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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 565

Roda de Conversa


565

ENSINO DA PRÁTICA ASSISTENCIAL EM ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE - INOVAÇÃO METODOLÓGICA.

Autores:
Marieta Fernandes Santos (Universidade Estadual do Oeste do Paraná -UNIOESTE - Foz do Iguaçu) ; Sheila Cristina Rocha Brischiliari (Universidade Estadual do Oeste do Paraná -UNIOESTE - Foz do Iguaçu) ; Aline Suelen Miura (Universidade Estadual do Oeste do Paraná -UNIOESTE - Foz do Iguaçu) ; Wesley Martins (Universidade Estadual do Oeste do Paraná -UNIOESTE - Foz do Iguaçu) ; Maria de Lourdes de Almeida (Universidade Estadual do Oeste do Paraná -UNIOESTE - Foz do Iguaçu)

Resumo:
Introdução: Mudar nossa forma de ensinar tem sido um grande desafio. Diante das Diretrizes Curriculares para o Curso de Enfermagem e da proposta de aquisição de conhecimento da realidade em saúde por meio da busca de competências na assistência, no ensino e na pesquisa em saúde, nos propusemos a aproximar da realidade dos diferentes espaços de ensino propiciando ao acadêmico de enfermagem a vivenciar a unidade de saúde como esse espaço de aprendizagem. Partindo do pressuposto que as competências cognitivas, pessoais e sociais dos educandos se adquirem por meio de experiências inovadoras e a utilização de outras formas de aprendizagem como a sala de aula invertida, as tecnologias, os espaços virtuais e reais de aprendizagem permitem a ampliação da sala de aula em múltiplos espaços do cotidiano1. Com a ampliação do ensino superior, a graduação dos profissionais da área de saúde tem sido parâmetros para o debate sobre a formação na área, surgindo novos obstáculos para a formação do enfermeiro, diretamente relacionadas a mudanças no perfil desses estudantes e a consequente transformação dos modelos de atenção em saúde, tornando-se necessário a inclusão de diferentes práticas pedagógicas2. Cada disciplina, conteúdo programático (n.a) possui sua linguagem própria, devendo ser estruturado para que haja comunicação em todas as suas manifestações, atingindo o seu núcleo de interesse que é o aluno3. Objetivos: Avaliar a atividade de ensino de visita à unidade de saúde como primeira atividade de inserção do acadêmico do 1º ano do Curso de Enfermagem na Atenção Básica à Saúde. Materiais e métodos: Estudo descritivo e avaliativo4 realizado entre os acadêmicos do 1º ano do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Foz do Iguaçu- PR, após atividade de trabalho em grupo sobre visita realizada às unidades de saúde próximas à residência de alguns dos acadêmicos dos grupos, na disciplina de Políticas de Saúde e Prática Assistencial em Saúde Coletiva, atividade realizada antes de se apresentar o conteúdo pedagógico referente às UBS. Foram visitadas 8 (oito) Unidades Básicas de Saúde (UBS), sendo que 3 delas são Unidades de Saúde da Família (USF), as demais unidades abertas, todas as 7 distribuídas pelos 5 Distritos Sanitários em Saúde presentes no munícipio de Foz do Iguaçu - PR., e 1 unidade de saúde de cidade vizinha à Foz do Iguaçu, localizada em Santa Terezinha de Itaipu - PR. Para a avaliação da atividade de ensino foi elaborado um questionário com 12 questões semiestruturadas por meio de Formulário 'Google' e solicitado colaboração dos acadêmicos para procederem a avaliação, após consentimento dos mesmos. Resultados: Obtivemos respostas de 20 (60,6%) acadêmicos matriculados na disciplina. A média de idade dos acadêmicos é de 20 anos, 17 (85%) do sexo feminino e 3 (15%) do sexo masculino. Para conhecermos se tinham experiência anterior no ensino da área de saúde e em unidades básicas de saúde, perguntamos sobre essas experiências. 