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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1302897

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1302897

TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR: PROBLEMA SOCIAL, DE SAÚDE E CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Autores:
Isaura Letícia Tavares Palmeira Rolim ; Cindy Rebouças Palmeira ; Luis Fernando Bogéa Pereira ; Thalita dos Santos Costa ; Anny Karoline Rodrigues Alves

Resumo:
TUBERCULOSE EXTRAPULMONAR: PROBLEMA SOCIAL, DE SAÚDE E CUIDADOS DE ENFERMAGEM _Luis Fernando Bogéa Pereira_1 Isaura Letícia Tavares Palmeira Rolim2 Anny Karoline Rodrigues Alves3 Thalita dos Santos Costa4 Cindy Rebouças Palmeira5 **Introdução: **A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e contagiosa causada por uma bactéria - o bacilo _Micobacteryum Tuberculosis _(MT), também conhecido como bacilo de Koch. Pode acometer vários órgãos diferentes, sendo a tuberculose pulmonar sua principal forma. A infecção pelo _Micobacteryum Tuberculosis_ se inicia pelo pulmão, porém pode se espalhar pelo corpo, configurando uma das formas de tuberculose extrapulmonar que será descrita nesse estudo de caso. A tuberculose é uma doença de transmissão aérea, ocorre a partir da inalação de aerossóis, produzidos pela tosse, espirro ou fala de doentes com tuberculose de vias aéreas (tuberculose pulmonar ou laríngea). Somente pessoa com tuberculose ativa transmite a doença. A transmissão é plena enquanto o indivíduo estiver eliminando bacilos no escarro, principalmente quando tem baciloscopia de escarro é positiva. A TB ganglionar é comum nos pacientes soropositivos infectados pelo bacilo de Koch e em crianças. A TB ganglionar é descrita como principal forma extrapulmonar já que constitui a linfadenite crônica mais importante, e pode ser dividida em periférica, mediastinal e intra-abdominal. As localizações anatômicas mais frequentes da doença são gânglios cervicais, claviculares, do tórax, axilas e inguinais. O quadro típico é adenomegalia, ausência de dor e crescimento lento. Posteriormente, os gânglios aumentam mais de volume e tendem a se agrupar, podendo criar fístulas e tornarem-se dolorosos. As secreções drenadas por um gânglio fistulizado são contagiosas, sendo via de transmissão da TB ganglionar. Esta é a única situação em que a TB ganglionar pode ser contagiosa. O diagnóstico precoce, o tratamento adequado e a adesão ao mesmo são fundamentais para diminuir a incidência de transmissão da TB ganglionar. Para eficácia do controle da TB é importante que a procura do serviço de saúde e o atendimento ao doente ocorra entre duas e três semanas do aparecimento dos sintomas e que o diagnóstico não seja obtido em um período maior que três semanas1. Questões das cidades como infraestrutura, questões ligadas aos direitos e deveres dos cidadãos estão diretamente ligadas ao aparecimento da doença, como a situação socioeconômica de pobreza, desnutrição, condições de moradia e deficiência nos cuidados com a saúde. **Objetivo:** Descrever o cuidado de enfermagem a uma criança acometida por tuberculose extrapulmonar. **Descrição Metodológica: **É um estudo descritivo e exploratório, do tipo estudo de caso, realizado durante a prática da disciplina de Doenças Transmissíveis em um hospital escola. O estudo foi realizado durante os meses de maio de 2017, a coleta de dados se deu a partir de informações colhidas no prontuário, realização de exame físico, acompanhamento de visitas com a equipe de saúde e visita de enfermagem. Após a coleta de dados passou-se para o processo de elaboração e inferência dos diagnósticos de enfermagem, seguiu-se as etapas preconizadas por Gordon2 foi utilizado a Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association3 e em seguida passou-se para etapa de planejamento e implementação das intervenções. **Resultados:** M.P.V., 7 anos, feminino, residente em um bairro de periferia da cidade de São Luis -MA, mora em casa de alvenaria com 3 cômodos, com 6 pessoas, 2 adultos mais três crianças, não há coleta seletiva de lixo, e não há drenagem de esgoto na rua onde mora. Admitida em 09/05/2017, com queixa de “inchaço no pescoço”, há 06 meses iniciou quadro de tosse, febre, aumento de gânglios na região cervical, fez esquema de amoxilina+clavulonato de potássio onde não obteve melhora. Na consulta ambulatorial foi pedido a internação por suspeita de tuberculose extrapulmonar