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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1415809

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1415809

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UM PRONTO ATENDIMENTO MUNICIPAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Cleci Maria Cardoso ; Marcio Rossato Badke ; Juliana Dal Ongaro ; Aline Gomes Ilha ; Marina Mazzuco de Souza

Resumo:
**Introdução: **A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), segundo Dias, Terra, Machado e Reis (2011), é apontada como uma ferramenta relevante para a melhoria do desempenho do enfermeiro no âmbito institucional, intervindo de maneira eficiente e competente sobre os serviços de saúde1. Conforme a Resolução 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), a SAE é parte constituinte do processo de enfermagem e organiza-se em cinco etapas: histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação de enfermagem2. É importante mencionar que toda equipe de enfermagem participa do processo de enfermagem, mas a realização do diagnóstico de enfermagem é atividade privativa do enfermeiro, cabendo-lhe também a supervisão e orientação da equipe2. Para tanto, a SAE deve ser realizada em todos os ambientes em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem, incluindo pronto atendimentos2. Grossi, Silva, Marcon e Oliva (2011) evidenciam em seu estudo que os atendimentos de enfermagem às emergências são caracterizados por serem rápidos e imediatos, e que são deixados para segundo plano a documentação, dada a dificuldade de realizar estas atividades concomitantemente3. Entretanto, a equipe de enfermagem tem o dever de documentar todas as ações realizadas com os pacientes, sendo necessário uma organização e planejamento para cumprir com todas as tarefas durante seu período de trabalho. Ao ser consolidada em uma instituição, a SAE, favorece a qualidade da assistência, contribui para prática e autonomia do profissional enfermeiro, comunicação entre a equipe e prevenção de erros4. Dessa maneira, justifica-se a realização deste trabalho devido a importância da realização da SAE para uma assistência com qualidade e cuidado integral aos pacientes recebidos em pronto atendimento e ainda, por sua importância no processo de formação acadêmica. **Objetivo: **Relatar a vivência de uma acadêmica de enfermagem no desenvolvimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem aos pacientes internados em um pronto atendimento. **Método: **Trata-se de um relato de experiência de uma acadêmica do 7º semestre do curso de Graduação em Enfermagem de uma Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil. A experiência foi oportunizada por meio do Programa de Formação Complementar em Enfermagem (PROFCEN) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Este é um programa de ensino e extensão que proporciona aos acadêmicos de enfermagem vivenciar a realidade de diversos serviços de saúde. As atividades foram realizadas no mês de fevereiro de 2018, no Pronto Atendimento Municipal (PAM). Para aprovação do estágio, a acadêmica precisou preencher os documentos referentes ao programa: autorização da coordenadora do curso de graduação de enfermagem, supervisão de uma professora da instituição, a qual era responsável pelo acompanhamento da acadêmica, coordenador de estágios do município e da enfermeira responsável pelo PAM. Nesse período a acadêmica realizou as atividades práticas sob supervisão de uma enfermeira do serviço, da qual teve a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento da SAE e de aplicá-la para o planejamento do cuidado aos pacientes internados no pronto atendimento. O PAM, localizado na região oeste da cidade, é caracterizado pelas diferentes complexidades de atendimentos realizados (consultas, internações e atendimento de urgência e emergência), referência para pacientes oriundos de todas as regiões da cidade, por realizar atendimento de 24 horas e por contar com equipe médica e de enfermagem nos três turnos do dia5. **Resultados: **Durante o período em que a acadêmica de enfermagem esteve no PAM, pode acompanhar o processo de desenvolvimento de todas as etapas da SAE, que eram realizadas aos pacientes internados, devido a continuidade do cuidado. Na recepção do paciente a enfermeira realizava a primeira etapa da SAE, o histórico de enfermagem por meio de uma conversa com o paciente e seu familiar com finalidade de coletar de dados para conhecer seu histórico de saúde, uso de medicações, a organização familiar, seus hábitos, motivo da internação, o que sabia sobre a doença e outras informações necessárias de acordo com o quadro clínico em que se encontrava. Assim, se obtinham os dados necessários para planejar um cuidado integral e fortalecer o vínculo da enfermagem com o paciente e familiar, e dessa forma, o paciente se sentia valorizado com a atenção e cuidados recebidos. Após essa etapa a enfermeira evoluía no prontuário do paciente seus dados para então identificar e elencar os diagnósticos de enfermagem adequados. Nesse processo se utilizava o livro Diagnósticos de Enfermagem da Nanda (2015-2017). A próxima etapa do processo era o planejamento dos cuidados necessários a cada paciente, de acordo com os diagnósticos identificados e de maneira individual e integral a cada paciente. Nessa etapa salienta-se a importância da enfermeira conhecer o funcionamento do local, e atentar-se para não haver conflitos na prestação dos cuidados. Todas essas informações coletadas eram registradas no prontuário do paciente. A implementação dos cuidados ocorria de acordo com o planejamento realizado, quando não era um procedimento específico da enfermeira o restante da equipe de enfermagem realizava e checava no prontuário do paciente para efetivar que o cuidado foi realizado. A avaliação, última etapa da SAE ocorria durante todos os turnos, no entanto era rotina da enfermeira no início do seu plantão avaliar todos os pacientes internados. A partir dessa avaliação e conversa, conforme o relatado pelos pacientes e familiares e a evolução do quadro dos pacientes eram feitas adaptações no processo de enfermagem, podendo ser alterado algum diagnóstico e consequentemente o plano de cuidados, a fim de deixar o paciente mais confortável. Durante a realização da vivência a acadêmica foi capaz de desenvolver uma percepção crítica ao que se refere a realização da SAE e aprimorou sua segurança para realiza-la como processo de cuidado. **Conclusão: **O desenvolvimento da SAE faz-se importante em todos os serviços de saúde, para a promoção de um cuidado individual e integral. Essa vivência foi importante para o crescimento pessoal e profissional da acadêmica de enfermagem, proporcionou o desafio de praticar a realização da SAE, que ao longo da formação acadêmica é abordada e trabalhada para ser utilizada nos diferentes cenários de práticas. **Contribuições e implicações para Enfermagem: **A SAE é um alicerce estrutural para organização do trabalho da equipe de enfermagem, favorece ao profissional planejar o cuidado direcionado ao indivíduo de maneira individualizada e com qualidade. Construir esse relato foi significativo para a formação da acadêmica, que pôde refletir teoricamente sobre sua prática no desenvolvimento da SAE.


