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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 80

Comunicação coordenada


80

SIMULAÇÃO E INDICADORES DE APRENDIZAGEM PARA ESTUDANTES DE ENFERMAGEM

Autores:
Juliana Balbinot Reis Girondi (Universidade Federal de Santa Catarina) ; Luciara Fabiane Sebold (Universidade Federal de Santa Catarina) ; Silvana Kempfer (Universidade Federal de Santa Catarina) ; Roseli Schmoeller (Universidade Federal de Santa Catarina)

Resumo:
INTRODUÇÃO: Simulação é uma metodologia ativa de ensino que permite aprendizagem experiencial, centrada no aluno em ambiente seguro, amparada por reflexões, guiada por um professor¹. Essa estratégia promove desenvolvimento de competências com segurança e qualidade2. A competência é resultado da combinação entre conhecimentos, habilidades e atitudes3. Nesse processo é indispensável o uso de indicadores de aprendizagem para avaliação dos estudantes de enfermagem. O estudo objetivou analisar a percepção dos estudantes de enfermagem sobre a estratégia de simulação no desenvolvimento da competência técnicas de enfermagem e propor indicadores de acompanhamento de aprendizagem. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Estudo de método misto desenvolvido com 84 alunos na disciplina de Fundamentos para o cuidado profissional do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Brasil, no período de 2014 a 2015. Este estudo faz parte do projeto de pesquisa "Metodologias ativas de ensino na formação profissional em enfermagem: repensando as estratégias para o ensino - aprendizagem na graduação", aprovado pelo comitê de ética em pesquisa em seres humanos da UFSC, protocolo 193/09 FR 272286. Para coleta de dados utilizou-se portfólios reflexivos, que são documentos utilizados pelo estudante onde este narra e reflete sobre suas ações, conhecimentos e situações experenciadas4. Para elaboração da simulação foram contempladas as etapas: 1) Elaboração de caso clínico pelos professores, contemplando uma técnica de enfermagem (curativo, cateterização vesical, dentre outras); 2) Formação dos grupos de simulação; 3) Seleção de materiais para procedimentos; 4) Preparo do cenário. Os dados qualitativos dos portfólios foram analisados de acordo com a análise de conteúdo de Minayo5. Como indicador quantitativo foi apresentado as notas dos estudantes, mediante estatística descritiva simples. RESULTADOS: Nos portfólios foram identificadas as percepções dos estudantes acerca da técnica de simulação para o desenvolvimento da competência técnicas de enfermagem. Consoante, emergiram quatro categorias temáticas. Na categoria Revisar conhecimentos, a simulação é percebida como momento propício para o esclarecimento de dúvidas, diminuição da insegurança e do medo de errar, promovendo a segurança e confiança, além de permitir o treinamento e a fixação de conteúdos. Na categoria Elencar prioridades de cuidado, o destaque foi para o desenvolvimento do raciocínio clínico, o vislumbar o paciente holisticamente e o entendimento de contexto de cuidado para além do paciente. Na categoria Trabalhar em equipe foi ressaltado a importância da interação, da organização do trabalho compartilhada, da discussão e troca de experiências e da concessão de espaço para todos, com equiparação de oportunidades. E finalmente, na categoria Aproximar da realidade, a simulação foi percebida como estratégia para aproximá-los da prática cotidiana dos enfermeiros, o que julgam ser essencial para o processo de ensino-aprendizagem. Após o emprego desta metodologia, na análise das notas constatou-se que 34,52% dos estudantes obtiveram nota entre 9 e 10; 30,95% entre 8 e 8,9; 21,42% entre 7 e 7,9; 4,76% entre 6 e 6,9 e apenas 0,83% abaixo de 5. CONCLUSÃO: A competência humana atual, diante dos desafios da inovação e da cidadania, aponta algumas pretensões e critérios de qualidade da educação: a) capacidade de pesquisa, para ler criticamente a realidade; b) elaboração própria, para saber reconstruir projeto próprio; c) teorização das práticas, para saber intervir criativamente; d) atualização permanente, para estar à frente dos tempos; e) saber pensar, argumentar, fundamentar, aprender6. A simulação propicia o alcance destes objetivos, doravante é necessário o estabelecimento de indicadores de aprendizagem, no intuito de transgredir a avaliação meramente quantitativa, no sentido de se evoluir na formação do profissional ético, crítico e comprometido. IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: É necessário na formação inicial em Enfermagem compreender se a aprendizagem prepara melhor os estudantes para a sua profissão com a utilização de metodologias reflexivas de ensino-aprendizagem. Nessa perspectiva a simulação enquanto estratégia educacional favorece essa reflexão aproximando o aluno o máximo possível da realidade. Consoante é necessário o estabelecimento destes indicadores de aprendizagem para que se vislumbre o processo avaliativo para além da avaliação meramente quantitativa. REFERÊNCIAS: 1. Oliveira SN, Prado ML, Kempfer SS. Utilização da simulação no ensino da enfermagem: revisão integrativa. REME. 2014; 18(2): 487-95. 2. Moura ECC, Caliri MHL. Simulação para desenvolvimento da competência clínica de avaliação de risco para úlcera por pressão. Acta Paul Enferm. 2013; 26(4):369-75. 3. Le Boterf G. Desenvolvendo a competência dos profissionais. 3a ed. Porto Alegre: Artmed; 2003. 4. Rausch, RB, Andrade MRS. Concepções e princípios do portfólio reflexivo no contexto da educação superior. Portfólio Reflexivo: potencialidade e experiências no campo da formação em saúde. Blumenau/SC. Editora Edifurb, 2012. 5. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 11ª ed. São Paulo: Hucitec, 2008. 6. Demo, Pedro. Teoria e prática da avaliação qualitativa. Perspectivas. 2005; 4(7): 106-15. DESCRITORES: Educação em Enfermagem; Aprendizagem; Enfermagem Perioperatória.