Roda de Conversa
130 | EFEITOS DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA MEDIADA POR TECNOLOGIA DIGITAL PARA MELHORIA DO CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DE ADOLESCENTES ESCOLARES SOBRE DST/HIV | Autores: Maristela Ines Osawa Vasconcelos (Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA) ; Jocielma dos Santos de Mesquita (Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA) ; Andréa Carvalho Araújo Moreira (Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA) ; Ana Suelen Pedroza Cavalcante (Universidade Federal do Ceará - UFC, Campus Sobral) ; Marcos Aguiar Ribeiro (Universidade Federal do Ceará - UFC, Campus Sobral) |
Resumo: Introdução: A adolescência é um período marcado por vulnerabilidades em virtude de ser uma etapa da vida em que os conflitos são do âmbito social, psicológico, físico e muitos outros. A descoberta do prazer é mais intensa nesta fase e muitas vezes, dá-se de modo prematura e sem conhecimento, havendo necessidade de ações de educação em saúde para orientar esses adolescentes sobre os riscos para a contaminação com doenças sexualmente transmissíveis (DST). O aumento dos casos das DST, ainda é um desafio para saúde pública. No ano de 2015, já foram notificados 629 novos casos de AIDS. Embora a epidemia esteja presente há mais de 30 anos no estado do Ceará, quase 50% dos casos foram notificados nos últimos 8 anos, entre 2007 e 20141. Considerando esta situação epidemiológica e as repercussões na saúde individual e coletiva de jovens e adolescentes, urge investir em novas estratégias promotoras de saúde junto ao publico de adolescentes. Nesta perspectiva, delineou-se implementar um curso mediado por tecnologia educativa digital para a prevenção de DST/HIV/AIDS, na modalidade semi-presencial e avaliar seus efeitos no conheciemnto, atitudes e práticas dos adolescentes. Esta proposta surge a partir do seguinte questionamento: Atividade educativa em Ambiente Virtual de Aprendizagem permite ampliar o conhecimento, atitude e prática de adolescentes escolares em relação à DST/HIV? O enfermeiro como agente educador encontra resultados favoráveis para a prevenção de DST/HIV junto ao publico adolescente utilizando este tipo de estratégia educativa em ambiente escolar? Objetivo: Avaliar os efeitos de uma intervenção educativa mediada em Ambiente Virtual de Aprendizagem com adolescentes escolares sobre a prevenção de DST/HIV. Metodologia: Trata-se de um estudo de intervenção quase experimental, realizado em uma Escola particular, localizada no município de Varjota, Ceará, Brasil, no ano de 2016. Participaram do estudo 20 adolescentes. A seleção da amostra obedeceu os seguintes critérios de inclusão: estar matriculado do primeiro ao terceiro ano do ensino médio da referida escola e aceitar participar da pesquisa desde que autorizado pelos pais, se menor de idade. Como critério de exclusão definiu-se por aqueles que estivessem fora da faixa etária da faixa etária definidos como limites cronológicos da adolescência preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS): entre 10 e 19 anos. A intervenção contou com a colaboração do Núcleo de Educação a Distancia (NEAD) da Universidade Estadual Vale do Acaraú que auxiliou no processo de compactação de todo o material de mídia e designer da logomarca, resultando na versão final do curso. Além disso, para elaboração da matriz pedagógica contou com a participação de integrantes do Laboratório de Pesquisa Social, Educação Transformadora e Saúde Coletiva da Universidade Estadual Vele do Acaraú. A intervenção constituiu-se na elaboração e implementação de um curso online intitulado DSTs: conhecer para se proteger. A coleta foi realizada por meio de um instrumento adaptado do questionário do Ministério da Saúde, baseado nas dimensões do inquérito CAP, Conhecimentos, Atitudes e Práticas sobre DSTs2. Resultados: Participaram do estudo 20 adolescentes, 12 mulheres (60%) e 8 homens (40%) sendo 11, (55%) dos participantes , alunos do primeiro ano do ensino médio, 4 (20%) do segundo ano e 5 (25%) do terceiro ano. A idade dos adolescentes variou entre 15 a 18 anos, sendo 11 alunos (55%) com idade de 15 anos, 4 (20%), com 16 anos, 2 (10%), com 17 anos, e 3 alunos (15%) com 18 anos. Quanto a renda familiar 11 participantes (55%) relatou 2 salários mínimos, 6 (30%) 3 salários mínimos e 3 participantes (15%) 4 salários mínimos, o que mostra, que mesmo a renda familiar da maioria sendo baixa, os pais tem a preocupação de procurar conceder um ensino de qualidade para seus filhos. Todos os participantes relataram ter acesso a internet em casa, esse acesso a internet em casa contribuiu muito, pois permitiu que os alunos realizasse o curso com mais facilidade. Em relação ao conhecimento 65% antes da intervenção foi considerado adequado. Pode-se notar que houve uma diferença após a intervenção, as respostas consideradas adequadas aumentaram para 95%, ampliando o número de acertos após a implementaçao da açao educativa e maior valorização da prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Quanto a atitude, os adolescentes mostraram que são conscientes do uso do preservativo para prevenção das DSTs, da importância de fazer sempre um teste de HIV/AIDS, quando se tem uma vida sexual ativa ou suspeita de uma DST, pois não se sabe pela aparência quem está infectado pelo vírus da AIDS. Em relação a prática, 65% dos adolescentes referiram ainda não ter iniciado uma vida sexual, portanto não responderam algumas perguntas. Outros relataram usar sempre a camisinha nas relações sexuais, que já tiveram corrimento vaginal, mas que procuram um profissional de saúde. Neste estudo observou-se que o enfermeiro, consegue obter resultados significativos utilizando as Tecnologias da Informação e Comunicação, por ser um educador por natureza, muito pode contribuir no sentido de orientar o adolescente quanto à importância do uso do preservativo, bem como sua correta utilização, desde o início da sua vida sexual, de forma que se torne um hábito saudável na continuidade do uso nas relações sexuais que se sucederão. Os enfermeiros como profissionais de saúde com uma formação generalista atuam nas diversas áreas como áreas preventivas, curativas e, na educação em saúde, assim a saúde dos adolescentes constitui uma interface da sua atuação3. Conclusão: Esta pesquisa evidencia a relevância da utilização de novas estratégias que possam promover mudanças nos adolescentes, visto que, após a intervenção, o conhecimento, atitude e prática, em relação as DSTs, tornou-se mais elevado. Contribuições / implicações para a Enfermagem: Este trabalho mostra o quanto a enfermagem pode contribuir para a saúde sexual dos adolescentes, propiciando condições para este gerir sua sexualidade. O enfermeiro por ser um profissional de atuação generalista mostra a importância do seu trabalho frente a intervenções que visem a promoção da saúde deste grupo. Referencias: 1. Ceará, Secretaria de Saúde. Boletim epidemiológico HIV/AIDS, Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde/Núcleo de vigilância epidemiológica, 2015. 2. Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Pesquisa de conhecimento, atitudes e praticas na população brasileira. 1 ed, Brasília-DF, 2011. 3. Oliveira,TC; Carvalho, LP; Silva, MA. O Enfermeiro na atenção à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes. Bras Enferm, 2008. mai-jun; 61(3): 306-11. Descritores: Adolescentes; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Conhecimentos; Atitudes e Práticas. Eixo 1 - Processo de ensino-aprendizagem na formação em Enfermagem Área Temática: 11. Tecnologias da Informação/Comunicação em Saúde e Enfermagem |