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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 104

Comunicação coordenada


104

O GERENCIAMENTO DE CONFLITOS NA PRÁTICA PROFISSIONAL DE ENFERMEIROS-LÍDERES EM INSTITUIÇÕES PRIVADAS DE SAÚDE

Autores:
Maria Caroline Waldrigues (Enfermeira. Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Linha de Políticas Educacionais. Pós-graduada em Políticas Educacionais pela UFPR. Pós-graduada em Gestão Pública pela UFPR.) ; Isabeli Belli Lawder (Enfermeira. Bacharel em Enfermagem pelo Centro Universitário Autônomo do Brasil (UNIBRASIL).) ; Meizi Missora Tiago Takahashi (Enfermeira. Bacharel em Enfermagem pelo Centro Universitário Autônomo do Brasil (UNIBRASIL). Enfermeira assistencial na Clínica de Imunizações do Paraná.Enfermeira. Bacharel em Enfermagem pelo Centro Universitário Autônomo do Brasil (UNIBRASIL).) ; Bruna Vanessa Wagner (Enfermeira. Pós-graduada em Gestão Empresarial da Saúde pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).) ; Mônica Batista Cordeiro (Enfermeira. Pós-graduada em Gestão Empresarial da Saúde pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).)

Resumo:
Introdução: Ao longo dos anos, a educação em Enfermagem enfrenta transformações, tanto nos avanços tecnológicos, como na mudança do perfil epidemiológico da população. Essas modificações afetam diretamente as demandas geradas em relação ao cuidado e, portanto, na assistência de Enfermagem, o que acaba por resultar em mudanças na formação acadêmica do enfermeiro¹. No texto base das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação de Enfermagem (DCN/ENF) consta que as Instituições de Ensino Superior (IES) devem proporcionar aos acadêmicos meios para o desenvolvimento de competências e habilidades, as quais podem estar interligadas a outras disciplinas, mas que possuem um eixo central vinculado especificamente à Administração e/ou Gerenciamento em Enfermagem, a saber: atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação, liderança, administração/gerenciamento e educação permanente². Logo, destaca-se a liderança como elemento crucial ao processo de trabalho do enfermeiro, independentemente da dimensão de atuação e, para tanto, é indispensável habilidades como: bom relacionamento interpessoal, saber ouvir, capacidade de negociação e bom senso1. Dentre outros autores, Marquis e Huston descrevem algumas teorias sobre liderança, tais como: liderança situacional, transformacional, democrática, laissez-faire ou permissiva e a autocrática ou autoritária3 e, entende-se que independente da liderança exercida pelo enfermeiro em seu processo de trabalho administrar/gerenciar, este profissional irá encontrar inúmeros conflitos dentro de uma instituição, pois, onde há interação de indivíduos, podem ocorrer conflitos, e necessitará lançar mão de estratégias para resolvê-los e/ou negociá-los4, uma vez que os conflitos têm efeitos significativos nas relações de trabalho em equipe. Objetivo: Descrever as estratégias utilizadas pelo enfermeiro para resolução de conflitos. Descrição metodológica: Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, realizado em duas instituições privadas de saúde de médio porte, situados na cidade de Curitiba/PR. Os participantes da pesquisa foram enfermeiros que exercem cargos de gerente, coordenação, chefia ou supervisão de Enfermagem em diversas áreas de atuação no âmbito hospitalar dessas instituições, que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: gerente de enfermagem, coordenação de enfermagem, chefia de enfermagem e/ou supervisores que exercem essa função há mais de seis meses, possuindo como formação superior o bacharelado em Enfermagem, totalizando 17 profissionais. Os dados foram coletados no período de junho a julho de 2015, por meio de um questionário estruturado, composto de três partes, sendo que a primeira contém oito questões de perfil sócio demográfico do participante, a segunda parte contendo quatro perguntas de nível de conhecimento acadêmico e, para finalizar, a última parte com cinco questões fechadas sobre conhecimentos acerca da temática do estudo. Esta pesquisa foi realizada conforme as diretrizes da resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), do Ministério da Saúde (MS), aprovado pelo Comitê de Ética (CEP) do Centro Universitário Autônomo do Brasil - (UniBrasil) sob o parecer nº 45499315.9.0000.0095. Resultados: Apontaram que ao adotarem um estilo de liderança a ser exercida pelos enfermeiros, predominou-se a execução da liderança situacional (41%) seguido da liderança democrática (35%). Com relação ao conflito, o de origem interpessoal (71%) foi o mais frequente nos setores de atuação dos enfermeiros que compuseram a amostra. Quanto ao conflito que mais dificulta o trabalho da equipe, houve predominância do conflito de relacionamento (59%). A estratégia mais utilizada para a resolução dos conflitos predominantes, houve destaque da estratégia denominada colaboração (76%) e, especificadamente, no momento da negociação, prevaleceu os estilos colaborativo e compromisso (41% ambos). Conclusão: Constatou-se, nesta pesquisa, que os conflitos frequentes na prática profissional do enfermeiro são o conflito interpessoal e o conflito de relacionamento; e a estratégia mais utilizada para a resolução de conflito é a estratégia de colaboração, bem como, no momento da negociação, elegeu-se o estilo colaborativo como mais utilizado, o que torna evidente que os enfermeiros-líderes são abertos ao diálogo e se adaptam a cada situação e, dessa forma, o papel do enfermeiro na resolução de conflitos é identificá-los frente à equipe de Enfermagem e utilizar estratégias que potencializem os benefícios e minimizem os danos. Implicações para Enfermagem: Este estudo buscou evidenciar a visibilidade, autonomia e importância do enfermeiro-líder na resolução de conflitos no ambiente hospitalar ao desenvolver o seu processo de trabalho gerenciar, todavia, evidenciou-se a escassez de publicações, dissertações, teses e livros que abordem esta temática. Visto que o enfermeiro enquanto chefia, coordenador ou supervisor, necessita estar preparado para assumir o papel de líder de equipe, estando apto a desenvolver habilidades e competências tanto para liderar, como para solucionar conflitos com a equipe de enfermagem, há necessidade de que essa temática seja abordada de forma ampla e densa pelas IES, especificamente a coordenação pedagógica, no que diz respeito à elaboração e discussão do Plano Pedagógico de Curso (PPC), bem como pelos docentes de Enfermagem, durante o processo de formação de novos enfermeiros, a fim de desenvolver habilidades relacionais à temática, que contribuam na segurança e competência profissional frente a situações conflituosas. Referências: 1. Amestoy SC, Backes VMS, Thofehm MB, Martini JG, Meirelles BHS, Trindade, LL. Gerenciamento de conflitos: desafios vivenciados pelos enfermeiros-líderes no ambiente hospitalar. Revista Gaúcha de Enfermagem. [Internet] 2014; 35 (2): 79-85. 2. Ministério da educação (BR), Conselho Nacional de Educação. Resolução 3, de 07 de novembro de 2001: Diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em enfermagem. Brasília : Ministério da Educação, 2001. 3. Marquis BL, Huston CJ. Administração e liderança em enfermagem: teoria e prática. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. 4. Conrradi EM, Zgoda RW, Paul MFB. O gerenciamento de conflitos entre a equipe de enfermagem. Rev. Cogitare Enfermagem. 2008; 13 (2): 184-93. Descritores: Gerência; Conflito; Relações Interpessoais. Eixo II: A formação em Enfermagem: da política à prática profissional. Área temática: Políticas e Práticas de Educação e Enfermagem.