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1356710 | FREQUÊNCIA DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RISCO PARA INFECÇÃO EM PRONTUÁRIOS DE PACIENTES HOSPITALIZADOS EM UMA UTI DO ESTADO DE SANTA CATARINA | Autores: Eliane Regina Pereira do Nascimento ; Alexsandra Martins da Silva ; Katia Cilene Godinho Bertoncello ; Tatiana Gaffuri da Silva ; Alex Garcia Parker |
Resumo: Introdução: No contexto da terapia intensiva, a alta tecnologia empregada, os
procedimentos altamente invasivos, administração intensa de antimicrobianos
associados à elevada manipulação dos usuários pela equipe de enfermagem e
demais profissionais da saúde podem desencadear eventos adversos e sérios
danos à integridade física do indivíduo quando não realizada a devida
vigilância1. Dentre os principais riscos aos quais estão expostos os
pacientes, estão as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS),
representando atualmente uma preocupação que não diz respeito somente aos
órgãos competentes, mas um problema de ordem social, ético e jurídico em face
de implicações na vida dos pacientes e os riscos aos quais estão submetidos.
Segundo a Portaria do Ministério da Saúde número 2616 de 1998, as IRAS são
aquelas adquiridas após a admissão de um paciente, e se manifestam durante a
internação ou após a alta, estão relacionadas à internação ou aos
procedimentos hospitalares². Em termos estatísticos a Associação de medicina
Intensiva no Brasil, descreve que 70% dos pacientes internados nas unidades de
terapia intensiva recebem tratamento para algum tipo de infecção. Salientam
que nesse ambiente, o risco é 5 a 10 vezes maior do que em outras áreas
hospitalares, podendo representar 20% do total de casos registrados em um
hospital³. Ademais, configura-se neste ambiente acentuado padrão de
resistência microbiana, de forma que o trabalho da equipe de saúde deve ser
criterioso para o efetivo controle e prevenção das infecções e,
consequentemente, da resistência bacteriana1. Diante disso, emerge a
necessidade de ampliar a vigilância e controle nestes ambientes, a fim de
reduzir o índice de infecção, o tempo de hospitalização, carga de trabalho dos
profissionais, custos com materiais e medicamentos. Neste contexto, investigar
a frequência do Diagnóstico de Enfermagem (DE) - Risco para infecção e de
seus fatores de risco, proporciona ao enfermeiro subsídios teóricos que
auxiliam na tomada de decisão e no cuidado oferecido. Objetivo: Identificar a
frequência do DE Risco de Infecção na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
adulto, de um Hospital Público do Oeste Catarinense. Método: Estudo de caráter
quantitativo, transversal e documental realizado em uma UTI adulto, do estado
de Santa Catarina que tem o PE implantado na sua integralidade, o estudo
respeitou os preceitos éticos e obteve aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa, com o seguinte parecer: CAAE 55459516.2.0000.5564. O estudo foi
desenvolvido através de prontuários de pacientes hospitalizados na UTI deste
hospital nos meses de junho e julho de 2016. A amostragem foi por conveniência
e incluiu prontuários de pacientes com idade superior a 18 anos no segundo dia
de internação. Para o cálculo amostral foi feito média aritmético simples, com
o total em número de prontuários mensais de fevereiro de 2015 a fevereiro de
2016 (dados extraídos do arquivo estatístico da instituição), obtendo
resultado de 73 prontuários mensais. A partir deste dado, foi realizado o
cálculo amostral no software Sestatnet considerando erro amostral de 5%, nível
de confiança de 95%, o resultado estimou amostra de 62 prontuários, no
entanto, foram coletados dados de 73 prontuários, alcançando nível de
confiança de 100%. A finalização da coleta de dados ocorreu ao alcançar o
número indicado/desejado de prontuários. Foi utilizado um roteiro
semiestruturado composto por duas partes, a primeira contendo dados para
caracterização dos pacientes, aos quais os prontuários pertenciam e a segunda
etapa para o registro da frequência e dos fatores de risco do DE – Risco para
Infecção. Os dados obtidos através do instrumento de coleta foram tabulados no
sistema Excel e analisados por meio de média aritmética simples. Resultados:
Dos prontuários pesquisados, 45,21% pertenciam à pacientes do sexo feminino e
54,79% do sexo masculino, predominando a faixa etária de 61 a 90 anos
(46,58%), seguido da faixa de 31 a 60 anos (41,10%) e de 18 a 30 anos
(12,33%), sendo que a média de idade foi de 57,1 anos. Quanto à etnia 84,93%
dos pacientes são brancos, 4,11% são pardos, 1,37% são negros e 9,59% não
foram identificados nos prontuários. O DE Risco de infecção esteve presente em
90.41% dos prontuários de pacientes hospitalizados na UTI. A identificação
deste DE está relacionado ao ambiente hospitalar, é um local propício a maior
exposição dos pacientes à patógenos, tornando-se frequente, em decorrência do
grande número de procedimentos invasivos realizados rotineiramente neste
setor4. Os fatores de risco para este diagnóstico são: procedimentos
invasivos, destruição de tecidos, exposição ambiental aumentada, defesa
secundária inadequada (hemoglobina diminuída), defesa primária inadequada
(pele rompida) e estase de fluídos5. Os dados obtidos neste estudo limitaram-
se a relacionar este DE a procedimentos invasivos, rotineiramente executados
no setor, ou especificando estes procedimentos, como sondagem vesical de
demora, intubação orotraqueal e ventilação mecânica, cateter venoso central e
periférico e drenagem de tórax. Conclusão: Cabe refletir neste contexto e
atribuir aos fatores que contribuem para a alta taxa de infecção nas UTIs,
além dos procedimentos invasivos, questões referentes à doença de base, tempo
de internação e ao uso de antibióticos. Igualmente considerar como fator
importante para esta discussão a adoção ou não de medidas profiláticas, como
isolamentos, higienização de mãos e número de profissionais, fatores estes,
que interferem diretamente no risco de infecção, comprometendo a recuperação
dos pacientes internados na UTI. Contribuições para a Enfermagem: Contemplando
a importância da prevenção e educação permanente, o trabalho do enfermeiro
ganha destaque ao realizar o DE e elaborar as intervenções adequadas aos
pacientes hospitalizados, visando uma assistência de enfermagem que contemple
medidas eficazes no controle de infecção.
Referências: 1. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES Nº 3, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Disponível:< http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf> Acesso em: 8 de out. 2014;
2. FORMIGA, J. M. M; GERMANO, R. M. Por dentro da História: o ensino de Administração em Enfermagem. Revista brasileira enfermagem. 2005. Disponível em:< 0034-7167. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672005000200019> Acesso em: 30 de nov. 2014
3. GARCIA, T.R; NÓBREGA, M.M.L. Sistematização da assistência de enfermagem: há acordo sobre o conceito?. Revista Eletronica de Enferamgem. 2009. Disponível em:
4. MARQUIS, B.L. Administração e liderança em enfermagem: teoria e práticas. 6 edição, Porto Alegre: Artmed, 2010.
5. WISNIEWSK, D. et al. Ensino da administração em enfermagem e necessidades do mercado: revisão integrativa. Revista enfermagem UFPE, Recife, out., 2014 |