Referências:
1 - Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) (2009). Resolução COFEN nº 358 de 15 de Outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. [internet]. Retrieved july 15, 2016, from http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html. 2 - Silva, E.R.R., Azzolin, K.O., Lucena, A.F., Lima, L.B., Lemos, D.M.P., Cavalcanti, A.C.D., et al. (2015). Relevância da aplicação NANDA-I, NIC e NOC na prática clínica. In: NANDA International Inc.; Herdman, T.H., Silva, V.M., Napoleão, A.A. (Org.), PRONANDA Programa de atualização em Diagnóstico de Enfermagem: Ciclo 3. (pp. 59-90). Porto Alegre, RS: Artmed Panamericana. 3 - Herdman, T.H., & Kamitsuru, S. (Eds). (2015). Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificação 2015-2017. (pp. 173). Porto Alegre, RS:Artmed. 4 - Fernandes, M.I.C.D., Bispo, M.M., Leite, E.M.D., Lopes, M.V.O., Silva, V.M., Lira, A.L.B.C. (2015) Diagnostic accuracy of the defining characteristics of the excessive fluid volume diagnosis in hemodialysis patients. Rev Latino-Am. Enfermagem, 23(6):1057-64. 5 - Whittemore, R., & Knafl, K. (2005). The integrative review: updated methodology. Journal of Advanced Nursing, 52(5), 546–553.