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1473101 | ADESÃO ÀS PRECAUÇÕES-PADRÃO POR TRABALHADORES DA ENFERMAGEM QUE ATUAM NO ATENDIMENTO DE ALTA COMPLEXIDADE | Autores: Silmara Elaine Malaguti Toffano ; Daniela Rosa Floriano ; Suzel Regina Ribeiro Chavaglia ; Cintia Machado Dutra ; Luana Silva Rodrigues |
Resumo: **Introdução: **Dentre os riscos inerentes ao trabalho da enfermagem, os riscos biológicos ganharam destaque pelo seu potencial gerador de periculosidade e insalubridade, decorrente do contato direto e permanente destes profissionais com pacientes e a manipulação de objetos contaminados por patógenos potencialmente letais(1). A peculiaridade do trabalho assistencial da enfermagem se caracteriza por constante manipulação de agulhas e objetos pérfuro- cortantes e o contato com matérias e fluídos corporais potencialmente contaminados. (2) A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é unidade tensa, traumatizante e agressiva, em decorrência da rotina de trabalho e dos riscos à equipe. Além da UTI, o pronto-socorro se também se define como um setor crítico para a atuação da equipe de enfermagem com altas taxas de acidente ocupacional devido ao tipo de atendimento e as situações de instabilidade e gravidade dos pacientes(4). Visando a diminuição dos riscos associados ao trabalho dos profissionais lotados nestes serviços hospitalares, ou seja, de pacientes graves, é importante a adesão a medidas preventivas na realização da assistência de enfermagem, como as Precauções-Padrão( PP)(3). As PP são medidas estabelecidas pelos _Centers for Disease Control and Prevention_ e adotadas internacionalmente visando o controle da exposição aos riscos ocupacionais nos serviços de saúde, no que tange a transmissão de doença e isolamento de substâncias corporais, baseando-se no princípio de que exceto o suor estas podem conter agentes infectantes. As PP objetivam proteger os profissionais de saúde contra possível contaminação na prestação de cuidados e prevenir infecções relacionadas à assistência em saúde. A relevância do estudo se dá pela possibilidade de conhecer a realidade das práticas relacionadas às PP e discutir para estabelecer estratégias de segurança voltadas aos profissionais dessaúde e enfermagem lotados nos setores de assistência hospitalar. **Objetivo:** avaliar a adesão às Precauções-Padrão segundo o instrumento “_Escala de Adesão às Precauções-Padrão_” por trabalhadores da enfermagem que atuam nos setores de alta complexidade de um hospital público de Minas Gerais. **Metodologia: **estudo descritivo e transversal, de abordagem metodológica quantitativa, parte integrante do projeto de pesquisa “Adesão às Precauções-Padrão por profissionais de enfermagem de Minas Gerais”. Realizado em um hospital público de ensino do interior de Minas Gerais. Foram convidados para participar do estudo todos os trabalhadores da equipe de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem) que atuam nos setores de atendimento de alta complexidade (Unidade de Terapia Intensiva para Adultos; Unidade Coronariana, Laboratório de Hemodinâmica, Pronto Socorro Adulto e Infantil). Todos os aspectos éticos da Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde foram contemplados e o projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), parecer n. 1.676.218/2016. Houve consentimento dos autores da CSP-PB desenvolvida em Hong Kong (2014), traduzida e validada para o Brasil por Pereira (2017) (5) nesta investigação, assim como, a validação semântica da escala para aplicação aos técnicos e auxiliares de enfermagem para a realização do projeto maior, no qual este subprojeto está inserido. A coleta de dados foi realizada pelos pesquisadores, por meio de abordagens individuais no próprio local de trabalho, durante todos os dias da semana e todos os turnos de trabalho. Para analise dos dados foi construído um banco de dados em Excel e após dupla digitação e validação, os mesmos foram transferidos