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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 1112397

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O USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO – JÚRI SIMULADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Mateus Henrique da Silva <2015106038@app.asces.edu.br> ; Malom Bhenson Tavares Barbosa ; Sthefani Souza Settani <2016106042@app.asces.edu.br> ; Maria Valéria Gorayeb ; Vanessa Juvino de Sousa

Resumo:
O USO DE METODOLOGIAS ATIVAS NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO – JÚRI SIMULADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA _Malom Bhenson Tavares Barbosa¹_ Sthefani Souza Settani² Mateus Henrique da Silva² Maria Valéria Gorayeb² Vanessa Juvino de Sousa² **INTRODUÇÃO:** Historicamente, a educação dos profissionais da saúde baseia-se no modelo flexeriano dos cursos médicos, que enfatiza os aspectos biológicos, fragmenta o saber, fortalece a dicotomia entre teoria e prática e desconsidera as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Nos anos 1980, já se notava o despreparo dos profissionais para atuarem na saúde devido à discrepância entre formação e realidade profissional. Intensificava-se a mobilização de educadores na busca de uma educação crítica em prol das transformações sociais. Dentre essas teorias críticas, desenvolveu-se a _pedagogia libertadora_ ou _problematização_, com destaque para o modelo educacional de Paulo Freire, que trouxe contribuições importantes para área da saúde. A formação de um profissional crítico e reflexivo exige dos cursos de graduação uma profunda reformulação de suas práticas pedagógicas. No que diz respeito aos cursos da área de saúde, formar um profissional capaz de observar, interpretar e intervir na realidade de forma ética, e pautado no conhecimento científico é um desafio e uma grande responsabilidade para o corpo docente uma vez que estamos falando em lidar com vidas. Partindo deste pressuposto, a adoção de metodologias ativas é uma importante ferramenta metodológica para o enfrentamento dos desafios educacionais e mercadológicos atuais. **OBJETIVO:** O estudo objetivou descrever a experiência proporcionada pela metodologia ativa – Júri Simulado, aplicado na graduação de enfermagem na ASCES-UNITA, Caruaru-PE, além de relatar sua importância na formação profissional.** DESCRIÇÃO** **METODOLÓGICA: **Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, vivenciado pelos discentes da unidade temática de número doze que abrange o gerenciamento dos serviços básicos de saúde, do curso de graduação em Enfermagem do Centro Universitário Tabosa de Almeida, Caruaru-PE. **RESULTADOS E DISCUSSÕES:** Para Carvalho (1972) não existe ensino sem aprendizagem, sendo que o ato de ensinar se materializa através do ato de levar o aluno a aprender a pensar, a sentir, e a agir. O autor conceitua ensino como a arte e técnicas de nortear a aprendizagem do estudante. A partir da análise de Carvalho sobre o ato de ensinar, pode-se notar a relevância da didática e da escolha correta do método e técnica de ensino mais adequados para aumentar o interesse dos alunos. Anastasiou e Alves (2009, p.92) descrevem o júri simulado como: “A estratégia de um júri simulado leva em consideração a possibilidade da realização de inúmeras operações de pensamento, como: defesa de ideias, argumentação, julgamento, tomada de decisão, etc. Sua preparação é de intensa mobilização, pois, além de priorizar a participação dos estudantes ativando a busca do conteúdo em si, os aparatos de outro ambiente oportunizam um envolvimento de todos para além da sala de aula, promovendo ao discente autoria na elaboração. A estratégia pode ainda ser regada de espírito de dramaturgia, o que deixa a atividade interessante para todos, independentemente da função que irão desenvolver na apresentação final. Essa estratégia envolve todos os momentos desde a construção do conhecimento, a mobilização até síntese, pela sua característica de possibilitar o envolvimento de um número elevado de estudantes.” A dinâmica foi proposta pela docente Valéria Gorayeb que também participa como juíza e mediadora da plenária. A turma foi dividida em quatro grupos com até seis estudantes, dentro de cada grupo ainda foram divididos dois subgrupos, com o objetivo de desempenharem a defesa e a acusação. O júri simulado é realizado em quatro momentos, e em cada um deles foi discutido uma temática diferente, no primeiro momento, a discussão ocorreria