Comunicação coordenada
181 | AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO PERMANENTE SEGUNDO À CONCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM | Autores: Priscila Meyenberg Cunha Sade (Universidade Federal do Paraná) ; Aida Maris Peres (Universidade Federal do Paraná) ; Tatiana Brusamarello (Universidade Federal do Paraná) ; Sabrina Corrêa Koch (Universidade Federal do Paraná) ; Daniele Potrich Lima Zago (Universidade Federal do Paraná) |
Resumo: Introdução: Entende-se que a abordagem de Educação Permanente constitui um projeto político-pedagógico com vistas à transformação das práticas de saúde e de enfermagem, na perspectiva da integralidade, do trabalho em equipe e da ampliação da cidadania e da autonomia dos atores envolvidos - profissionais e usuários.(1) Neste estudo a avaliação das ações de educação permanente é realizada sob a ótica do profissional de enfermagem, considerando que todo o processo de educação permanente requer elaboração, desenho e execução a partir de uma análise estratégica e da cultura institucional dos serviços de saúde que se insere.(2-3) Objetivo: Analisar as ações de educação permanente segundo à concepção de profissionais de enfermagem de um hospital público de ensino do Sul do Brasil. Descrição metodológica: Pesquisa documental e retrospectiva com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados de questionários aplicados junto a profissionais de enfermagem do hospital para o levantamento de necessidades de ações educativas, em um recorte temporal de janeiro de 2015 a janeiro de 2016, estabelecido de acordo com a disponibilidade de acesso às informações. Foram incluídos os questionários de necessidades de ações educativas com a participação de profissionais de enfermagem independente de sua categoria (Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem) no recorte temporal determinado. Foram excluídos os questionários de outras categorias profissionais e sem informações ou com informações incompletas. A análise dos dados foi realizada por estatística descritiva simples (frequências absoluta e relativa), com a utilização das funções estatísticas do programa Microsoft Excel® 2007. Destaca-se que este estudo foi de acordo com as diretrizes e as normas éticas da pesquisa que envolve seres humanos. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa de um hospital de ensino do Sul do Brasil. A permissão foi concedida no dia 09 de novembro de 2015, sob os números de parecer: 1.314.240 e de Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE): 50115515.8.0000.0096. Resultados: Foram analisados um total 150 questionários. Em relação à participação em ações de educação permanente 104 (69,3%) profissionais de enfermagem responderam que sim, participam; e; 46 (30,7%) não. Quanto às dificuldades encontradas para participar das ações de educação permanente os profissionais de enfermagem poderiam assinalaram mais de uma alternativa, as quais foram: 119 (46,7%) marcações no item 'desconhecimento das ações educativas desenvolvidas', seguido de 86 (33,67%) na 'sobrecarga de trabalho', 40 (15,73%) na 'ausência de convite para participar', 9 (3,5%) no item 'metodologia adotada para as ações educativas é inadequada' e um (0,4%) 'não considera as ações educativas importantes'. Quanto às necessidades de ações de educação permanente: foram elencadas 284, destaque para ações sob o contexto da 'atualização das técnicas básicas e cuidados de enfermagem' com 65 menções (22,89%), seguido de 'Cuidados de enfermagem a pacientes críticos' com 47 (16,55%),'temas específicos dos setores de atuação' com 43 (15,14%) e 'Relacionamento interpessoal/trabalho em equipe com 27 (9,51%). Foi solicitado que os profissionais elencassem 'sugestões para melhoria do programa de ações de educação permanente desenvolvido as quais foram: 39 sugestões (26%) para melhorar a divulgação das ações de educação permanente, 38 (25,3%) para utilizar estratégias de ensino dinâmicas e ativas, 29 (19,3%) para desenvolver ações específicas para a equipe de enfermagem e 21 (14%) para considerar o uso de ensino à distância no desenvolvimento dessas ações. Conclusão: Pode-se inferir que muitos profissionais desconhecem as ações de educação permanente desenvolvidas no cenário de estudo. Esse "desconhecimento" é resultado da pouca divulgação das ações desenvolvidas, mas também pela necessidade de aumentar as discussões acerca desse tema durante a graduação e os cursos de nível auxiliar e técnico. Observa-se o predomínio de necessidades de ações de educação permanente relacionadas a procedimentos técnicos de enfermagem (técnicas básicas e cuidados). Isso reforça o destaque para a dimensão técnica da prática profissional pautada no conhecimento técnico-científico, em consonância com a concepção da educação continuada. Ressalta-se que os resultados fazem vistas à necessidade e à possibilidade de desenvolvimento de ações educativas com novos formatos e alternativas, alinhando-se à lógica da educação permanente. Contribuições para a Enfermagem: Torna-se relevante a compreensão do cenário atual da educação permanente no contexto dos novos modelos de gestão de pessoas em hospitais, bem como a identificação dos determinantes para implementação das ações de educação permanente. Para tanto, conhecer a concepção de profissionais de enfermagem acerca dessas ações é essencial para se definir mecanismos, instrumentos, modalidades e estratégias para monitoramento e avaliação dos processos de aprendizagem nas organizações hospitalares, com vistas a produzir melhorias e, por conseguinte, transformações nas práticas e nos contextos de trabalho dos profissionais de enfermagem. Descritores: Educação Continuada, Enfermagem, Pesquisa de avaliação em enfermagem. Referências: 1. Montanha D, Peduzzi M. Educação permanente em enfermagem: levantamento de necessidades e resultados esperados segundo a concepção dos trabalhadores. Rev. esc. enferm. USP [Internet]. 2010 Sep [cited 2016 June 30] ; 44( 3 ): 597-604. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342010000300007&lng=en 2. Davini MC. Enfoques, problemas e perspectivas na educação permanente dos recursos humanos de saúde. In: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação em Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde [Internet]. Brasília; 2009 [citado 2016 Jun 29]. Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_educacao_permanente_saude.pdf 3. Miccas FL, Batista SHSS. Permanent education in health: a review. Rev Saúde Pública [Internet]. 2014 [cited 2016 June 30];48(1):170-85. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v48n1/en_0034-8910-rsp-48-01-0170.pdf |