Comunicação coordenada
500 | A PRÁTICA DA SIMULAÇÃO REALÍSTICA COMO METODOLOGIA ATIVA NA APRENDIZAGEM SOBRE SEGURANÇA DO PACIENTE - A EXPERIENCIA DA ESCOLA DE ENFERMAGEM ALFREDO PINTO-UNIRIO. | Autores: Sonia Regina de Souza (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Escola de Enfermagem Alfredo Pinto) ; Renata Flavia Abreu da Silva (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Escola de Enfermagem Alfredo Pinto) ; Karinne Cristinne da Silva Cunha (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Escola de Enfermagem Alfredo Pinto) ; Danielle Galdino de Paula (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Escola de Enfermagem Alfredo Pinto) ; Mônica de Almeida Carreiro (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Escola de Enfermagem Alfredo Pinto) |
Resumo: A PRÁTICA DA SIMULAÇÃO REALÍSTICA COMO METODOLOGIA ATIVA NA APRENDIZAGEM SOBRE SEGURANÇA DO PACIENTE - A EXPERIÊNCIA DA ESCOLA DE ENFERMAGEM ALFREDO PINTO-UNIRIO. Sônia Regina de Souza Renata Flavia Abreu da Silva Karinne Cristinne da Silva Cunha Danielle Galdino de Paula Mônica de Almeida Carreiro Introdução: A utilização de metodologias ativas tende a instigar ao discente a identificar situações, refletir, discutir, experimentar, testar, relacionar argumentar situações da prática profissional junto aos colegas discentes e aos docentes1. A publicação do Programa Nacional de Segurança do Paciente pelo Ministério da Saúde em 20132 trouxe às Graduações e Pós-graduações a responsabilidade de abordar este conteúdo na formação e aprimoramento de profissionais da área da saúde. Agregando a este fato o uso crescente de metodologias ativas no ensino1, destaca-se a possibilidade de aproximação do discente da Graduação em Enfermagem a situações a serem vivenciadas em seu futuro cotidiano como enfermeiro por meio da simulação realística. Este tipo de metodologia ativa de ensino viabiliza o desenvolvimento de competências a serem exigidas ao futuro enfermeiro, porém, de forma segura, já que a abordagem à clientela se dá em ambientes controlados1,3. Desta forma, definiu-se como objeto de estudo e possibilidade de avaliação das estratégias utilizadas o uso da simulação realística para a abordagem da temática referente à "Segurança do Paciente". Objetivos: Discutir o uso da Simulação Realística como metodologia ativa de aprendizagem na abordagem de temáticas referentes à Segurança do Paciente na Graduação em Enfermagem. Descrição metodológica: Estudo exploratório, tipo estudo de caso naturalístico e abordagem qualitativa. Conforme preconizado pela metodologia em apreço4, o estudo foi realizado em três fases: exploratória, delimitação do estudo e análise e elaboração do relatório. O estudo se deu com base nos resultados obtidos no primeiro semestre de 2016 e apresentado aos docentes da da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, durante a Oficina Pedagógica, realizada semestralmente. Foi realizada a análise documental dos dados referentes à uma disciplina optativa ofertada, escolhida para a abordagem sob a forma de estudo de caso. Os dados foram analisados pelas professoras que ofertaram a disciplina e os componentes da comissão que gerencia o laboratório de simulação da escola em apreço. Resultados: Na fase 1, denominada exploratória, foi especificado como ponto crítico a abordagem da temática "Segurança do Paciente" por meio da simulação realística. Como fonte de dados foi utilizada a documentação referente à disciplina optativa "Segurança do Paciente e Gerenciamento do Risco no Ambiente Hospitalar", ofertada no primeiro semestre de 2016, no curso de Graduação em Enfermagem, da referida instituição. A fase 2 compreendeu delimitar como foco o uso de dois cenários clínicos relacionados, a saber, um cenário tendo como tema "Erro de Medicação" e o outro "Segurança na Hemotransfusão". Os discentes inscritos na disciplina agiram como "atores" e um deles se propôs a ser o "voluntário" que participaria ativamente na cena. Posteriormente houve a