15 (78,9%) referiram não ter realizado nenhum curso da área de saúde antes de ingressar no Curso de Enfermagem e 4 (21,1%) já cursaram cursos na área de ensino técnico. Quanto a experiência na atenção básica 16 (80%) afirmaram que sim e 4 (20%) referiram não terem sido atendidos em UBS. Dos que responderam sim, apenas 4 (21,1%) referiram participar ou serem atendidos em programas de atenção à saúde ou pela equipe de saúde da família. Dos 16 acadêmicos que referiram ter tido atendimento em UBS, 12 responderam os tipos de atendimento utilizados: dentista, psicóloga, nutricionista, vacinas, consultas com especialistas, demanda espontânea, consulta médica. A maioria referiu desconhecer os direitos ao atendimento por médicos e enfermeiros, assim como serem encaminhadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mesmo sem ter indicação para esse tipo de atendimento. Na visita às UBS apenas 1 grupo de trabalho não conseguiu conversar com a Enfermeira da unidade de saúde. Para os acadêmicos a atuação do Enfermeiro nas UBS é pautada na assistência e na gestão, significando que o profissional é essencial para a atuação da equipe de saúde, assim como visualizaram autonomia em seu trabalho. Relataram sobre a importância do atendimento da UBS junto aos usuários e que observaram a integralidade, universalidade e regionalização do serviço de saúde. Dos acadêmicos entrevistados 18 (90%) consideraram muito importante a atividade para a aproximação à realidade da atenção básica à saúde e das funções do Enfermeiro como forma de conhecimento de suas rotinas administrativas tal como a organização da equipe, distribuição da demanda, fluxos entre outras e também sugeriram aos docentes, maior formalização dos critérios de avaliação para esse tipo de atividade em outro espaço de aprendizagem, além da sala de aula como facilitadora no processo ensino aprendizagem. Conclusões: Aproximarmos os acadêmicos da realidade de diferentes espaços de aprendizagem nos permite avaliar e desenvolver atitudes mais ativas e criativas por parte dos educandos, assim como a aprendizagem de conteúdos teóricos que possam ser mais bem visualizados na prática. Despertando-os para uma prática mais ativa com um conhecimento prévio das UBS, além da oportunidade de desenvolver uma formação crítico-reflexiva para o futuro profissional que está a se constituir. A elaboração desse método propicia uma conduta crítica e proativa, fortalecendo não somente como futuro profissional, mas também como cidadão. Contribuições/Implicações para enfermagem: O perfil do futuro profissional está diretamente relacionado à sua formação e ao processo ensino e aprendizagem. A adoção de metodologias ativas no ensino da saúde coletiva no Curso de Enfermagem tem propiciado o desenvolvimento de habilidades, atitudes e competências nos educandos com vistas à aquisição de conhecimentos das políticas públicas em saúde em nosso país, mas também, além disso, permitiu conhecer e caracterizar as percepções dos estudantes em relação aos processos de ensino e aprendizagem. Palavras-chaves: Ensino, Atenção Básica à Saúde, Metodologia de Avaliação. Referências 1. MORÁN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. [Coleção Mídias Contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Vol. II] Carlos Alberto de Souza e Ofelia Elisa Torres Morales (orgs.). PG: Foca Foto-PROEX/UEPG, 2015. 2. SILVA, KL et al. Desafios da Formação do enfermeiro no contexto da Expansão do ensino superior. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 16, n. 2, p. 380-387, junho de 2012. 3. QUEIRÓS, PJP. Conceitos disciplinares em uso por estudantes de licenciatura e de mestrado em Enfermagem. Rev. Enf. Ref., Coimbra, v. IV, n. 2, p. 29-40, jun. 2014 . 4. Silva, RGD. Relato de uma pesquisa avaliativa sobre as contribuições da psicologia para o ensino médio. Psicologia: Ensino & Formação, 2011, 2 (1): 57-76.