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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 188

Comunicação coordenada


188

CIBERARTE: ARTE DIGITAL E EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM

Autores:
Claudia Mara de Melo Tavares (Universidade Federal Fluminense) ; Linda Nice Gama (Universidade Federal Fluminense) ; Marilei de Melo Tavares E Souza (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) ; Rafael Rodrigues Polakiewicz (Universidade Federal Fluminense) ; Samyama Tavares Monteiro (Universidade Federal Fluminense)

Resumo:
Criatividade e inovação são elementos essenciais no contexto da aprendizagem, envolvendo pessoas, processos, produtos e o meio, estando todas estas dimensões em uma interação continua. Ativar o potencial criador significa possibilitar constructos capazes de estimular e facilitar o processo de aprendizagem. Nasce do questionamento de hábitos e atitudes tradicionais, da exploração de novos métodos, da aceitação de desafios e da decisão de correr os riscos da mudança. Entretanto, é possível observar lacunas deste reconhecimento nas matrizes curriculares em Enfermagem, fundamentadas sob o paradigma hegemônico de formação que prioriza o conteúdo de forma excessiva, passiva, não privilegiando a criatividade como um componente importante a ser integrado nas composições curriculares de seus cursos formativos. Neste contexto, o projeto CiberArte, integrado ao Núcleo de Pesquisa: Ensino, Criatividade e Cuidado em Saúde e Enfermagem (Nupeccse), da Escola de Enfermagem-Universidade Federal Fluminense, se caracteriza por priorizar uma metodologia voltada para a construção do conhecimento através da linguagem intermidiática de arte-educação como eixo integrador na aprendizagem e cidadania proativa. Pauta-se na produção colaborativa de arte digital a partir da situação problema-desafio para repensar, projetar e desenvolver inovações materializadas em diferentes formatos digitais como: vídeo, animação, poesia, fotografias entre outros.1-2 Um espaço aberto à criação de arte e intersubjetividades, dando voz à poiésis digital. Objetivos: Estimular a habilidade criativa no processo de formação em Enfermagem; Discutir as variadas formas de expressões artísticas digitais e suas implicações em Enfermagem; Desenvolver aplicações na arte digital em cenário colaborativo e aplicado ao contexto de aprendizagem em saúde. Descrição Metodológica: Método sociopoético, com abordagem qualitativa e pesquisa-ação, que se organiza pelas situações relevantes que emergem do processo das oficinas com discentes e docentes da graduação e pós-graduação em Enfermagem, tendo na escuta sensível, a produção de dados descritivos, a mobilização e a articulação política e pedagógica das estratégias, como foco da análise do processo de investigação na construção artística em ambiente gráfico computacional. São criações que se manifestam no embate direto com o tempo ubíquo do ciberespaço, um ambiente virtual possibilitado pela integração da Web (rede de alcance mundial) e redes de computadores, a Internet, repleto de devires e possibilidades de produção do conhecimento e de comunicação, gerando estratégias que subvertem, recriam e ampliam, tornando possíveis formas visuais, sonoras, textuais e imagéticas, uma espécie de hibridação rizomática. Nesta nova forma de espaço antropológico, um espaço móvel de interações, entre conhecimentos e conhecedores de coletivos inteligentes desterritorializados, fazendo surgir paisagens inéditas e identidades singulares3-4. As infovias caracterizam-se como veículos de acesso democrático, transformando paredes em pontes e exigem do usuário um olhar atento e crítico. As ações não paralisam e nem substituem as já existentes, mas antes as ampliam e se referem não só a uma rede digital, mas uma rede humana. E, diante da profusão do fluxo informacional e do caos emergente, a rede tem a sua própria forma de controle: a opinião pública e as instituições que dela participam. O projeto CiberArte se insere no fluxo contínuo do ano letivo com a realização de oficinas quinzenais e, em cada semestre, é definida uma proposta de trabalho face à complexidade das questões emergentes, o que implica diferentes processos de trabalho articulados entre si, que