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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 210

Roda de Conversa


210

INTRODUÇÃO DA FLIPPED CLASSROOM NO ENSINO DE ENFERMAGEM: RELATO DE UMA AULA SOBRE PENSAMENTO CRÍTICO-CRIATIVO.

Autores:
Caroline Porcelis Vargas (Universidade Federal de Santa Catarina) ; Paola da Silva Diaz (Universidade Federal de Santa Catarina) ; Jouhanna do Carmo Menegaz (Universidade Federal do Pará)

Resumo:
INTRODUÇÃO DA FLIPPED CLASSROOM NO ENSINO DE ENFERMAGEM: RELATO DE UMA AULA SOBRE PENSAMENTO CRÍTICO-CRIATIVO. Caroline Porcelis Vargas, Jouhanna do Carmo Menegaz, Paola da Silva Diaz O pensamento crítico e a criatividade são temas importantes para estudos na área da educação em enfermagem, sendo que desenvolver habilidades de pensamento crítico-criativo ajuda os estudantes (futuros enfermeiros), através da experiência, investigação e raciocínio, na tomada de decisão. Considerando que as necessidades de saúde estão cada vez mais complexas, o pensamento crítico em enfermagem deve ser intencional, dirigido para os resultados, e impulsionado por necessidades dos pacientes e guiados por padrões profissionais. [1] As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem (DCNs-Enf) visam à formação de um profissional com perfil generalista, crítico-reflexivo, o qual fomente mudanças na práxis de saúde. [2] Educadores da enfermagem devem sempre pensar em maneiras diferentes e novas estratégias para incentivar a aprendizagem ativa e melhorar habilidades de pensamento crítico dos alunos. Com o intuito de tornar as aulas atraentes, objetivas e com o foco no aluno alguns autores tem apresentado o Flipped Classroom ou "sala de aula invertida" como possibilidade de organização curricular diferenciada, que permita ao aluno o papel de sujeito de sua própria aprendizagem, reconhecendo a importância do domínio dos conteúdos para a compreensão ampliada do real e mantendo o papel do professor como mediador entre o conhecimento elaborado e o aluno. [3] A Flipped Classroom pode aprimorar a interação entre os estudantes e o professor, promovendo um ambiente de aprendizagem onde os estudantes passam a ser responsáveis pelo seu próprio aprendizado. [4] Buscou-se então o objetivo de apresentar métodos de flipped classroom para discutir as experiências formativas da enfermagem na perspectiva do pensamento crítico-criativo. Este trabalho é o relato de uma aula expositiva dialogada realizada em 2016 com os discentes e docentes de uma disciplina do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, onde os participantes foram apresentados a três metodologias de flipped classroom: Just in Time Teaching; Peer Instruction; Problem Based Learning. Antes da realização dessa aula proposta, foi enviado para o email pessoal de cada um dos participantes um vídeo sobre a temática do pensamento crítico para servir como "warm up" para a aula, junto com o vídeo foram enviadas também perguntas, para serem respondidas até 24 horas antes da aula. As respostas enviadas foram analisadas e selecionadas pelos responsáveis para serem utilizadas na aula em uma das metodologias adotadas. No primeiro momento da aula o Just in Time Teaching foi a metodologia utilizada para a conceituação do tema Pensamento Critico de tal maneira que as respostas enviadas por email foram expostas aos participantes juntamente com conceitos de teóricos no tema, após isso foi discutido e formulado um mapa conceitual sobre Pensamento Crítico. Dessa maneira foi apresentado o Just in Time como possibilidade de metodologia para ser adotada no ensino de enfermagem, sendo que todos os participantes envolveram-se e sentiram que a didática foi útil para a aquisição do conhecimento proposto. Para a realização do Peer Instructure foi apresentada uma breve introdução sobre o que, enquanto responsáveis pela aula, entendemos sobre criatividade e também o que encontramos sobre o tema nas bases de dados da saúde. Um questionário sobre criatividade foi exposto e os participantes da aula incentivados a responder