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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1433164

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1433164

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA APLICAÇÃO DO PROCESSO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM FRENTE AOS DESAFIOS GLOBAIS

Autores:
Fernando Riegel

Resumo:
**Introdução: **o cenário global tem sido desafiador em todos os setores da sociedade; e na área da saúde, isso não tem sido diferente. A Organização Mundial da Saúde (OMS), lançou em 2005 uma iniciativa global, “a aliança mundial para segurança do paciente” com vistas à redução dos danos graves evitáveis associados às práticas em saúde. Para atender a esta iniciativa, diversos países com distintas culturas e estruturas de sistemas de saúde, estruturas econômicas, políticas e sociais enfrentam o desafio diário de implementar o cuidado de qualidade seguindo as normativas da OMS. Para alcançar este objetivo, a enfermagem por meio do instrumento metodológico amplamente utilizado em sua área, o processo de enfermagem (PE) e mais especificamente através da etapa do PDE, busca obter os melhores resultados, com base na identificação dos reais e potenciais problemas de saúde dos indivíduos. Nesse âmbito, destaca-se o pensar do enfermeiro, o qual, por muito tempo, foi influenciado sobremaneira por modelos biomédicos centrados no fazer. Na atualidade, muito se tem avançado, porém precisamos avançar ainda mais, pois o cenário mundial está exigindo dos profissionais da área da saúde e em especial dos enfermeiros um olhar atento para o todo dos indivíduos. Com isso, exige-se dos enfermeiros um modo de pensar para além das evidências para o alcance desse objetivo, faz-se necessário também um pensar crítico e que seja holístico. **Objetivos:** permitir a reflexão crítica no que se refere à atuação do enfermeiro frente à aplicação do processo diagnóstico de enfermagem em tempos de constantes mudanças e desafios globais. **Descrição metodológica:** reflexão crítica sobre a aplicação do processo de enfermagem diante dos desafios globais que estão postos, baseando-se no referencial de Facione acerca do pensamento crítico holístico. Diante disso, lança-se a seguinte questão norteadora para essa reflexão: o pensamento crítico holístico pode contribuir para a qualidade do ser, dos saberes e do fazer enfermagem, bem como na aplicação do processo diagnóstico de enfermagem em tempos de desafios globais?** Resultados: **o mundo atual está em transformação constante e, a cada dia, novos desafios estão sendo lançados para a sociedade pós-moderna resolver. As redes sociais e a internet conectam as pessoas. No entanto, fica a dúvida: essas redes aproximam e ao mesmo passo afastam? Novas tecnologias leves, leves-duras e duras são introduzidas num intervalo tão pequeno de tempo, o qual se assemelha a um piscar de olhos. Neste âmbito destaca-se o processo de enfermagem com seus saberes bem estruturados, incluindo-se o processo diagnóstico de enfermagem. Neste interim, torna-se ainda mais desafiadora a aplicação do PDE frente ao impacto gerado nos determinantes sociais influenciados pelo contexto político e econômico mundial tensionaram mudanças no perfil epidemiológico das doenças, exigindo-se dos profissionais maior preparo para enfrentar a diversidade de situações que estarão postas no seu cotidiano de atuação. Diante desse cenário, a OMS apoia os profissionais da saúde do mundo todo com campanhas vontadas para os desafios globais no campo da sáude com o intuito de garantir melhores práticas com vistas à segurança dos pacientes1. Com isso, os professores são desafiados diariamente nos espaços de formação, tendo em vista os avanços em todas as áreas e os movimentos cíclicos das ondas de informações atuais que terminam por desnortear sua atuação. Frente a isso, torna-se imprescindível formar indivíduos com um pensar de qualidade, com vistas à melhoria da qualidade do seu trabalho; no campo da saúde, tal premissa pode impactar amplamente a vida e a saúde das pessoas. Assim, a atenção está voltada para a qualidade das práticas assistenciais e consequentemente na segurança