congregarão processualmente a construção do trabalho coletivo durante o semestre. Quando se configura algo e se o define, nascem alternativas e possibilidades de diversificação, num processo de transformação que está sempre recriando o impulso que o criou. No grupo, criar significa poder sempre recuperar a tensão, renová-la em níveis que sejam suficientes para garantir a vitalidade da própria ação, posto que possíveis bloqueios de ordem cultural, emocional, ambiental e organizacional emergem e são trabalhados na dinâmica interacional com o grupo. O processo criativo é fundamentado em três princípios: atenção - problema, percepção de possibilidades e conexões; fuga - escape do pensamento convencional; e movimento - dê vazão à imaginação. A cada etapa, o delimitar participa do ampliar e após a fase de geração de ideias, o processo é sistematizado e acordado. Os softwares utilizados na arte digital são: Photoshop CC; CorelDraw X6; MS Paint; Corel Painter 12 e o Autodesk Sketchbook Pro 2015 e mesa digitalizadora Wacom Bamboo Pen and Touch. Resultados: Pesquisa em andamento e como resultados parciais, a produção de quatro vídeoartes, logomarcas, websites, fotografias, poesias visuais intersemióticas, nascida do vanguardismo poético e três aplicativos na área de saúde do trabalhador como demonstrativos para material didático em ambiente Web. E semestralmente, a realização de workshops, com utilização de hipermídias, nos quais os participantes interagem com o projeto, produtos e serviços. As produções estão hospedadas no endereço: www.uff.br/enfweb. Conclusão: Em cenários de colaboração, as tecnologias assumem papéis na comunicação, mediação e motivação dos participantes, contribuindo nos processos de interação e aprendizagem. A arte digital desprende-se da bidimensionalidade da página e se desterritorializa pelas redes e dispositivos hipertextuais do ciberespaço, quebrando a linearidade do texto quando apresenta ao leitor a dinâmica da integração entre criatividade, tecnologias e educação. Deste modo, as artes digitais com suas multidimensionalidades e multissensorialidades interpelam as sensibilidades e, aplicadas ao ensino-aprendizagem têm importância crítica e estratégica na medida em que são capazes de estimular a criatividade, de intermediar o fortalecimento da cidadania e demais aplicações na área de saúde. Nesta interface, priorizando a criatividade e inovação traz à tona questões que implicam dados do mundo sensível e a ação sobre um dado contexto da contemporaneidade, identificando as contradições objetivas que apontam para a possibilidade de superação. Portanto, não é a centralidade de conhecimentos e informação, mas a aplicação desses conhecimentos e dessa informação para geração de conhecimentos e de dispositivos, em um ciclo de realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso. Implicações para a Enfermagem: A criatividade é um potencial inerente à pessoa e a realização desse potencial uma de suas necessidades. A criação artística e sua interface na aprendizagem se apresenta como ideia-força capaz de articular as singularidades, a potencialização dos sujeitos no seu protagonismo e reconhecimento de sua própria voz. Deste modo, vislumbra-se a necessidade de se repensar a formação, processos de aprendizagem e as práxis pedagógicas em Enfermagem, no intuito de ascender ao modelo emergente de formação, no qual vincula a criatividade e a inovação como categorias vitais na formação profissional atual. Caso contrário, rupturas, isolamento e reprodução. Referências Bibliográficas:1. Newton LD, Newton DP. Creativity in 21st-century education. Prospects. 2014 Dec; 44 (4): 575-589.2. Tull, CM. An experiment in facilitating creative thinking in second degree accelerated nursing students [tese]. Texas (USA): Graduate Council of Texas State University, Doctor of Philosophy with a Major in Adult, Professional and Community Education; 2014. 3. Lévy P. Cibercultura. Costa IC, tradutor. 3a ed. São Paulo (SP): Editora 34; 2010.4. Thomazoni, AR. Quando o computador se torna atelier de criação artística. Liana Timm: vida de artista e artista da vida [tese]. Porto Alegre (RS): Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação; 2014. Descritores: Arte; Educação em enfermagem; Tecnologias.