do tipo ganglionar (gânglio aumentado de aproximadamente 7 cm de diâmetros) já que a paciente esteve em contato com parente infectado pelo _M. Tuberculosis _e que não aderiu ao tratamento, fazendo uso de medicação por apenas três meses (não houve relato sobre o motivo do abandono do tratamento), e por possuir sintomas típicos da doença. Foram realizados exames de Rx de tórax (que não mostrou evidência de TB pulmonar), biopsia ganglionar, e exames laboratoriais do dia 12/05/2017, Coagulograma não mostrou alterações significativas, leucócitos 13.110 p/mm3 (referência é até 11.000 p/mm3, mostrando presença de infecção), Plaquetas de 504.000 (acima do valor de referência, o que pode levar a formação de trombos) , Teste de tuberculina 17 mm (15/05/2017), que  revelou o resultado positivo para TB e com forte reação. Até 30/05 não havia resultado da biopsia ganglionar. Antes de o diagnóstico ser confirmado pelos exames, foi iniciado o esquema tríplice padrão de forma empírica para a paciente (isoniazida (H), a rifampicina (R), a pirazinamida (Z), para crianças menores de 10 anos de idade, o etambutol não está indicado). Paciente evoluiu bem, com adenomegalia ganglionar cervical,em tratamento para  TB ganglionar, acompanhada dos pais, sentada no leito, afebril, eupnéica, acianótica, orientada em tempo e espaço. Aceitando bem dieta, sono e repouso satisfatórios, eliminações fisiológicas presentes com cor e odor característicos. Apresentando ferida operatória em região cervical ântero-lateral direita pós biopsia, com aspecto limpo e seco. Os acompanhantes foram investigados para tuberculose pulmonar e extrapulmonar, nenhum mostrou positividade. Com base na história clínica da criança, no resultado do teste de PPD, no exame físico e essencialmente nas respostas apresentadas pela mesma, levantou-se os diagnósticos de enfermagem, segundo a taxonomia NANDA I: Proteção ineficaz, por resposta mal adaptada ao estresse relacionado a distúrbio imunológico, Integridade tissular prejudicada caracterizada por tecido lesado relacionado a fator mecânico, procedimento cirúrgico. Diante dos referidos diagnósticos foram implementadas as intervenções e de forma segura e organizada a família foi convidada a participar do planejamento das atividades: controle de infecção; identificação de risco; monitoração dos resultados laboratoriais; supervisão; administração de medicamentos; realização de curativos; ensinar os pais sobre cuidados com a criança e manutenção do tratamento da tuberculose. Paciente recebeu alta dia 02/04/2017. **Conclusão:** A tuberculose ainda é um grave problema de saúde pública, mesmo tendo tratamento gratuito. Uma criança de 7 anos contraiu a doença por ter permanecido em contato com um portador sintomático e com um tratamento interrompido. A família mostrou-se cooperativa em fazer o esquema completo de tratamento na menor. **Implicações para a Enfermagem: **O estudo foi útil para direcionar as ações e intervenções com resultados positivos para a criança e para os acompanhantes. Além de chamar a atenção para questões no controle da TB em função da sua magnitude e complexidade. **Descritores:** Cuidado da Criança. Tuberculose. Diagnóstico de Enfermagem. **Referências: ** 1. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. Brasília. 2010. 2.  Gordon M. Nursing diagnosis: process and aplication. St. Louis. 1994. 3.  NANDA International. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2015-2017.


Referências:
Referências 1. Ministério da Educação (Brasil). Resolução CNE/CES nº. 3, de 7/11/2001. Institui Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em enfermagem. Diário Oficial da união 09 nov 2001; Seção 1. 2. Ministério da Educação (Brasil). Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Parecer CNE/ CES n. 1133, de 7 agosto de 2001. Institui as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação em Enfermagem, Medicina e Nutrição. Diário Oficial da República Federativa do Brasil [Internet]. Brasília (DF), 03 out. 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ dmdocuments/ces1133.pdf. 3. Ito EE, Peres AM, Takahashi RT, Leite MJ. O ensino de enfermagem e as diretrizes curriculares nacionais: utopia x realidade. Rev. esc. enferm. USP [Internet]. 2006 Dec [cited 2018 Mar 19] ; 40(4): 570-575. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342006000400017&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-62342006000400017.