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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 318

Roda de Conversa


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A PROMOÇÃO DA INTERFACE ENTRE SAÚDE E EDUCAÇÃO: O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO LICENCIADO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Autores:
Marta Angélica Iossi Silva (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP) ; Marlene Fagundes Carvalho Gonçalves (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP) ; Luciane Sá de Andrade (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP) ; Juliana Pereira da Silva (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP)

Resumo:
A PROMOÇÃO DA INTERFACE ENTRE SAÚDE E EDUCAÇÃO: O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO LICENCIADO NA EDUCAÇÃO BÁSICA Marta Angélica Iossi Silva1 Marlene Fagundes Carvalho Gonçalves2 Luciane Sá de Andrade 3 Juliana Pereira da Silva4 Introdução. Atualmente no bojo das discussões das Diretrizes Curriculares Nacionais da Enfermagem (BRASIL, 2001), e da publicação, em 2015, da nova Resolução - CNE/CP 02/2015 (BRASIL, 2015) que define as Diretrizes Curriculares Nacionais sobre a Formação de Professores na Educação Básica, alinha-se uma discussão sobre a formação e a atuação do enfermeiro licenciado no contexto da Educação Básica. Compreende-se que a formação de professores para o exercício da docência na educação básica, contempla a modalidade educação profissional. No entanto, vimos como potencialidade, que a formação do enfermeiro nos cursos de licenciatura perpasse pelo núcleo e campo teórico-prático na educação básica, ensino fundamental e médio não profissional, como um dos componentes nucleares da formação, na perspectiva da formação interdisciplinar, da diversificação dos campos de aprendizagem, da valorização profissional, de uma visão global da realidade; da indissociabilidade entre as bases biológicas e sociais da atenção à saúde/enfermagem e da articulação entre educação e saúde, objetivando a formação geral e específica com ênfase na promoção da saúde (FERNADES; REBOUÇAS, 2013). Destacamos também a consideração da Carta de Maceió, quando aponta a necessidade de se "aprofundar estudos e debates sobre a formação de professores para o exercício da docência na educação básica e na Educação Profissional de Nível Médio em Enfermagem, com prioridade para a Licenciatura em Enfermagem" (ABEn, 2014). Neste sentido, vislumbramos um maior entendimento e a busca de uma formação qualificada que articule a formação específica e formação pedagógica, ou seja, o compromisso com propostas de ações voltadas à formação de enfermeiro-professor onde ambos os campos do saber, campo da saúde e campo educacional se articulem. A questão que se coloca é que, mesmo frente a não possibilidade de atuação do enfermeiro como professor na educação básica, como a formação nos cursos de licenciatura em enfermagem podem contribuir para a melhoria da articulação entre a formação pedagógica e a formação específica do enfermeiro licenciado? A formação de professores, especialmente aqueles que atuarão na formação de profissionais da área da saúde, tem suscitado amplos debates que são do interesse tanto das instituições formadoras, quanto dos sistemas educacionais e de saúde, pois, a qualidade desta formação constitui um dos fatores que interfere diretamente na qualidade do ensino, da aprendizagem e na atenção em saúde prestados. O enfoque na promoção da saúde fundamenta-se no conceito de saúde como resultado de um amplo espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida, e seus referenciais conferem ao processo de ensino e aprendizagem na enfermagem uma ressignificação transformadora das práticas de ensino, favorecendo a superação do modelo biologicista e a natureza setorial que caracteriza a formação e a atuação dos profissionais de saúde (SILVA et al, 2010). Nesta perspectiva, o curso de Bacharelado e Licenciatura da EERP-USP tem o objetivo de articular a formação do enfermeiro com o conhecimento pedagógico, preparando-o para a prática docente no ensino técnico profissionalizante em enfermagem e para a realização de ações promotoras de saúde no âmbito da educação básica. Assim, as disciplinas denominadas Promoção da Saúde na Educação Básica e Estágio Supervisionado: Promoção da Saúde na Educação Básica promovem aos futuros enfermeiros-professores a inserção no ambiente escolar com a