com a articulação das políticas e programas de saúde, concepções, finalidades, áreas de abrangência, sujeitos e atuações. No segundo momento sobre os perfis epidemiológicos das comunidades locais, regionais, estaduais e nacionais. No terceiro momento sobre o PMAQ (Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica) e PEFAP (Política Estadual de Fortalecimento da Atenção Básica). E por fim no quarto momento sobre a portaria GM/MS Nºs. 2027 e 2488/2011. Além disso, em cada momento foi escolhido mais cinco estudantes, de forma aleatória, para formar o júri popular, que, ao final, votaram argumentando teoricamente suas posições e finalizando as apresentações com o veredito final. Para facilitar a coordenação das atividades o Júri Simulado foi realizado em cinco etapas: abertura, defesa da tese inicial, réplica, tréplica e finalização. A primeira etapa foi composta pela abertura do Júri pela Juíza/Docente. Durante a abertura a juíza fez a apresentação de cada réu com uma breve contextualização histórico-teórica. Essa etapa tem duração máxima de 5 (cinco) minutos. A defesa da tese inicial de cada grupo consistiu a segunda etapa. Nessa etapa cada equipe dispôs de 8 (oito) minutos para explanar sua tese inicial. Seguindo para a terceira etapa, chamada de réplica com duração máxima de 5 minutos, cada grupo (defesa e acusação) irá responder os argumentos feitos pela outra equipe, a fim de passar para o júri o empoderamento e a segurança naquilo que está defendendo ou acusando. A etapa Tréplica foi a quarta e teve duração aproximadamente de 3 (três) minutos. Essa etapa é reservada para que cada equipe apresente suas considerações finais, sem serem interrompidas, a fim de convencer os jurados da sua posição referente ao julgamento. A quinta e última etapa foi à finalização na qual os jurados decidiram a sentença e foi feita a leitura do veredito. Essa etapa teve duração de aproximadamente 10 (dez) minutos. É importante ressaltar que nessa etapa a docente/ juíza realizou uma avaliação das opiniões e pontuou as questões relevantes do debate, proporcionado a reflexão sobre a sua própria prática, importância do trabalho em grupo e a escuta das observações dos aprendizandos e da docente de forma construtiva. **CONCLUSÃO: **Através do Júri Simulado foi possível proporcionar aos discentes uma reflexão crítica e dialogada diante do problema, estimulando com isso a discussão e o posicionamento dos grupos, ao mesmo tempo em que favoreceu também a capacidade de argumentação dos participantes. Pode-se perceber ainda que esta dinâmica foi uma importante estratégia de ensino para a formação profissional em saúde por favorecer o debate de ideias, a tomada de decisão, o empoderamento, e o trabalho colaborativo. Além de, contribuir com as interações entre professor-aluno esse tipo de metodologia ativa é capaz de desenvolver competências técnicas, sociais e políticas nos futuros profissionais de enfermagem. Além disto, “o método também favorece ao final junto da mediação do facilitador da aprendizagem - o professor, um feedback formativo do desempenho dos aprendizandos assim como, a avaliação interpares realizada pelos mesmos”. **DESCRITORES: **Educação em enfermagem; Aprendizagem; Aprendizagem baseada em problemas; **REFERÊNCIAS: **CARVALHO IM. **Processo Didático**. Rio de Janeiro: FGV, 1972./ ANASTASIOU LGC. ALVES LP. **Processos de ensinagem na universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula**. 5. ed. Joinville: Univille, 2009. Cap.3, p. 67-99./ SOBRAL FR, CAMPOS CJG. **Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência de enfermagem na produção nacional: revisão integrativa**. São Paulo: Rev. esc. enferm. USP; vol.46 no.1 fev. 2012.       TEMA 1: Diretrizes Curriculares Nacionais e desafios contemporâneos da formação profissional em Enfermagem.


Referências:
1. Padilha , M.I, Sioban, N, Borenstein, M.S. As biografias como um dos caminhos na construção da identidade do profissional da Enfermagem. Hist cienc saúde-Manguinhos. 2011; 18 (Suppl 1): 241-252. 2. Dubar, C. A crise das identidades: a interpretação de uma mutação. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2009. 3. Dubar, C. A socialização: construção das identidades sociais e profissionais. São Paulo: Martins Fontes; 2005. 4. Dubar , C. Identidade profissional em tempos de bricolage . Contemporaneidade e Educação. 2001; 6 (9): 152-156. 5. Ribeiro, J.M.S. Autonomia profissional dos enfermeiros. Revista de Enfermagem Referência. 2011 ;3 ( 5 ): 27-36.