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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1367085

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1367085

DIMENSÕES TEMÁTICAS DA ADMISSÃO DO ENFERMEIRO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Autores:
Geilsa Soraia Cavalcanti Valente ; Cláudia Maria Messias ; Sonia Maria Silva Ferreira ; Patrícia Veras Neves de Oliveira

Resumo:
Introdução: O exercício profissional do enfermeiro intensivista necessita de alta performance. O perfil dos pacientes e o aparato tecnológico exigemjulgamentos, aptidões e condutas que caracterizam seu trabalho especializado. No entanto, o início da carreira na Terapia Intensiva (TI) é um momento de grande expectativa, e sabe-se que toda admissão pode trazer um nível de sofrimento profissional, inclusive quando são admitidos enfermeirosmais experientes na alta complexidade, visto que este também se depara com o novo das rotinas da instituição, da estrutura física e material e de profissionais(1). Mais difícil ainda, aos que chegam novatos sem qualquer ou mínima bagagem profissional, donde seus conhecimentos, relacionamentos interpessoais e liderança são testados. É importante que gestores das instituições de saúde abram mão da ideia de que o enfermeiro apenas com formação generalista pode atender as demandas do mercado imediatista para os cuidados intensivos, sem calcular os riscos aos pacientes, como também o aumento do estresse de todos os profissionais envolvidos, inclusive ao admitido. Isso porque para que o novato realize com mais segurança as atividades e os cuidados complexos é necessário pelo menos 1 ano de vivência pós-admissional na TI(1); e para que chegue próximo ao conhecimento do enfermeiro mais experiente seriam necessários por volta de 2 anosneste setor(1,2). À luz dessa preocupação é importante atentar para estudos voltados para admissão do enfermeiro intensivista,parafortalecer eimplementar uma dinâmica admissional educativa; inclusive beira leito; subsidiando a prática do enfermeiro; à qualidade do cuidado e àidentidade institucional. Objetivos: identificar artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais acerca da admissão do enfermeiro intensivista e analisar quais as dimensões temáticas estão relacionadas a esta admissão.Descrição metodológica: Revisão integrativa donde as bases de dados foram: Scientific Eletronic Online (SciELO), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências da Saúde (LiLACS), PubMed e no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A coleta de dados ocorreu em novembro de 2016. As palavras utilizadas para acessos aos periódicos foram: “treinamento/training” AND “enfermagem/nursing” AND “unidades de terapia intensiva/intensivecareunits”. Apenas na PubMed foi feito corte temporal dos últimos 10 anos e textos completos com ou sem acesso livre. As publicações sem acesso livre foram viabilizadas através do Programa de Comutação Bibliográfica. Foram incluídos periódicos que atendessem a temática da admissão do enfermeiro/ treinamento/ capacitação admissional/ educação continuada e disponíveis em português, inglês e espanhol. Os periódicos excluídos foram os que tratavam desses assuntos voltados para pacientes, graduandos de Enfermagem ou para questões de procedimentos técnicos. Resultados: Houve o aproveitamento de 25 publicações sendo: 8(32%) brasileiras, 8(32%) oriundas dos Estados Unidos da América e 1(4%) publicação do Canadá. No continente europeu foi evidenciado 5(20%) publicações entre a Bélgica e França; Itália; Inglaterra; Espanha e Irlanda. Somado a isso foi elencado1(4%) estudo do continente Asiático (Irã) e 2(8%) da Oceania (Austrália e Nova Zelândia). Percebeu-se que a temática da admissão do enfermeiro na TI é uma preocupação mundial, porém há escassez de estudos nessa área. Houve a predominância de estudos originais distribuídos entre 8(32%) na abordagem qualitativa e 9(36%) na quantitativa; surgiram também 5(20%) de relatos de experiência; 2(8%) de artigos de reflexão e 1(4%) editorial. Quanto às dimensões temáticas constatou-se que13 (52%) trouxeram a educação associada a admissão do enfermeiro na TI(2); 4 (16%) voltadas para relações