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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 523

Roda de Conversa


523

UTILIZAÇÃO DO MAPA CONCEITUAL COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM NO ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO

Autores:
Cibelly Aliny Siqueira Lima Freitas (Universidade Estadual Vale do Acaraú) ; Gervania Bezerra Gomes (Universidade Federal do Ceará) ; Karina Oliveira de Mesquita (Universidade Federal do Ceará) ; Natália Frota Goyanna (Universidade Federal do Ceará) ; Maria Adelane Monteiro da Silva (Universidade Federal do Ceará)

Resumo:
Introdução: O Mapa Conceitual trata-se de uma técnica desenvolvida, em meados da década de 70, por Joseph Novak e seus colaboradores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos¹. Sua fundamentação teórica provém da Teoria Cognitiva de Aprendizagem, que traz como conceito estruturante a Aprendizagem Significativa¹, e ainda da Teoria das Redes Semânticas, uma vez que é uma forma de organização dos conceitos dentro de categorias, subsidiando a construção de esquemas mentais². De um modo geral, os Mapas Conceituais são diagramas indicando relações entre conceitos ou entre palavras, que se empregam como estratégia para conceber conceitos¹, se configurando como uma estrutura esquemática construída para representar um conjunto de conceitos imersos numa rede de proposições. Neste sentido, se apresenta como um instrumento adequado para estruturar o conhecimento que está sendo construído pelo educando, assim como uma forma de explicitar o conhecimento de um especialista, sendo elemento facilitador da meta-aprendizagem, possibilitando ao estudante aprender a aprender³. Esse recurso, quando utilizado no ensino das profissões da saúde, permite um pensamento crítico e reflexivo dos discentes, a fim de problematizar o assunto em discussão, relacionando-o à atuação profissional, tanto na área da atenção como na gestão. Essa reflexão do processo de trabalho no contexto da aprendizagem torna-se ainda mais relevante quando no âmbito da pós-graduação, considerando a necessidade de aprofundamento dos temas, bem como pela diversidade de realidades vivenciadas pelos pós-graduandos. São inúmeras as temáticas abordadas no campo da pós-graduação em Saúde da Família, dentre as quais se destaca o estudo sobre Famílias, essencial no processo de construção de conhecimento nessa conjuntura. O uso do mapa conceitual como estratégia de ensino-aprendizagem no estudo sobre família torna-se oportuno uma vez que esta se constitui objeto complexo que necessita de metodologias que proporcionem organização das ideias para sua melhor compreensão. Objetivo: Relatar a experiência da utilização do Mapa Conceitual como estratégia de ensino-aprendizagem no ensino da pós-graduação. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência realizado nos meses de maio e junho de 2016, por discentes de um Programa de Mestrado Acadêmico em Saúde da Família de uma Universidade Federal, localizada no interior do Ceará, durante o desenvolvimento da disciplina de Teorias de Família, na qual utilizava a construção do Mapa Conceitual como uma das estratégias de ensino-aprendizagem e de avaliação. A disciplina objetiva apresentar e provocar reflexões sobre formas de abordagens às famílias e comunidades, buscando integrar referenciais teórico-metodológicos às práticas desenvolvidas nos territórios da Estratégia Saúde da Família. Assim, a entrada no campo sempre é antecedida de ampla discussão do referencial teórico-metodológico. O desenvolvimento da disciplina ocorreu entre os meses de março e julho, totalizando 12 encontros. Os achados foram dispostos de forma descritiva, apresentando as principais reflexões propositivas vivenciadas pelos estudantes. Resultados: Os mapas conceituais são instrumentos capazes de estruturar, hierarquizar, diferenciar e integrar as diferentes definições de uma determinada unidade de estudo. Estes aspectos, portanto, permitiram que os conhecimentos previamente ancorados estabelecessem conexões com os novos conceitos apresentados nas discussões e construções coletivas da disciplina, favorecendo a compreensão sobre o conceito de Família. Os mapas possibilitaram a visualização, a forma e o conteúdo da aprendizagem