discussão (debriefing), momento que promove uma reflexão sobre problemas que geram curiosidade e desafio aos discentes, identificando e organizando soluções hipotéticas mais adequadas à situação. A fase 3 deu-se durante toda a execução da simulação, assim como, no momento da discussão final, realizou-se a avaliação da disciplina com os discentes concluintes, por meio das docentes que a ofertaram. As docentes observaram o grande envolvimento discente com a simulação, inclusive por meio dos relatos que incentivavam o seu uso em maior extensão na graduação. Devido ao desenvolvimento tecnológico crescente nas últimas décadas, o ensino também tem passado por mudanças, trazendo consigo a necessidade de inovação nas metodologias escolhidas para a abordagem em sala de aula5. A proximidade com a realidade, mas em ambiente seguro e controlado, traz a simulação realística como grande metodologia ativa a ser implementada ao aprendizado de profissionais da área da saúde. Ao poder vivenciar situações simuladas, com um cliente vivenciado por um ator ou simulador de alta fidelidade fisiológica, o discente se compromete com o seu aprendizado, tende a desenvolver com maior propriedade as suas tomadas de decisão, além do aspecto psicológico envolvido. A estrutura do laboratório de simulação permite a alocação de recursos materiais e humanos de forma a reproduzir um ambiente similar ao real, preparando o discente antes de sua ida ao campo prático5. Ao se associar este fato ao contexto da Segurança do Paciente, observa-se a sua perfeita adequação pelo fato de se poder preparar melhor o discente, tendendo a maior qualidade na assistência prestada e a minimização de risco. O local de ocorrência das atividades referentes à disciplina anteriormente citada, o Laboratório de Simulação e Aprimoramento Clínico EEAP/UNIRIO, é visto com inúmeras possibilidades de aplicação não somente no campo da formação, mas também para o aprimoramento profissional. Além do possível uso multiprofissional e interdisciplinar, o que atesta o seu potencial inovador na realidade da universidade em apreço. Conclusão: É possível o uso da simulação realística na abordagem da temática referente à Segurança do Paciente, na Graduação em Enfermagem, possibilitando a interdisciplinaridade durante a sua realização, bem como favorecendo a associação da aprendizagem teórica com a prática, tal qual o futuro enfermeiro se deparará no seu cotidiano da prática. Implicações para a Enfermagem: O uso iminente e, diga-se, necessário de protocolos que norteiem a prática profissional, aliado a experiência por meio de atividades que articulem conhecimento científico e formas de fazer, por meio de metodologias ativas de ensino, se faz fundamental no intuito de se proporcionar qualidade à assistência e minimizar a ocorrência de desfechos não desejados. Referências: 1. Martins JCA. A experiência clínica simulada no ensino de enfermagem: retrospectiva histórica. Acta Paul Enferm. 2012;25(4):619-25. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n4/22.pdf 2. Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Diário Oficial da União 02 abr 2013 [acesso em 2014 Maio 5]; Seção 1,(62):43. Disponível em: http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=43&-data=02/04/2013 3. Teixeira INDO, Felix JVC. Simulação como estratégia de ensino em enfermagem: revisão de literatura. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/icse/2011nahead/aop3011 4. Ventura, M.M. O Estudo de Caso como Modalidade de Pesquisa. Rev SOCERJ. 2007;20(5):383-386 setembro/outubro. Disponível em: http://unisc.br/portal/upload/com_arquivo/o_estudo_de_caso_como_modalidade_de_pesquisa.pdf 5. Quilici AP, Abrão KC, Timerman S, Gutierrez F. Simulação Clínica - do conceito à aplicabilidade. São Paulo: Atheneu, 2012. Descritores: Segurança do Paciente; Treinamento por Simulação; Educação em Enfermagem. Eixo 1 - Processo de ensino-aprendizagem na formação em Enfermagem Área Temática: Metodologias ativas no Ensino de Enfermagem |