Imprimir Resumo


SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1356710

E-Pôster


1356710

FREQUÊNCIA DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RISCO PARA INFECÇÃO EM PRONTUÁRIOS DE PACIENTES HOSPITALIZADOS EM UMA UTI DO ESTADO DE SANTA CATARINA

Autores:
Eliane Regina Pereira do Nascimento ; Alexsandra Martins da Silva ; Katia Cilene Godinho Bertoncello ; Tatiana Gaffuri da Silva ; Alex Garcia Parker

Resumo:
Introdução: No contexto da terapia intensiva, a alta tecnologia empregada, os procedimentos altamente invasivos, administração intensa de antimicrobianos associados à elevada manipulação dos usuários pela equipe de enfermagem e demais profissionais da saúde podem desencadear eventos adversos e sérios danos à integridade física do indivíduo quando não realizada a devida vigilância1. Dentre os principais riscos aos quais estão expostos os pacientes, estão as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), representando atualmente uma preocupação que não diz respeito somente aos órgãos competentes, mas um problema de ordem social, ético e jurídico em face de implicações na vida dos pacientes e os riscos aos quais estão submetidos. Segundo a Portaria do Ministério da Saúde número 2616 de 1998, as IRAS são aquelas adquiridas após a admissão de um paciente, e se manifestam durante a internação ou após a alta, estão relacionadas à internação ou aos procedimentos hospitalares². Em termos estatísticos a Associação de medicina Intensiva no Brasil, descreve que 70% dos pacientes internados nas unidades de terapia intensiva recebem tratamento para algum tipo de infecção. Salientam que nesse ambiente, o risco é 5 a 10 vezes maior do que em outras áreas hospitalares, podendo representar 20% do total de casos registrados em um hospital³. Ademais, configura-se neste ambiente acentuado padrão de resistência microbiana, de forma que o trabalho da equipe de saúde deve ser criterioso para o efetivo controle e prevenção das infecções e, consequentemente, da resistência bacteriana1. Diante disso, emerge a necessidade de ampliar a vigilância e controle nestes ambientes, a fim de reduzir o índice de infecção, o tempo de hospitalização, carga de trabalho dos profissionais, custos com materiais e medicamentos. Neste contexto, investigar a frequência do Diagnóstico de Enfermagem (DE) -  Risco para infecção e de seus fatores de risco, proporciona ao enfermeiro subsídios teóricos que auxiliam na tomada de decisão e no cuidado oferecido.  Objetivo: Identificar a frequência do DE Risco de Infecção na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, de um Hospital Público do Oeste Catarinense. Método: Estudo de caráter quantitativo, transversal e documental realizado em uma UTI adulto, do estado de Santa Catarina que tem o PE implantado na sua integralidade, o estudo respeitou os preceitos éticos e obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, com o seguinte parecer: CAAE 55459516.2.0000.5564. O estudo foi desenvolvido através de prontuários de pacientes hospitalizados na UTI deste hospital nos meses de junho e julho de 2016. A amostragem foi por conveniência e incluiu prontuários de pacientes com idade superior a 18 anos no segundo dia de internação. Para o cálculo amostral foi feito média aritmético simples, com o total em número de prontuários mensais de fevereiro de 2015 a fevereiro de 2016 (dados extraídos do arquivo estatístico da instituição), obtendo resultado de 73 prontuários mensais. A partir deste dado, foi realizado o cálculo amostral no software Sestatnet considerando erro amostral de 5%, nível de confiança de 95%, o resultado estimou amostra de 62 prontuários, no entanto, foram coletados dados de 73 prontuários, alcançando nível de confiança de 100%. A finalização da coleta de dados ocorreu ao alcançar o número indicado/desejado de prontuários. Foi utilizado um roteiro semiestruturado composto por duas partes, a primeira contendo dados para caracterização dos pacientes, aos quais os prontuários pertenciam e a segunda etapa para o registro da frequência e dos fatores de risco do DE – Risco para Infecção. Os dados obtidos através do instrumento de coleta foram tabulados no sistema Excel e analisados por meio de média aritmética simples. Resultados: Dos prontuários pesquisados, 45,21% pertenciam à pacientes do sexo feminino e 54,79% do sexo masculino, predominando a faixa etária de 61 a 90 anos (46,58%), seguido da faixa de 31 a 60 anos (41,10%) e de 18 a 30 anos (12,33%), sendo que a média de idade foi de 57,1 anos. Quanto à etnia 84,93% dos pacientes são brancos, 4,11% são pardos, 1,37% são negros e 9,59% não foram identificados nos prontuários. O DE Risco de infecção esteve presente em 90.41% dos prontuários de pacientes hospitalizados na UTI.  A identificação deste DE está relacionado ao ambiente hospitalar, é um local propício a maior exposição dos pacientes à patógenos, tornando-se frequente, em decorrência do grande número de procedimentos invasivos realizados rotineiramente neste setor4. Os fatores de risco para este diagnóstico são: procedimentos invasivos, destruição de tecidos, exposição ambiental aumentada, defesa secundária inadequada (hemoglobina diminuída), defesa primária inadequada (pele rompida) e estase de fluídos5. Os dados obtidos neste estudo limitaram- se a relacionar este DE a procedimentos invasivos, rotineiramente executados no setor, ou especificando estes procedimentos, como sondagem vesical de demora, intubação orotraqueal e ventilação mecânica, cateter venoso central e periférico e drenagem de tórax. Conclusão: Cabe refletir neste contexto e atribuir aos fatores que contribuem para a alta taxa de infecção nas UTIs, além dos procedimentos invasivos, questões referentes à doença de base, tempo de internação e ao uso de antibióticos. Igualmente considerar como fator importante para esta discussão a adoção ou não de medidas profiláticas, como isolamentos, higienização de mãos e número de profissionais, fatores estes, que interferem diretamente no risco de infecção, comprometendo a recuperação dos pacientes internados na UTI. Contribuições para a Enfermagem: Contemplando a importância da prevenção e educação permanente, o trabalho do enfermeiro ganha destaque ao realizar o DE e elaborar as intervenções adequadas aos pacientes hospitalizados, visando uma assistência de enfermagem que contemple medidas eficazes no controle de infecção.


Referências:
1. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES Nº 3, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Disponível:< http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf> Acesso em: 8 de out. 2014; 2. FORMIGA, J. M. M; GERMANO, R. M. Por dentro da História: o ensino de Administração em Enfermagem. Revista brasileira enfermagem. 2005. Disponível em:< 0034-7167. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672005000200019> Acesso em: 30 de nov. 2014 3. GARCIA, T.R; NÓBREGA, M.M.L. Sistematização da assistência de enfermagem: há acordo sobre o conceito?. Revista Eletronica de Enferamgem. 2009. Disponível em: 4. MARQUIS, B.L. Administração e liderança em enfermagem: teoria e práticas. 6 edição, Porto Alegre: Artmed, 2010. 5. WISNIEWSK, D. et al. Ensino da administração em enfermagem e necessidades do mercado: revisão integrativa. Revista enfermagem UFPE, Recife, out., 2014