Comunicação coordenada
86 | SIMULAÇÃO CLÍNICA: DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIA RELACIONAL E HABILIDADE PRÁTICA EM FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM | Autores: Luciara Fabiane Sebold (Universidade Federal de Santa Catarina) ; Silvana Silveira Kempfer (Universidade Federal de Santa Catarina) ; Juliana Balbinot Reis Girondi (Universidade Federal de Santa Catarina) ; Roseli Smoeller (Universidade Federal de Santa Catarina) |
Resumo: SIMULAÇÃO CLÍNICA: DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIA RELACIONAL E HABILIDADE PRÁTICA EM FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM Luciara Fabiane Sebold Silvana Silveira Kempfer2 Juliana Balbinot Reis Girondi3 Roseli Smoeller4 INTRODUÇÃO A Enfermagem tem discutido inovações no ensino. O desenvolvimento de competências pode se dar por meio de metodologias ativas, utilizando os ambientes simulados. A simulação é uma metodologia ativa de ensino, empregada nos cursos da área da saúde e da Enfermagem, Apresenta-se como um diferencial das outras metodologias de ensino, pois permite a aprendizagem experiencial, centrada no aluno em ambiente seguro, amparada por uma reflexão, guiada por um professor(1). A Simulação clínica é definida como uma técnica que utiliza uma situação ou ambiente criado para permitir que as pessoas tenham experiências de uma representação de ambientes reais com intuito específico de aprendizagem, de melhoria das competências, realização de avaliações, ensaio ou para adquirir conhecimento de sistemas ou ações humanas(2). Esta pesquisa teve por objetivo descrever como a simulação clínica pode desenvolver competência relacional e habilidades práticas. MÉTODO Desenvolvido com 32 alunos de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina matriculados na disciplina de Fundamentos para o Cuidado Profissional de Enfermagem. As etapas da elaboração da simulação foram à elaboração de casos clínicos; constituição dos grupos. Cada grupo tomou conhecimento do seu caso clínico, tendo como tarefa trabalhar em equipe, escolher os cuidados prioritários para a situação, listar os materiais necessários e realizar as anotações de enfermagem; Separação de materiais para procedimentos de enfermagem referentes aos casos clínicos. Os dados foram coletados em portfólios no período de abril de junho de 2015. Portfólio é um documento elaborado pelos alunos com suas reflexões acerca de atividades didáticas no decorrer do semestre letivo. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo proposta por Bardin (2009). Este estudo faz parte do Macro projeto "Metodologias ativas de ensino na formação profissional em enfermagem: repensando as estratégias para o ensino - aprendizagem na graduação" aprovado pelo comitê de ética em pesquisa em seres humanos da Universidade Federal de Santa Catarina sob protocolo 193/09 FR 272286. RESULTADOS A simulação clínica tinha como objetivo desenvolver a competência relacional, envolvendo o trabalho em equipe e as relações estabelecidas e a competência atitudinal, que busca o desempenho para realização dos procedimentos de enfermagem. Relacionamento Interpessoal em Equipe A simulação pode ser uma estratégia para desenvolver competência interpessoal no que diz respeito ao relacionamento em equipe. O respeito à opinião do outro e a tomada de decisão em parceria demonstra que a interação entre os alunos é importante em situações de cuidado. Foi uma atividade muito produtiva, conseguimos nos organizar e realizar os procedimentos. "Me fez refletir sobre a importância do trabalho em equipe, da concentração no que está sendo realizado e dito, da união e da empatia para realizar um trabalho em equipe eficiente".(A4) Mesclar os grupos em atividades de simulação auxilia o desenvolvimento da competência relacional quanto precisam respeitar o outro e saber ouvir opiniões diversas e o grupo chegar a um consenso. "Recebemos um estudo de caso e em grupos discutimos o estudo, fazendo diversas considerações sempre levando em conta os diferentes pontos de vista. Cada aluno tinha a chance de falar o que pensava, e qual era a melhor forma de contribuir com o caso". (A12) Realização dos Procedimentos de Enfermagem Ao praticarem a simulação os alunos tem a oportunidade de realizar os procedimentos de enfermagem com o intuito de sentirem-se mais seguros na prática clínica com