Roda de Conversa
356 | AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM APLICADO AO ENSINO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UM ESTUDO DE REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA. | Autores: Givaneide Oliveira de Andrade Luz (Universidade Federal de Pernambuco) ; Noelle Ventura Jordão (Universidade Federal de Pernambuco) ; Danielle Santos Alves (Universidade Federal de Pernambuco) ; Karla Alexsandra Albuquerque (Universidade Federal de Pernambuco) ; Roseane Lins Vasconcelos Gomes (Universidade Federal de Pernambuco) |
Resumo: INTRODUÇÃO: No final da década de 80 no Brasil, por iniciativa do Ministério da Saúde, foi introduzida a Informática na Saúde no âmbito do ensino superior em Enfermagem1. Com os avanços das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), ocorreram benefícios no processo de ensino e aprendizagem a partir da utilização de novos métodos pedagógicos inovadores. A aquisição de competências e habilidades relacionadas à TIC permite ao profissional atuar de forma eficaz e resolutiva nos diversos cenários de prática, considerando as possibilidades de uso da tecnologia em favor da qualidade do exercício profissional. Uma das ferramentas utilizadas no suporte à formação profissional é o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Entre suas funções, destacam-se a montagem de cursos online, o armazenamento, organização e socialização de conteúdos, viabilizando o acompanhamento online do percurso de aprendizagem do estudante, além de permitir a interação a partir de fóruns, chats, entre outros. Os AVAs podem ser disponibilizados de duas formas: softwares livres e softwares proprietários. O software livre pode ser instalado gratuitamente, sendo permitidas modificações e adaptações pelo programador, como o Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (Moodle), que possui ferramentas que podem ser ativadas ou desativadas de acordo com o planejamento estabelecido2. Os AVAs proprietários são patenteados e vendidos para quem contrata, não sendo permitida a modificação do sistema por possuírem uma restrição de acesso às modificações. Os ambientes virtuais constituem-se como importantes instrumentos na construção do ensino à distância ou semipresencial, reforçando a importância da construção coletiva do conhecimento3. Nesta pesquisa, investigou-se na literatura científica as principais formas de desenvolvimento e aplicação dos AVAs no ensino de graduação e educação permanente na área de Enfermagem. Avaliando-se as vantagens, desvantagens e fragilidades na aplicação dos mesmos. OBJETIVO: Caracterizar os artigos científicos publicados referentes ao desenvolvimento e aplicação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem no ensino de enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura5, que aborda o desenvolvimento e aplicação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) no ensino superior e educação permanente de enfermagem. Considerou-se como critérios de inclusão os artigos publicados na íntegra entre 2006 e 2016, nos idiomas português, inglês e espanhol e disponíveis open access nas bases/banco de dados da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e Medical Literature Analysis and Retriveval System Online (Medline/Pubmed). Utilizaram-se para estratégia de busca os descritores controlados "Educação à distância" e "Educação em Enfermagem". Adotaram-se como critérios de exclusão todos os artigos não disponíveis gratuitamente nas bases de dados selecionadas, os que não atendiam ao objetivo da pesquisa e os artigos publicados há mais de 10 anos. RESULTADOS: Foram encontrados 120 artigos, sendo selecionados 10 (8,33%) artigos: 6 (5,0%) na base de dados SCIELO, 1 (0,83%) na LILACS e 3 (2,5%) da PUBMED/MEDLINE. Dentre os selecionados, 7 (70,0%) foram no idioma português e 3 (30,0%) em inglês. Quanto à metodologia utilizada, 4 (40,0%) foram quantitativos, 3 (30,0%) qualitativos, 2 (20,0%) relatos de experiência e 1 (10,0%), estudo de caso. O maior número de publicações ocorreu no ano de 2012 (4 artigos; 40,0%), seguido de 2013 com 3 (30,0%). Os AVAs apresentados nos artigos eram em sua maioria destinados ao ensino de graduação, na modalidade semipresencial, possibilitando assim um complemento às aulas ministradas em sala de aula. Neste sentido, os ambientes virtuais permitiam ao estudante de Enfermagem o acesso extramuros a materiais didático-pedagógicos disponibilizados pelo docente. Além de possibilitarem a comunicação aluno-aluno e aluno-professor via fóruns e chats. Isto reforça a promoção acadêmica de atitudes ativas e colaborativas em função da aprendizagem conectada4. Dentro da perspectiva da comunicação aluno-professor, determinados aspectos podem ser apresentados como influenciadores e estimuladores do processo ensino-aprendizado, são eles: o tipo de tecnologia utilizada, o design, a disposição das informações na tela, a qualidade do material e a característica didática dos alunos1. Este estímulo pode ser evidenciado, a partir do grande envolvimento dos alunos nas tarefas virtuais, estimulados também pela capacidade de motivação e vínculo entre docentes e alunos no processo de ensino. CONCLUSÃO: Os estudos pesquisados desvelaram a implementação de AVAs que favoreciam a interação aluno-professor por meio do tutoriamento à distância. Estes ambientes apresentavam também repositório de objetos de aprendizagem e materiais de suporte educativo, facilitando a atualização e acesso às evidências científicas. Conclui-se que, diante de um contexto de crescimento das novas tecnologias da informação e comunicação e, da inserção destas à educação, é visível a necessidade de desenvolvimento e aplicação dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem no processo de ensino e aprendizagem de Enfermagem. CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: A identificação de publicações a cerca da aplicação e avaliação de ambientes virtuais de aprendizagem na graduação de Enfermagem reforça a importância da implementação da educação virtual no processo de ensino e aprendizagem. Uma vez que estas ferramentas trazem benefícios no desenvolvimento da autonomia do estudante, enquanto agente ativo de sua formação profissional. Considerando que este futuro enfermeiro terá contato nos diferentes setores de trabalho com sistemas tecnológicos que viabilizam modelos de cuidado alinhados às boas práticas de Enfermagem. DESCRITORES: Educação à distância; Educação em Enfermagem. EIXO 1: Processo de ensino-aprendizagem na formação em Enfermagem. ÁREA TEMÁTICA: Tecnologias da Informação/Comunicação em Saúde e Enfermagem. REFERÊNCIAS: 1. Salvador, Maria Elisabete; Sakumoto, Marlene; Marin, Heimar de Fátima. Uso do Moodle na Disciplina de Informática em Enfermagem. J. Health Inform. 2013 Outubro-Dezembro; 5(4):121-6 ISSN 696-506 2. Alves ED, Ribeiro LSN, Guimarães DCSM, Costa CMA, Peixoto HM, Martins EF et al. Moodle-fólio para o ensino em saúde e enfermagem: avaliação do processo educacional. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2012 jul/sep;14(3):473-82. Available from: http://www.fen.ufg.br/revista/v14/n3/v14n3a03.htm 3. Prado C, et al. Ambiente virtual de aprendizagem no ensino de Enfermagem: relato de experiência. Rev Bras Enferm, Brasília 2012 set-out; 65(5): 862-6. 4. SILVA, Ana Paula Scheffer Schell da e PEDRO, Eva Néri Rubim. Autonomia no processo de construção do conhecimento de alunos de enfermagem: o chat educacional como ferramenta de ensino.Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2010, vol.18, n.2, pp. 210-216. ISSN 0104-1169. 5. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. REVISÃO INTEGRATIVA: MÉTODO DE PESQUISA PARA A INCORPORAÇÃO DE EVIDÊNCIAS NA SAÚDE E NA ENFERMAGEM. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2008 Out-Dez; 17(4): 758-64. |