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1367085 | DIMENSÕES TEMÁTICAS DA ADMISSÃO DO ENFERMEIRO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA | Autores: Geilsa Soraia Cavalcanti Valente ; Cláudia Maria Messias ; Sonia Maria Silva Ferreira ; Patrícia Veras Neves de Oliveira |
Resumo: Introdução: O exercício profissional do enfermeiro intensivista necessita de
alta performance. O perfil dos pacientes e o aparato tecnológico
exigemjulgamentos, aptidões e condutas que caracterizam seu trabalho
especializado. No entanto, o início da carreira na Terapia Intensiva (TI) é um
momento de grande expectativa, e sabe-se que toda admissão pode trazer um
nível de sofrimento profissional, inclusive quando são admitidos
enfermeirosmais experientes na alta complexidade, visto que este também se
depara com o novo das rotinas da instituição, da estrutura física e material e
de profissionais(1). Mais difícil ainda, aos que chegam novatos sem qualquer
ou mínima bagagem profissional, donde seus conhecimentos, relacionamentos
interpessoais e liderança são testados. É importante que gestores das
instituições de saúde abram mão da ideia de que o enfermeiro apenas com
formação generalista pode atender as demandas do mercado imediatista para os
cuidados intensivos, sem calcular os riscos aos pacientes, como também o
aumento do estresse de todos os profissionais envolvidos, inclusive ao
admitido. Isso porque para que o novato realize com mais segurança as
atividades e os cuidados complexos é necessário pelo menos 1 ano de vivência
pós-admissional na TI(1); e para que chegue próximo ao conhecimento do
enfermeiro mais experiente seriam necessários por volta de 2 anosneste
setor(1,2). À luz dessa preocupação é importante atentar para estudos voltados
para admissão do enfermeiro intensivista,parafortalecer eimplementar uma
dinâmica admissional educativa; inclusive beira leito; subsidiando a prática
do enfermeiro; à qualidade do cuidado e àidentidade institucional. Objetivos:
identificar artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais acerca
da admissão do enfermeiro intensivista e analisar quais as dimensões temáticas
estão relacionadas a esta admissão.Descrição metodológica: Revisão integrativa
donde as bases de dados foram: Scientific Eletronic Online (SciELO), Base de
Dados de Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana do Caribe em Ciências
da Saúde (LiLACS), PubMed e no Portal de Periódicos da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A coleta de dados
ocorreu em novembro de 2016. As palavras utilizadas para acessos aos
periódicos foram: “treinamento/training” AND “enfermagem/nursing” AND
“unidades de terapia intensiva/intensivecareunits”. Apenas na PubMed foi feito
corte temporal dos últimos 10 anos e textos completos com ou sem acesso livre.
As publicações sem acesso livre foram viabilizadas através do Programa de
Comutação Bibliográfica. Foram incluídos periódicos que atendessem a temática
da admissão do enfermeiro/ treinamento/ capacitação admissional/ educação
continuada e disponíveis em português, inglês e espanhol. Os periódicos
excluídos foram os que tratavam desses assuntos voltados para pacientes,
graduandos de Enfermagem ou para questões de procedimentos técnicos.
Resultados: Houve o aproveitamento de 25 publicações sendo: 8(32%)
brasileiras, 8(32%) oriundas dos Estados Unidos da América e 1(4%) publicação
do Canadá. No continente europeu foi evidenciado 5(20%) publicações entre a
Bélgica e França; Itália; Inglaterra; Espanha e Irlanda. Somado a isso foi
elencado1(4%) estudo do continente Asiático (Irã) e 2(8%) da Oceania
(Austrália e Nova Zelândia). Percebeu-se que a temática da admissão do
enfermeiro na TI é uma preocupação mundial, porém há escassez de estudos nessa
área. Houve a predominância de estudos originais distribuídos entre 8(32%) na
abordagem qualitativa e 9(36%) na quantitativa; surgiram também 5(20%) de
relatos de experiência; 2(8%) de artigos de reflexão e 1(4%) editorial. Quanto
às dimensões temáticas constatou-se que13 (52%) trouxeram a educação associada
a admissão do enfermeiro na TI(2); 4 (16%) voltadas para relações
interpessoais(4); 1 (4%) para carga de trabalho(3); 3 (12%) para gerência(5);
1 (4%) para assistência de enfermagem e 3 (12%) para segurança do paciente.