as pessoas, em ambiente hospitalar. "Foi ótimo tirar as dúvidas e relembrar os procedimentos. Este momento faz nos sentir mais seguros e confiantes para as práticas no hospital que iniciam amanhã. Todos os professores relembraram muito bem as técnicas, frisando pontos importantes". (A6) DISCUSSÃO Os alunos perceberam a importância do trabalho em equipe, que orienta as ações, estabelece as prioridades, e neste sentido a competência relacional enfatizava as relações de liderança e co-participação das decisões. Diante dos depoimentos percebeu-se que os alunos aprovaram a atividade de simulação e conseguiram extrapolar a questão da realização de procedimento, enfatizando a importância do trabalho em equipe. A simulação permite aumentar a consciência das reais capacidades e a percepção dos pontos positivos e negativos, contribuindo para que os estudantes deixem de ter uma atitude passiva no seu processo de aprendizagem (3). Além disso, a possibilidade de desenvolver a competência relacional assume a perspectiva de inovação que amplia a necessidade de uma prática interdisciplinar, do trabalho em equipe e da gestão participativa, contribuindo para a efetivação de uma relação interna nas quais são discutidas as questões do trabalho, no sentido de olhar cada um na sua individualidade e especificidade (4). O Ensino simulado proporciona que as pessoas experenciem a representação de ambientes reais com intuito específico de aprendizagem, a melhoria das competências, realização de avaliações, ensaio ou para adquirir conhecimento de sistemas ou ações humanas (2). O uso de práticas simuladas tem garantido um ambiente seguro para a realização das intervenções de enfermagem, o que contribui para o fortalecimento, do aluno, da autoconfiança, sendo importante, pois permitem aos estudantes cometer erros, ser corrigidos aprendendo com eles sem provocar dano ao paciente (5). As práticas simuladas possuem vantagens, pois contemplam a proximidades as situações reais, permitindo ter mais segurança para realização dos procedimentos seguindo os protocolos de cuidados, minimizando o risco dos pacientes em receber cuidados de alunos com poucas habilidades, além de aprendizagem mais lúdica, atrativa e envolvente para o aluno, estimulando a tomada de decisão e o raciocínio clínico (2). CONSIDERAÇÕES FINAIS A possibilidade de desenvolver estratégias de ensino nos quais o aluno possa ser protagonista de seu aprendizado e ter segurança no cuidado prestado é um imperativo na educação em enfermagem. Os benefícios resultantes para os estudantes, os docentes e a prática clínica demostrou-se como um método importante para ensino/aprendizagem/avaliação. Neste sentido, a simulação é uma estratégia que pode ser utilizada no ensino da enfermagem, pois aborda a capacidade de trabalho em equipe, tomada de decisões, além da realização dos procedimentos de enfermagem. REFERÊNCIAS 1. Oliveira Saionara Nunes; Prado Marta Lenise; Kempfer Silvana Silveira. Utilização da simulação no ensino da enfermagem: revisão integrativa. Rev Min Enferm. 2014 abr/jun; 18(2): 487-495 2. Ospina, Patricia Durán; Pinzón, Carol Violet; Yepes, Angela; Martínez, Carlos Eduardo; Duque, William; Betancourt, Claudia Lorena; Castro, Monica Margarita Baron. Simulación clínica: herramientas innovadoras para la educación en salud. Manual de buenas prácticas en simulación clínica para simulación basada en la evidencia. Edición y DiseñoJhon Edward Quiroz Galeano.S/ANO 3. Baptista Rui Carlos Negrão, Martins José Carlos Amado, Pereira Maria Fátima Carneiro Ribeiro, Mazzo Alessandra. Simulação de Alta-Fidelidade no Curso de Enfermagem: ganhos percebidos pelos estudantes. Rev. Enf. Ref. 2014 Mar; serIV( 1 ): 135-144. 4. Salum Nádia Chiodelli, Prado Marta Lenise. A educação permanente no desenvolvimento de competências dos profissionais de enfermagem. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2014 Abr-Jun; 23(2): 301-8. 5. Teixeira Carla Regina de Souza, Kusumota Luciana, Braga Fernanda Titareli Merizio Martins, Gaioso Vanessa Pirani, Santos Cláudia Benedita dos, Silva Vivian Libório de Sousa e et al . O uso de simulador no ensino de avaliação clínica em enfermagem. Texto contexto - enferm. 2011; 20( spe ): 187-193. Descritores: Estudantes de Enfermagem; Exercício de Simulação; Ensino Superior Eixo 1 - Processo de ensino-aprendizagem na formação em Enfermagem |