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1397529 | A EXPERIÊNCIA DE TELESSAÚDE NA GERÊNCIA DE ENSINO E PESQUISA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO AMAZONAS | Autores: Adriany Alves Pinto Diniz de Araújo ; Sanay Vitorino de Souza |
Resumo: **Introdução: **O ensino em saúde no país vem se transformando e utilizando ferramentas cada vez mais frequentes da tecnologia da informação e comunicação. Tais tecnologias trazem uma proposta de interação e permitem o desenvolvimento de atividades de saúde a distância, aproximando diferentes grupos de profissionais, alunos e docentes, proporcionando um aprendizado significativo, assim como, o intercâmbio de experiências para uma prática em saúde mais segura e de qualidade. A Telessaúde permite que a enfermagem, e outras disciplinas em saúde, desenvolvam atividades entre dois ou mais lugares e de acesso remoto, considerada como importante estratégia para direcionar o desenvolvimento do ensino e assistência de enfermagem no país1. Nesse contexto, visualizam-se mudanças na formação do enfermeiro associadas a um panorama amplo de inovações, mediado por ferramentas tecnológicas que se traduzem em avanços e desafios para o ensino da enfermagem2. Além disso, a telessaúde já é considerada uma ferramenta para o desenvolvimento organizacional. Porém, requer um período de adaptação e habilidade técnica, tanto individual, quanto coletivo, para garantir a integração e desempenho satisfatórios3. Vale ressaltar que a telessaúde surgiu no país no final da década de 80, em universidades públicas e centros de pesquisa com a perspectiva de contribuir para a ampliação do acesso ao cuidado em saúde com qualidade4. Tal tecnologia, é capaz de construir redes de informação, a partir da necessidade de aprendizagem de uma comunidade, grupo de trabalho ou de caráter acadêmico. **Objetivo:** relatar a experiência vivenciada ao organizar palestras por videoconferência entre o Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) e a Unidade de Telessaúde vinculada a gerência de ensino e pesquisa de um hospital universitário. **Metodologia: **é um estudo de método descritivo do relato de experiência vivenciada por meio do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB) no município de Coari, no Amazonas, unidade pertencente a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que realizou a II Feira de Inovação, Ciências, Tecnologia, Extensão e Cultura do Médio Solimões (II FENTEC) em parceria com a unidade de Telessaúde vinculada a Gerência de Ensino e Pesquisa do hospital universitário da UFAM, localizado em Manaus-Amazonas. A programação científica do evento aconteceu por sessões programadas de videoconferência. Antes de cada sessão, eram realizados testes técnicos para viabilzar as chamadas de videoconferência. Cada sessão foi planejada para duração de 30 minutos, e posterior discussão livre sobre o tema. Houve a participação de convidados docentes e profissionais das áreas de enfermagem, fisioterapia, medicina e nutrição. **Resultados:** a participação de docentes, coordenadores de curso e alunos de graduação do ISB foi assídua durante o evento. Os encontros científicos proporcionaram momentos de discussão e problematização sobre temáticas específicas. Nessa perspectiva, o uso de tecnologias podem ser incorporadas ao ensino, qualificando o processo de ensinar/aprender por meio da promoção de um ambiente inovador, crítico e reflexivo2. Dentre os temas das sessões, foram apresentados os seguintes assuntos: Processo e controle de qualidade em banco de leite humano; Avaliação de telecnologias em saúde como ferramenta inovadora para a gestão e assistência de sistemas de saúde; Medicina do sono,inovação no seu diagnóstico e acompanhamento; Inovação tecnológica e Segurança Alimentar e Nutricional; Telecnologias assistidas voltadas ao tratamento do paciente com esclerose lateral amiotrófica; SAE: tecnologia cuidativa no contexto da terapia intensiva e Desenvolvimento de aplicativo de triagem de risco nutricional para uso hospitalar. Para que a implementação da telessaúde seja efetiva, a instituição deve disponibilizar os recursos tecnológicos necessários e ter uma equipe técnica habilitada e treinada. Isso pode requerer mudanças em processos, práticas, e influenciar na cultura de comunicação e trabalho3. Deve-se mencionar que a atribuição da tecnologia em saúde por meio de ações virtuais é capaz de garantir maior abrangência e acesso à saúde, educação e prevenção, fazendo com que sejam cumpridos os princípios básicos do Sistema Único de Saúde4. A incorporação dos benefícios da telessaúde à área da enfermagem, e em seus diversos campos de trabalho, sobretudo no ensino, deve ser compreendido como um processo permanente e infinito2. **Conclusão: **a telessaúde se revela como prática de pesquisa, de cuidado, de gerenciamento, de ética e de educação que pode promover a adesão ao cuidado, a segurança dos pacientes, a criação de uma rede comum de informação e comunicação entre os profissionais da saúde, assim como, a adequação dos currículos para adoção da inovação tecnológica para formação profissional1. A experiência virtual proporcionou uma aproximação entre unidades de ensino que estão geograficamente distantes, mas que por meio da tecnologia de videoconferência, puderam estabelecer uma comunicação por áudio e vídeo de extrema relevância para o processo de ensino em saúde. **Contribuições/implicações para a enfermagem: **representando uma forma de comunicação rápida e eficaz, a telessaúde tem se mostrado excelente ferramenta para capacitação e atualização do profissional da área da saúde5. É relevante destacar que tal atividade permitiu uma interação e integração cooperativa das áreas de saúde, revelando a importância e contribuição da enfermagem nos diversos cenários de atuação e formação em saúde. O ambiente de aprendizado deve proporcionar conforto, sensibilização para o interesse de aprender e oportunizar a utilização de experiências de vida como recurso do aprendizado2. Destaca-se como benefício aspectos relacionados ao desenvolvimento de atividades em ambientes virtuais, à compreensão ampliada do processo educacional e à adoção da prática colaborativa, contribuindo para a qualificação da formação em saúde.
Referências: 1. RESOLUÇÃO No. 063/2010-CONSEPE, de 20 de abril de 2010. Ministério da Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Estabelece normas e regulamenta as atividades de Assistência à Docência na Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Reitoria, Natal, 20 de abril de 2010.
2. BUSS, P. M.; PELLEGRINI FILHO, A. A saúde e seus determinantes. PHYSIS: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 77-93, 2007.
3. LÜCK, H. Pedagogia interdisciplinar: fundamentos teórico-metodológicos. Petrópolis;
(RJ): Vozes; 2000.
4. BREILH, J. Epidemiologia: Economia, Política e Saúde. São Paulo/Rio de Janeiro: Unesp/Hucitec, 1991. |