Roda de Conversa
244 | SIMULAÇÃO CLÍNICA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES PROFISSIONAIS DO ENFERMEIRO: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Alessandra Vaccari (Faculdade do Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS)) ; Fernando Riegel (Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)) |
Resumo: SIMULAÇÃO CLÍNICA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS E HABILIDADES PROFISSIONAIS DO ENFERMEIRO: RELATO DE EXPERIÊNCIA Alessandra Vaccari1, Fernando Riegel2 Introdução: o contexto do ensino superior em resposta aos avanços sociais e mudança no perfil epidemiológico das doenças associado a complexidade dos problemas apresentados pelos indivíduos tem exigido mudança no paradigma educacional dominante, rompendo com o modelo tradicional do ensino com ênfase na transmissão de conhecimentos, conteúdista e bancária. Essa discussão toma novas dimensões quando falamos da formação do profissional em saúde, onde teoria e prática se conjugam para uma visão holística do ser humano. No Brasil, o ensino de graduação em enfermagem está pautado nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN's)1, estabelecidas pela Resolução Nº 03 de 07/novembro/2001, do Conselho Nacional de Educação, as quais definem as competências gerias e específicas para formação do enfermeiro, o perfil do egresso e o princípio do aprender a aprender, a formação generalista, humanista, crítica e reflexiva e a formação centrada no estudante, com o professor no papel de facilitador da aprendizagem1. Assim, o Enfermeiro deve possuir, além do conhecimento técnico-científico, as competências e habilidades gerais indicadas nas diretrizes, são elas: atenção à saúde, tomada de decisões, comunicação, liderança, educação permanente, administração e gerenciamento; atuando com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, promovendo a saúde integral do ser humano1. Hoje, a simulação clínica tem papel importante na graduação de enfermagem, se constituindo como uma metodologia essencial para o ensino e aprendizagem dessas competências e habilidades; com a simulação clínica, o estudante tem uma formação pró-ativa desenvolvendo o pensamento crítico com abordagem holística e foco na totalidade do cuidado, ou seja, nas dimensões humanas, valores, crenças e espiritualidade dos seres que são cuidados, vivenciando as competência e habilidades num ambiente controlado e isento de riscos para os pacientes e discentes2. Objetivo: relatar a experiência docente na utilização da simulação clínica como metodologia de ensino e aprendizagem para o desenvolvimento das competências e habilidades profissionais na formação do enfermeiro. Metodologia: relato de experiência3 referente à prática docente com a utilização da simulação clínica como estratégia de metodologia ativa no ensino e aprendizagem de acadêmicos de enfermagem, com vistas ao desenvolvimento das competências e habilidades profissionais do enfermeiro, prática essa realizada no curso de graduação em enfermagem de uma faculdade localizada na região sul do Brasil. Resultados: as simulações clínicas foram realizadas em laboratório específico de simulação clínica, no primeiro e segundo semestre de 2015 e no primeiro semestre de 2016, no curso de graduação em enfermagem, no componente curricular que aborda os conhecimentos sobre enfermagem materno-infantil. Todas as situações problemas e casos clínicos desenvolvidos estavam ligados a conteúdos já apresentados e discutidos pelo professor em sala de aula. O objetivo foi proporcionar aos acadêmicos espaço de aprendizagem e retomada dos conteúdos teóricos, aplicando-os na prática. As situações programadas e contextualizadas permitiram aos acadêmicos a oportunidade de construir conhecimento técnico-científico e desenvolver inúmeras competências e habilidades profissionais; exercitando principalmente a comunicação, a humanização do atendimento, o raciocínio clínico, o pensamento reflexivo e tomada de decisão com base no pensamento crítico, conforme a sequência dos acontecimentos4. Durante as práticas, o papel do enfermeiro foi protagonizado por um estudante da própria turma, e dependendo da situação, foram utilizados bonecos manequins ou atores previamente orientados pelo professor. Ao final da simulação, foi realizado o debriefing, momento da discussão em grupo acerca da situação vivenciada, com o professor no papel de facilitador da construção do conhecimento, fornecendo o feedback do desempenho através da avaliação dos estudantes5. A avaliação da simulação exige metodologia especializada como, por exemplo, o uso de instrumentos como Objective Structured Clinical Examination (OSCE)5. Considerações Finais: a metodologia da simulação clínica teve elevados níveis de satisfação entre os estudantes. Após as práticas, verificou-se que os estudantes adquiriram maior confiança para o contexto real, diminuindo a ansiedade, realizando planejamento crítico-reflexivo mais adequado das ações profissionais, tomando decisões acuradas com qualidade e segurança. Contribuições para enfermagem: assim, podemos concluir que a simulação clínica auxilia estudantes no desenvolvimento das competências e habilidades profissionais necessárias ao enfermeiro. Também evidenciou-se que a simulação clínica demonstra eficácia na educação com foco nas habilidades cognitivas, comportamentais e hábitos da mente necessárias para um bom pensador crítico e futuros enfermeiros o que ficou evidente na experimentação real do conhecimento científico. Descritores: Ensino, Simulação Realística, Enfermagem. Eixo 1: Processo de ensino-aprendizagem na formação em Enfermagem Área temática 5: Metodologias ativas no Ensino de Enfermagem REFERÊNCIAS 1. Brasil. Resolução CNE/CES n° 3, de 7 de novembro de 2001: Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem, 2001. 2. Facione, PA. Critical Thinking & Clinical Judgement: Goals 2000 for Nursing Science.1995; Paper apresentadona Annual Meeting of the Western Institute of Nursing. San Diego, CA. 3. Polit, DF; Beck, CT. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: avaliação de evidências para a prática de enfermagem. 7ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 4. Cerullo, JASB, Cruz, DALM. Raciocínio clínico e pensamento crítico. Rev Latino Americana de Enf. 2010; 18 (1) [6 telas]. 5. Teixeira, Ilka NDO.; Felix, Jorge VC. Simulação como estratégia de ensino em enfermagem: revisão de literatura. Interface Comun. Saúde Educ., Botucatu, v. 15, n. 39, p. 1173-1184, 2011. Disponível em: . Acesso em: 09 abr. 2016. _________________________ 1. Enfermeira, Mestre em Saúde da Criança e Doutoranda em Saúde da Criança (PUCRS), Professora Assistente da disciplina de Processo de Cuidar no Ciclo Vital II da Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (FADERGS), av.vaccari@gmail.com 2. Enfermeiro, Mestre em Educação (UNISINOS), Doutorando em Enfermagem Universidade Federal do Rio Grande do Sul. |