Roda de Conversa
461 | ANÁLISE DAS DIMENSÕES FÍSICA E PEDAGÓGICA PELOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM NO QUESTIONÁRIO ENADE 2004-2013 | Autores: Elizabeth Teixeira (UERJ) ; Kenia Lara dos Santos (UFMG) ; Bruna Dias França (UFMG) ; Fernanda Lopes de Araújo (UFMG) ; Bárbara Jacome Barcelos (UFMG) |
Resumo: Introdução: O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) foi instituído pela Lei Nº 10.861, de 14 de abril de 2004, com o objetivo de melhorar a qualidade da educação superior e orientar a expansão da oferta; identificar mérito e valor das instituições, áreas, cursos e programas, nas dimensões de ensino, pesquisa, extensão, gestão e formação; e promover a responsabilidade social das Instituições de Educação Superior (IES), respeitando a identidade institucional e a autonomia. Com a sua implantação assegurou-se o processo nacional de avaliação da educação superior no País, o que foi consolidado pela Portaria Normativa Nº 40/2007, republicada em 29 de dezembro de 2010. Os processos avaliativos são coordenados e supervisionados pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES) e a sua operacionalização é de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Para avaliar todos os aspectos que giram em torno dos objetivos citados, o INEP utiliza vários instrumentos complementares e de informação para obter resultados que possibilitem traçar o panorama de qualidade dos cursos e das instituições, provendo, desta forma, a avaliação de Instituições, Estudantes e Cursos. São instrumentos complementares a autoavaliação (conduzida pela Comissão Própria de Avaliação (CPA), a avaliação institucional externa, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) e a avaliação dos cursos de graduação (avaliação in loco). Os instrumentos de informação são os dados do cadastro (sistema e-MEC) e as informações censitárias do Censo da Educação Superior (CESUP), fornecidas pelas IES. O ciclo avaliativo do SINAES inicia-se com o ENADE e é aplicado aos estudantes das áreas definidas anualmente, por Portaria específica do INEP, atendendo a um calendário trienal de áreas e eixos tecnológicos, observadas as seguintes referências: Ano I - cursos de graduação das áreas da saúde, ciências agrárias e áreas afins e cursos superiores de tecnologia: eixos tecnológicos em ambiente e saúde, produção alimentícia, recursos naturais, militar e segurança; Ano II - cursos de graduação das áreas de ciências exatas, licenciaturas e áreas afins e, cursos superiores de tecnologia: eixos tecnológicos em controle e processos industriais, informação e comunicação, infraestrutura, produção industrial; Ano III - cursos de graduação das áreas de ciências sociais aplicadas, ciências humanas e áreas afins e, cursos superiores de tecnologia: eixos tecnológicos em gestão e negócios, apoio escolar, hospitalidade e lazer, produção cultural e design. Com base nos resultados (insumos) do Enade, é calculado o Conceito Preliminar de Curso (CPC), no ano seguinte à realização do Exame de cada área. O cálculo do CPC combina diversas medidas relativas à qualidade do curso, a saber: o desempenho dos estudantes concluintes no ENADE; o corpo docente com a titulação e o regime de trabalho; as informações sobre infraestrutura obtidas a partir do questionário do estudante; os recursos didático-pedagógicos obtidos pelo questionário do estudante e os resultados do Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) que são os insumos oriundos do desempenho dos estudantes nas provas do ENADE e ENEM, a partir de seus respectivos questionários. As notas técnicas específicas descrevem possíveis alterações no cálculo do CPC e ficam disponíveis na página eletrônica do INEP. O ENADE avalia os alunos ingressantes e concluintes dos cursos de graduação do Brasil, com o objetivo de verificar os rendimentos destes, quanto aos conteúdos, competências e habilidades adquiridas durante o percurso curricular. É um exame obrigatório para todas as