interpessoais(4); 1 (4%) para carga de trabalho(3); 3 (12%) para gerência(5); 1 (4%) para assistência de enfermagem e 3 (12%) para segurança do paciente. Conclusão:Há falha na formação de base dos enfermeiros, o entanto a TI é um ambiente que propicia e estimula o aprendizado durante o desenvolvimento da carreira profissional.Paralelamente ao treinamento admissional deve ser um processo e compromisso assumido individualmente e pela instituição, em busca do desenvolvimento da capacidade crítico-reflexiva, motivação, satisfação profissional e do seu melhor agir, bem como necessita ser considerado o tempo limitado do treinamento profissional, devendo este ser parte das competências da educação continuada, viabilizando estratégias que contribuam para a formação profissional, a padronização do atendimento e da qualidade da assistência. Ademais, uma boa relação entre o novato e os enfermeiros veteranosotimiza o cuidado, a ambientação, segurança do paciente e reduz a rotatividade de enfermeiros. Por outro lado, vem à tona a questão da carga de trabalho, sendo notório que dentro das múltiplas funções do enfermeiro, o acompanhamento do novato é reportado como mais uma atribuição do enfermeiro no seu cotidiano de trabalho, porém sabe-se que na realidade de muitas instituições de saúde brasileiras, há escassez de trabalhadores de todas as categorias, e ainda é utópico dispender da escala mensal,enfermeiros para exclusivo acompanhamento diário de recrutados. Contudo é importante compreender as diferenças entre as gerações dos enfermeiros numa TI para o desenvolvimento do talento do novato. Já as relações interpessoais originam diversos pensamentos, percepções e sentimentos que podem impactar no seu desenvolvimento profissional, bem como na sua permanência, satisfação no trabalho e nos custos relativos a todo processo que envolve a admissão do profissional. Outro desafio associado ao enfermeiro novato é a questão da falta de experiência com a gestão, sugere-se o preparo do profissional para conversas difíceis muito comuns no cotidiano de trabalho, negociações a fim de construir habilidades para comunicação e liderança.Dando sequência a esse levantamento, a autonomia profissional e a assistência prestada com segurança devem ser consideradas frente a presença do enfermeiro novato na TI, pois nessa relação há implicações de riscos, sendo necessário levantar preocupações relacionadas à segurança do paciente e do profissional. Nesse seguimento, sabe-se que a formação do enfermeiro não se limita ao período de sua admissão, pois as inovações da ciência e tecnologia tornam-se constantes desafios para sua formação permanente dentro do contexto da TI, exigindo desse profissional estratégias para construção de saberes e competências frente a mudanças no mundo do trabalho peculiar na TI.Contribuições/implicações para a Enfermagem: Esse estudo instrumentalizao enfermeiro admitido na TI para as diferentes dimensões que esta fase profissional apresenta, implicando para oprocesso de aprendizado e formação permanentecomprometido com intervenções junto ao paciente, equipe e instituição rumo a melhor performance do enfermeiro intensivista que se especializou na prática.


Referências:
1. Venturini DA, Matsuda LM, Waidman MAP. Produção científica brasileira sobre SAE. Cienc Cuid Saúde. 2009; 8(4):707-15. 2. Conselho Federal de Enfermagem (BR). Resolução COFEN nº 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem, e dá outras providências. [Internet]. [citado em: 19 Mar 2018]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html 3. Nonino FOL, Napoleão AA, Carvalho EC, Filho JFP. A utilização do mapeamento cruzado na pesquisa de enfermagem: uma revisão da literatura. Rev Bras Enferm, Brasília. 2008; 61(6): 872-7. 4. Patriota KKG. Os diagnósticos de enfermagem mais frequentes à saúde da mulher na atenção primária. (Trabalho de Conclusão de Curso). Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”; 2014. 5. Santos AG. Diagnósticos de enfermagem em saúde da mulher na atenção primária segundo a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE). (Trabalho de Conclusão de Curso). Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”; 2015.