processada pelos mestrandos, tornando-se importantes não pela assertividade destes, mas pelos processos de aprendizagem significativa promovidos. Durante a construção do mapa e na comparação com os outros, os estudantes foram impelidos a refletir sobre a produção e consecução dos seus resultados. A cada novo encontro, o mapa era modificado, mostrando a dinamicidade e a evolução que deve ser conferida ao processo ensino-aprendizagem. Enquanto estratégia de ensino/aprendizagem, os mapas conceituais apresentam aspectos importantes para a reflexão do mestrando, como a possibilidade de romper com o ensino centrado no professor, favorecendo o desenvolvimento da autonomia do educando. A orientação para um trabalho coletivo e colaborativo, no qual compreensões e significados se re(organizam) para produzir novas concepções. Ressalta-se ainda a importância dos conhecimentos prévios para ampliação de conceitos e evidencia-se a construção e progressão dos conhecimentos, dentro de um processo integrado, propiciando também meios para o alcance da aprendizagem significativa. Tais particularidades são fundamentais no percurso de formação no mestrado acadêmico, pois instrumentaliza os futuros docentes a apropriarem-se de metodologias capazes de estimular o pensamento crítico reflexivo e tornar o processo de ensino-aprendizagem mais democrático e participativo. Enquanto ferramenta avaliativa, os mapas possibilitaram aos alunos e professores a identificação e a apreensão dos conhecimentos mais relevantes para a elaboração do conceito família, além de apresentar a interconexões deste a outros aspectos relevantes para o desenvolvimento da prática profissional. Constituiu-se ainda como um valioso instrumento para a verificação da meta-aprendizagem, permitindo ao aluno ao final do seu construto identificar claramente a aquisição de novas competências. A construção dos mapas proporcionou também aos mestrandos a compreensão do significado dos conteúdos, sempre buscando identificar o êxito da aprendizagem, de uma maneira muito particular, visto que as relações são baseadas nos conhecimentos prévios de cada aluno. Desta forma, foi possível a formulação de novos conhecimentos, ricos em experiências e troca de saberes, visto que esta ocorreu dentro de um espaço de construção coletiva. Conclusão: O mapa conceitual se configura como estratégia de ensino-aprendizagem relevante no ensino de pós-graduação, contribuindo com a produção de aprendizagem significativa, de forma participativa e colaborativa, a partir de uma abordagem problematizadora, tensionando o educando a desenvolver senso crítico e reflexivo, objeto central do ensino superior e de pós-graduação. O Mapa Conceitual se configura como ferramenta de ensino-aprendizagem que permite abordar uma vasta gama de objetos, assim, o domínio de seu uso representa uma competência que pode ser aproveitada em diferentes cenários, como durante a prestação do cuidado ou na gestão de sistemas e serviços de saúde. Contribuições/implicações para a enfermagem: O uso do mapa conceitual pode contribuir para mudanças no modelo de formação na saúde, sobretudo na enfermagem, no que diz respeito a romper com o processo ensino-aprendizagem centrado no professor e sobre o desenvolvimento de aprendizagem significativa. Por se tratar de uma abordagem problematizadora, contribui ainda para o enfrentamento do descompasso entre o ensino e a as reais necessidades do sistema de saúde. Tal fenômeno tem se mostrado como paradigma no ensino em enfermagem e objeto de permanente discussão sobre sua natureza e formas de enfrentamento. Descritores: Instituições acadêmicas; Aprendizagem; Educação. REFERÊNCIAS 1. Moreira MA. Mapas conceituais e aprendizagem significativa. Revista Chilena de Educação Científica [online]. 2005 [citado 2011 nov. 20]; 4(2):38-44. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/~moreira/mapasport.pdf 2. Souza RR. Usando mapas conceituais na educação informatizada rumo a um aprendizado significativo. [online] [citado 2011 dez. 22]. Disponível em: http://www.edutec.net/Textos/Alia/MISC/edrenato.htm 3.Tavares R. Construindo Mapas Conceituais. Ciências e Cognição, v.12, dez. 2007. Disponível em: http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/641/423 Acesso em: 20 jun 2016