Instituições de Ensino Superior no Brasil; sua primeira aplicação ocorreu em 2004 e a sua periodicidade é trienal1. Além do exame, é aplicado um questionário aos estudantes, visando obter informações fundamentais para o cálculo dos indicadores de qualidade do ensino superior. A realização do ENADE para os cursos de graduação em Enfermagem contribui para a melhoria nos aspectos da formação e da infraestrutura das IES, devido à busca por um bom indicador de qualidade das instituições. Objetivo: Analisar os resultados dos questionários aplicados aos estudantes de enfermagem em todos os exames realizados até o momento, com foco nas dimensões física e pedagógica. Descrição Metodológica: Trata-se de um estudo documental, quantitativo, desenvolvido a partir da análise das respostas dos estudantes de enfermagem publicadas nos relatórios síntese de Enfermagem, em todos os anos em que foram aplicados até o momento2,3,4,5. Foi feita uma comparação das perguntas levantadas em cada ano destes questionários e foram selecionadas para esta análise apenas as questões presentes nos quatro anos. Em seguida foi feita uma análise estatística descritiva. Resultados: Em relação às condições gerais de sala de aula, bibliotecas e ambientes de trabalho e estudo, os estudantes que afirmaram serem adequadas foram: 56,4% em 2004; 61,7% em 2007; 54,8% em 2010 e 60,0% em 2013. Sobre a disponibilidade dos professores para atender aos alunos fora de sala de aula, os estudantes que responderam afirmativamente foram: 14,7% em 2004; 16,0% em 2007; 20,6% em 2010 e 60,7% em 2013. Quanto ao domínio do conteúdo ministrado pelos professores, os estudantes que concordaram foram: 42,5% em 2004; 42,2% em 2007; 55,1% em 2010; 65,5% em 2013. As universidades não oferecem oportunidades de realizar extensão universitária, segundo 7,1% em 2004; 6,0% em 2007; 7,6% em 2010 e 3,4% em 2013. As oportunidades de iniciação científica não são oferecidas nas universidades de acordo com 7,7% em 2004; 6,4% em 2007; 7,7% em 2010 e 3,6% em 2013. Conclusão: O questionário do ENADE passou por modificações ao longo dos anos, o que limitou o número de questões a serem analisadas. Destaca-se a disponibilidade de professores fora de sala de aula muito superior em 2013 em relação aos demais anos. No entanto, redução significativa foi observada quanto ao não oferecimento de projetos de extensão universitária e iniciação científica quando comparado os anos de 2004 e 2013. Implicações para enfermagem: A comparação entre as respostas dos estudantes no questionário ENADE pode trazer uma reflexão para os cursos de Enfermagem, de forma a buscarem formas de melhorar a qualidade do ensino. Descritores: Estudantes de Enfermagem, Instituições de Ensino Superior. Referências: 1 Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - ENADE. Inep [Internet]. Brasil; 2011. [acesso em 30 de junho de 2016]. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/enade 2 Relatório Síntese Enfermagem: ENADE 2004. Sistema Nacional de Avaliação de Educação Superior. Inep [Internet]. [acesso em 30 de junho de 2016] Disponível em http://download.inep.gov.br/download/superior/enade/Relatorio/Relatorio_area_Enfermagem.pdf. 3 Relatório Síntese Enfermagem: ENADE 2007. Sistema Nacional de Avaliação de Educação Superior. Inep [Internet]. [acesso em 30 de junho de 2016] Disponível em http://download.inep.gov.br/download/enade/2007/relatorio_sintese/2007_REL_SINT_ENFERMAGEM.pdf 4 Relatório Síntese Enfermagem: ENADE 2010. Sistema Nacional de Avaliação de Educação Superior. Inep [Internet]. [acesso em 30 de junho de 2016] Disponível em http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/relatorio_sintese/2010/2010_rel_sint_enfermagem.pdf 5 Relatório de Área Enfermagem: ENADE 2013. Sistema Nacional de Avaliação de Educação Superior. Inep [Internet]. [acesso em 30 de junho de 2016] Disponível em http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/relatorio_sintese/2013/2013_rel_enfermagem.pdf |