as questões com seus conhecimentos prévios. Em uma aula estruturada de Peer Instructure nos avaliaríamos a quantidade de respostas certas: menos de 30% de respostas certas nós repassaríamos a aula sobre a temática; entre 30 e 70% nós proporíamos que a aula fosse discutida em duplas para que então as respostas fossem elaboradas em duplas; e mais de 70% seguiríamos com o conteúdo seguinte. No caso da nossa aula propusemos que todos formassem duplas e discutissem as respostas que haviam formulado para então socializar com a turma. Esse formato re-estruturado da didática nos permitiu validar todas as respostas apresentadas, uma vez que a discussão não se baseava em apenas acertos e sim na discussão e troca de experiências. Novamente foi realizado um mapa conceitual, com o tema criatividade que foi colocado ao lado do mapa do pensamento crítico para possíveis adaptações no decorrer da aula. Em um segundo momento da aula usamos a Problem-Based Learning (PBL) para relacionar experiências formativas na enfermagem com o desenvolvimento do pensamento crítico-criativo. A didática do PBL deve ter ser aplicada em grupos, onde um dos integrantes do grupo é o tutor que ajuda a esclarecer dúvidas no decorrer da atividade. O PBL se divide em duas sessões, na primeira um problema é apresentado ao grupo que o analisa e propõe ideias para sua solução, sendo que de forma conjunta eles discutam tais ideias mas individualmente busquem dados para fomentar tais ideias e outras com o objetivo de solucionar o problema proposto. Em uma segunda sessão do PBL cada grupo partilha os achados com os outros grupos de maneira que a discussão seja aberta para todos, e todas as soluções sejam validadas. Usamos o PBL dividindo a turma em dois grupos e achamos apropriado utilizar as próprias experiências expostas nas discussões da aula como problemas para que cada grupo trabalhasse com um problema diferente, analisando o problema do outro grupo por sua própria perspectiva. Após a formulação das soluções os grupos apresentaram soluções aos problemas propostos e a turma interagiu de maneira a também dividir algumas experiências que seriam úteis na tomada de decisão para a solução dos problemas. Disponibilizar materiais didáticos em mídias, incentivar os estudantes a questionarem suas atitudes e ideias e também a procurarem as respostas aos seus questionamentos são algumas das estratégias dessas metodologias de aula invertida, que já são utilizadas na área da educação desde os anos 90, principalmente nos Estados Unidos, e agora aparecem como forma de possibilitar aos estudantes se colocarem no papel de ativos na aprendizagem. Como conclusão para esse relato de experiência podemos destacar que as flipped classroom são didáticas disponíveis para o ensino de enfermagem que podem propiciar o desenvolvimento do pensamento crítico e a criatividade dos estudantes, sendo estes componentes indispensáveis para a atuação do enfermeiro na prática, ensino e pesquisa. Referências: 1 Chan, ZC. A systematic review of critical thinking in nursing education. Nurse Educ Today. [Internet]. 2013 Feb [cited 2016 June 30] 33(3): 236-40. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23394977 2 Lima, MM; Reibnitz, KS; Prado, ML; Kloh, D. Integralidade como princípio pedagógico na formação do enfermeiro. Texto contexto - enferm. [Internet]. 2013 Mar [cited 2016 June 30] 22(1):106-113. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072013000100013&lng=en 3Schneider, EI et al. Sala de Aula Invertida em EAD: uma proposta de Blended Learning. Intersaberes (Facinter). [Internet]. 2013 [cited 2016 June 30] 8: 68-81. Available from: http://www.grupouninter.com.br/intersaberes/index.php/revista/article/view/499 4 Bergmann, J; Overmyer, J; Willie, B. The Flipped Class: What It Is and What It Is Not. 28Th Annual Conference on Distance Teaching & Learning. [Internet]. 2012 [cited 2016 June 30]. Available from: http://www.uwex.edu/disted/conference/resource_library/proceedings/56511_2012.pdf Descritores: Enfermagem; Ensino; Metodologia.