade e proteção ambiental. **Conclusão: **A logística reversa engloba diferentes atores sociais na responsabilização da destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos. Gera obrigações, especialmente do setor empresarial, de realizar o recolhimento de produtos e embalagens pós-consumo, assim como reassegurar seu reaproveitamento no mesmo ciclo produtivo ou garantir sua inserção em outros ciclos produtivos. A logística reversa é modo de destinar materiais ambientalmente corretos, evitando desperdícios. Os profissionais conhecem o processo de logística reversa utilizado para os dialisadores da Unidade de Tratamento Dialitico, assim como a devolutiva correta do material a empresa; armazenagem adequado em local limpo e arejado; destino correto (deve ser colocado em latões e posteriormente em saco grandes para empresá-la recolher de volta o material). Dessa forma, se reconhece a importância dos profissionais compreenderem esse fluxo, pois utilizam essas informações diariamente. O conhecimento dessa área facilita o processo de trabalho e trás consciência para o setor hemodialítico, impactando no cuidado desenvolvido. **Implicações para a enfermagem: **é a enfermagem que faz a gestão operacional da logística reversa, desde a compra, teste do produto, armazenamento, uso no paciente e descarte dos dialisadores; portanto conhecer e compreender o processo de logística é imprescindível para o cuidado de enfermagem desenvolvido nas clínicas de hemodiálise. Deste a logística reversa preza-se pelo conjunto de ações, destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada, beneficiando o ambiente, biossegurança dos profissionais de enfermagem, aproveitamento do tempo profissional e sustentabilidade do planeta.


Referências:
Referencias: BRITO, T.R.P; PAVARINI, S.C.L. Relação entre apoio social e capacidade funcional de idosos com alterações cognitivas. Rev. Latino-Am. Enfermagem. v.20, n.4,2012. Disponível em: http://www.redalyc.org/html/2814/281423331007/. Acesso 04 abr. 2016. CALDAS, C.P. et al. Rastreamento do risco de perda funcional: uma estratégia fundamental para a organização da Rede de Atenção ao Idoso. Ciência & Saúde Coletiva. v. 18, n.12, p.3495-3506, 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141381232013001200006&script=sci_abs tract. Acesso 20 abr. 2015. CAMPOLINA et al. A transição de saúde e as mudanças na expectativa de vida saudável da população idosa: possíveis impactos da prevenção de doenças crônicas. Cad. Saúde Pública. v.29,n.6,2013.Disponívelem http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102311X2013000600018&script=sci_artt ext. Acesso 20 nov. 2015. CAMPOS, G.W.S; DOMITTI, A.C. Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia para gestão do trabalho interdisciplinar em saúde. Cad. Saúde Pública. v. 23, n.2, p.399-407, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v23n2/16.pdf. Acesso 10 out. 2016. CARMO, J. A. Proposta de um índice de vulnerabilidade clínico-funcional para a atenção básica: um estudo comparativo com a avaliação multidimensional do idoso. Dissertação de mestrado do Programa de Pós Graduação em Promoção de Saúde e Prevenção de Violência da UFMG. Orientador: Prof. Edgar Nunes de Moraes. Belo Horizonte, 2014. Descritores: Idoso fragilizado; Atenção Primária à Saúde, Enfermagem.