Conclusão:Há falha na formação de base dos enfermeiros, o entanto a TI é um
ambiente que propicia e estimula o aprendizado durante o desenvolvimento da
carreira profissional.Paralelamente ao treinamento admissional deve ser um
processo e compromisso assumido individualmente e pela instituição, em busca
do desenvolvimento da capacidade crítico-reflexiva, motivação, satisfação
profissional e do seu melhor agir, bem como necessita ser considerado o tempo
limitado do treinamento profissional, devendo este ser parte das competências
da educação continuada, viabilizando estratégias que contribuam para a
formação profissional, a padronização do atendimento e da qualidade da
assistência. Ademais, uma boa relação entre o novato e os enfermeiros
veteranosotimiza o cuidado, a ambientação, segurança do paciente e reduz a
rotatividade de enfermeiros. Por outro lado, vem à tona a questão da carga de
trabalho, sendo notório que dentro das múltiplas funções do enfermeiro, o
acompanhamento do novato é reportado como mais uma atribuição do enfermeiro no
seu cotidiano de trabalho, porém sabe-se que na realidade de muitas
instituições de saúde brasileiras, há escassez de trabalhadores de todas as
categorias, e ainda é utópico dispender da escala mensal,enfermeiros para
exclusivo acompanhamento diário de recrutados. Contudo é importante
compreender as diferenças entre as gerações dos enfermeiros numa TI para o
desenvolvimento do talento do novato. Já as relações interpessoais originam
diversos pensamentos, percepções e sentimentos que podem impactar no seu
desenvolvimento profissional, bem como na sua permanência, satisfação no
trabalho e nos custos relativos a todo processo que envolve a admissão do
profissional. Outro desafio associado ao enfermeiro novato é a questão da
falta de experiência com a gestão, sugere-se o preparo do profissional para
conversas difíceis muito comuns no cotidiano de trabalho, negociações a fim de
construir habilidades para comunicação e liderança.Dando sequência a esse
levantamento, a autonomia profissional e a assistência prestada com segurança
devem ser consideradas frente a presença do enfermeiro novato na TI, pois
nessa relação há implicações de riscos, sendo necessário levantar preocupações
relacionadas à segurança do paciente e do profissional. Nesse seguimento,
sabe-se que a formação do enfermeiro não se limita ao período de sua admissão,
pois as inovações da ciência e tecnologia tornam-se constantes desafios para
sua formação permanente dentro do contexto da TI, exigindo desse profissional
estratégias para construção de saberes e competências frente a mudanças no
mundo do trabalho peculiar na TI.Contribuições/implicações para a Enfermagem:
Esse estudo instrumentalizao enfermeiro admitido na TI para as diferentes
dimensões que esta fase profissional apresenta, implicando para oprocesso de
aprendizado e formação permanentecomprometido com intervenções junto ao
paciente, equipe e instituição rumo a melhor performance do enfermeiro
intensivista que se especializou na prática.
Referências: 1. Venturini DA, Matsuda LM, Waidman MAP. Produção científica brasileira sobre SAE. Cienc Cuid Saúde. 2009; 8(4):707-15.
2. Conselho Federal de Enfermagem (BR). Resolução COFEN nº 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem, e dá outras providências. [Internet]. [citado em: 19 Mar 2018]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html
3. Nonino FOL, Napoleão AA, Carvalho EC, Filho JFP. A utilização do mapeamento cruzado na pesquisa de enfermagem: uma revisão da literatura. Rev Bras Enferm, Brasília. 2008; 61(6): 872-7.
4. Patriota KKG. Os diagnósticos de enfermagem mais frequentes à saúde da mulher na atenção primária. (Trabalho de Conclusão de Curso). Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”; 2014.
5. Santos AG. Diagnósticos de enfermagem em saúde da mulher na atenção primária segundo a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE). (Trabalho de Conclusão de Curso). Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”; 2015. |