dos pacientes alcançando-se resultados alicerçados nas metas Internacionais de segurança dos pacientes. Para alcançar esse objetivo mundial, destaca-se a possibilidade de estruturar o modo de pensar do enfermeiro com vistas à assertividade e acurácia de sua prática, incluindo-se a aplicação do processo diagnóstico de enfermagem, essa possibilidade de pensar de um outro modo, inovador, está relacionada com a avaliação e desenvolvimento do Pensamento Crítico Holístico (PCH) que é definido como uma maneira de se pensar o todo unificado; é o pensar com qualidade, ou seja, o processo de formação de um juízo ou julgamento centrado em decidir no que acreditar ou no que fazer2.O PCH enfatiza um pensar amplo, sistêmico, capaz de considerar o todo e sem perder o aspecto humano do olhar; além disso, estimula a busca de informações autênticas/verídicas para a execução das suas ações3. Por ser fundamentalmente reflexivo, o pensamento crítico mobiliza diferentes habilidades cognitivas, incluindo análise, inferência, avaliação, interpretação e explicação. Mais que habilidades, o pensamento crítico forte é impulsionado pela motivação interna consistente para aplicar essas habilidades2,3. O PCH permite que o pensador crítico considere a forma como os problemas são classificados e contextualizados, a qualidade das evidências, a adequação dos métodos, a razoabilidade dos critérios, a aplicabilidade de teorias e princípios. Em vez de reagir a situações clínicas de forma automática ou desprovida de reflexão, o enfermeiro com forte pensamento crítico levará em consideração uma grande variedade de fatores, incluindo os dados clínicos, a vida e a situação familiar do paciente2,3. O PCH é uma orientação, que articula e unifica todos os elementos relevantes de uma situação clínica e humana dos pacientes1,2.Por isso, pode contribuir para a aplicação do processo diagnóstico conferindo maior acurácia diagnóstica e maior qualidade na aplicação das diferentes etapas interconectadas, que são: investigação (histórico de enfermagem, anamnese e exame físico), processo diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação4. **Conclusão: **promover espaços para discussão e reflexão do ser, pensar e do fazer pode contribuir para o avanço da ciência de enfermagem que possui notada importância para uma sociedade pressionada por desigualdades sociais, econômicas; e por diversidade religiosa, histórica, étnica e racial. Portanto, compreende-se que, para alcançarmos o mais alto desenvolvimento da enfermagem deve-se contemplar na formação do enfermeiro o perfil epidemiológico das doenças e o pensamento crítico para além das evidências, incluindo-se o pensar crítico e holístico. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **permitir aos enfermeiros a reflexão acerca de “ser”, saber e de “fazer” enfermagem nos distintos cenários de cuidado. Além disso, implica a possibilidade de pensar sobre como os profissionais estão pensando e de que modo podem encontrar diferentes maneiras e/ou estratégias para se (re)inventar, rompendo com paradigmas hegemônicos que deixaram marcas e cicatrizes não tão fáceis de serem apagadas no modo de pensar o cuidado e as práticas em saúde e enfermagem.


Referências:
1- Rehem TCMSB, Egry EY. Internações por condições sensíveis à atenção primária no estado de São Paulo. Ciencia & Saúde Coletiva. 2011; 2- Conselho Federal de Enfermagem (RJ). Resolução Nº 358, de 15 de outubro de 2009: dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do processo de enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Rio de Janeiro: Conselho Federal de Enfermagem; 2009. 3- Basilio Lins SMS de, Espírito Santo FH, Fuly PSC. Aplicabilidade da classificação internacional para a prática de enfermagem no brasil. Cienc. Cuid. Saúde [Internet]. 2011 abr-jun [Acesso em 05 abril de 2014];10(2):359-365 Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/13191/pdf 4- Lopes MV, Silva VM, Araujo TL. Methods for establishing the accuracy of clinical indicators in predicting nursing diagnoses. Int J Nurs Knowl. 2012;23(3):134-139. 5- Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União. Brasília; 2013. 16(12):4755-4766.