finalidade de promover saúde, estimulando a autonomia dos indivíduos e comunidade através do uso de metodologias ativas. O desenvolvimento das disciplinas compreende o emprego de abordagens ativas como, a produção de portfólio e com o estabelecimento do Ciclo Pedagógico. Objetivo: Investigar como estudantes de um curso de licenciatura em enfermagem apreendem o trabalho do enfermeiro tendo como cenário as escolas de educação básica e as práticas de promoção da saúde para a formação do enfermeiro-professor. Descrição Metodológica: Estudo qualitativo conduzido por meio de entrevistas semiestruturadas com onze estudantes, delimitadas pela saturação dos dados. Os sujeitos foram selecionados considerando os seguintes critérios de inclusão: ser aluno regularmente matriculado no 9º ou 10º semestre do curso de Bacharelado e Licenciatura em Enfermagem da EERP/USP e ter cursado ambas as disciplinas referidas. Para a interpretação dos dados utilizou-se o método de análise de conteúdo, modalidade temática. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, da EERP/USP. Resultados: Apreendeu-se dos discursos dos estudantes dois núcleos temáticos: "As práticas de promoção da saúde na educação básica para a formação do enfermeiro-professor" e "O trabalho do enfermeiro no cenário das escolas de educação básica". Evidenciamos que os graduandos reconhecem que as oportunidades e atividades desenvolvidas nas escolas favorecem a prática dialógica entre o enfermeiro-educador e o educando fundamentando a ação profissional docente; mostram-se fundamentais para transformar as práticas de ensino, possibilitando o desenvolvimento de um novo paradigma na formação e competência profissional. Conclusão: Os resultados apontaram que a interface com as escolas de ensino fundamental e médio não profissional enquanto cenário teórico-prático possibilitou aos graduandos uma melhor compreensão dos elementos educacionais e humanos necessários para o planejamento e efetividade das ações que privilegiam as diferentes dimensões do cuidar e educar em saúde. Agregou-se conhecimentos sobre articulação das políticas públicas de educação e as propostas de promoção da saúde, processo ensino-aprendizagem na educação básica, relação professor-aluno na educação básica, planejamento do processo ensino-aprendizagem, conteúdos fundamentais para a formação docente. Contribuições/Implicações para a Enfermagem: Este campo de formação nos Cursos de Licenciatura em Enfermagem, tem sido colocado enquanto desafio, apesar da longa experiência dos enfermeiros brasileiros atuarem em espaços escolares, particularmente, com alunos da Educação Básica, familiares e professores, por meio da Promoção da Saúde. Possibilitar uma estrutura curricular que contemple aspectos teórico-práticos em escolas de ensino fundamental e médio não profissionalizante constitui-se na construção de conhecimentos, habilidades e atitudes para a docência identificando-se a possibilidade de potencializar a formação de enfermeiros-professores; no desenvolvimento e avaliação de tecnologias educacionais inovadoras; no estímulo aos cursos de Licenciatura em Enfermagem e na capacitação do enfermeiro para atuar na Educação Básica de forma compromissada e crítica. REFERENCIAS Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES nº. 3, de 7/11/2001. Institui Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em enfermagem. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 nov. 2001. Brasil. Ministério da Educação/ Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP nº 2. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em nível superior (curso de licenciatura, formação pedagógica para graduado e curso de segunda licenciatura) [Internet]. Brasília, DF; 2015. [Acesso 11 Jul 2016]; Disponível em: . Fernandes JD, Rebouças LC. Uma década de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Graduação em Enfermagem: avanços e desafios. Rev. bras. enferm. 2013, 66 (esp.):95-101. Seminário Nacional de Diretrizes para a Educação em Enfermagem (SENADEn). Carta de Maceió para a educação em enfermagem no Brasil. Carta. Maceió, 2014. Silva KL, Sena RR, Grillo MJC, Horta NC. Formação do enfermeiro: desafios para a promoção da saúde. Esc Anna Nery Rev Enferm. 2010,14 (2):368-376. Descritores: Educação em Enfermagem; Promoção da Saúde; Aprendizagem Eixo 2 - A formação em Enfermagem: da política à prática profissional Área temática: 8. Políticas e Práticas de Educação e Enfermagem