e analisados no _software_ IBM SPSS®. As variáveis demográficas e profissionais foram analisadas mediante estatística descritiva com medidas de tendência central (média, mediana) e de dispersão (desvio padrão). Tendo em vista que os trabalhadores devem aderir integralmente às PP era esperado que a opção “sempre” totalizasse a maioria das respostas e para os itens invertidos, a opção “nunca”. Desta forma, considerou como adesão as PP somente quando houve 100% de adesão à opção “sempre” ou “nunca” da escala. **Resultados: **Participaram 148 trabalhadores da enfermagem, com média de idade de 38,3 anos (DP=8,38; mínimo= 25; Máximo= 68); sendo 114 mulheres (77%) e 34 (23%) homens, sendo a maioria, técnicos de enfermagem 99(66,9%). A maioria trabalhava no pronto-socorro adulto 43,2%, a maioria 61,5% trabalha na instituição por tempo igual ou menor que 05 anos. Destaca-se que 96,6% dos profissionais responderam lavar as mãos entre contatos com pacientes. No item descarte de material perfuro cortante em recipientes próprios, 94,6% dos profissionais responderam realizar sempre essa prática, ou seja, nem todos os profissionais descartam da maneira correta. Relacionado à higienização das mãos após retirar luvas descartáveis, 85,8% sempre o fazem. Apenas um profissional (0,7%) referiu trocar as luvas ao trocar de paciente às vezes, enquanto o restante da equipe relata efetuar a troca todas às vezes. A utilização de máscara, óculos protetores e avental quando houver possibilidade de respingos nos olhos e mucosas, 68,2% dos trabalhadores utilizam sempre. Responderam sempre 89,9% para máscara cobre boca e nariz. O item reencape de agulhas usadas, 72,3%. dos profissionais responderam não realizar essa prática. Quanto à descontaminação e desinfecção de superfícies, 122 profissionais afirmaram _sempre_ descontaminar às mesmas após o uso (82,4%), utilizando luvas para o procedimento quando os equipamentos apresentavam sujeira visível (95,9%).** Conclusão: **Dos profissionais que participaram da pesquisa predominou os técnicos de enfermagem, a maioria ficou na faixa etária de idade entre 30 a 49 anos, trabalhando na instituição a menos de 5 anos e com carga horária de 36 horas/semanais. Considerou-se adesão as PP por item da Escala de Adesão às Precauções-Padrão, somente quando houve 100% de adesão à opção “sempre” ou “nunca” da escala, nenhum item houve 100% de adesão dos trabalhadores de enfermagem, destaca-se itens importantes como a lavagem das mãos na troca de pacientes e o descarte adequado de perfurocortantes e,nos itens invertidos que abordam medidas fundamentais para a prevenção de acidentes com material biológico, como o reencape de agulhas usadas. Os resultados permitem inferir que a realização costumeira das práticas e a autoconfiança adquirida pelos profissionais com o tempo de serviço podem levá-los a negligenciar atitudes de biossegurança e risco biológico. Sugerem-se ações de educação permanente em saúde aos trabalhadores e parcerias com os setores de vigilância em saúde dos domínios municipais e estaduais e outros estudos que verifiquem taxas de acidentes e prevalência dos fatores de riscos para agravos ocupacionais.
**Descritores:** precauções universais, acidentes ocupacionais, enfermagem.
Referências: 1 REZENDE, Claudia Barcellos. Em torno da ansiedade: subjetividade, mudança e gravidez.
Interseções Revista de Estudos Interdisciplinares, Rio de Janeiro, v. 14, n. 02, p.438-454, dez. 2012.
2 SANTOS; Regiane Veloso; PENNA, Cláudia Maria de Mattos A educação em saúde como estratégia para o cuidado à gestante. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v.18, n. 4, Out-Dez; 2009 , p. 652- 658
3 COPELLI, Fernanda Hannah da Silva et al . Fatores determinantes para a preferência da mulher pela cesariana. Texto contexto - enferm.,Florianópolis , v. 24, n. 2, p. 336-343, jun. 2015 . Disponível em . acessos em 26 abr. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072015000430014. |