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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 19

Comunicação coordenada


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METODOLOGIAS PROBLEMATIZADORAS NO ENSINO DE ENFERMAGEM: CONTRIBUIÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO CRÍTICO-REFLEXIVO E CRIATIVO DAS ESTUDANTES .

Autores:
Joanara Rozane da Fontoura Winters (INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA-IFSC) ; Marta Lenise do Prado (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA-UFSC) ; Roberta Waterkemper (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).) ; Silvana Silveira Kempfer (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA-UFSC)

Resumo:
METODOLOGIAS PROBLEMATIZADORAS NO ENSINO DE ENFERMAGEM: CONTRIBUIÇÃO AO DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO CRÍTICO-REFLEXIVO E CRIATIVO DAS ESTUDANTES* . Joanara Rozane da Fontoura Winters¹ Marta Lenise do Prado² Roberta Waterkemper³ Silvana Silveira Kempfer4 RESUMO: Introdução: Formar um profissional com capacidade de aprender a aprender, questionador e crítico é um desafio para os docentes. Para que essa formação ocorra em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais de Enfermagem1, os docentes precisam se pautar em modelos pedagógicos inovadores, o que se torna um desafio constante, pois superar o modelo hegemônico conteudista, exige ultrapassar obstáculos e transpor paradigmas. Assim, uma nova proposta pedagógica deve estar pautada numa educação emancipatória, que se comprometa com a libertação dos estudantes e com a construção de sujeitos-esudantes capazes de problematizar suas relações no mundo em que vivem2.Objetivo: Identificar como as formandas de um Curso de Graduação em Enfermagem de uma Universidade Pública da Região Sul do Brasil percebem as metodologias utilizadas em seu processo de formação e sua contribuição ao desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo e criativo. Método: Pesquisa qualitativa ancorado no referencial de Paulo Freire. Participaram deste estudo 11 estudantes de Enfermagem do último ano do curso. Os dados foram coletados no primeiro semestre de 2012 por meio de entrevista semiestruturada individuais. O procedimento analítico adotado foi a análise de conteúdo3. Resultados: Emergiram as seguintes temáticas para análise: A Formação como processo dialógico e participativo que engloba: O professor como mediador da reflexão e facilitação da aprendizagem, os resultados mostram que Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Quando entra em uma sala de aula, o professor deve ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos educandos, a suas inibições, um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tem: a de ensinar e não a de transferir conhecimento4. O professor está em constante mudança no seu processo de ensinar e o aluno tem diferentes formas de aprender. Freire4 nos mostra que essa relação professor- educando deve ser de amor, alegria de prazer, de comprometimento, onde ambos estão aprendendo. Observa-se também que o que importa, na formação profissional, não é a repetição mecânica do gesto, este ou aquele, mas a compreensão do valor dos sentimentos, das emoções, do desejo, da insegurança a ser superada pela segurança, do medo que, ao ser "educado", vai gerando a coragem5. O professor deve ter conhecimento do que vai ensinar e, pela habilidade didático-pedagógica, articular e ampliar o conteúdo programático com a realidade. Logo, não existem receitas prontas no processo ensino-aprendizagem. Outra temática apontada é : as metodologias problematizadoras como formas diferentes de aprender, nessa temática emergiu a discussão entre o modelo tradicional e o modelo problematizador, o modelo de ensino tradicional vem sendo gradativamente substituído por novas tendências pedagógicas, as quais apontam para a necessidade da formação de um profissional crítico reflexivo, capaz de transformar a realidade social do seu cotidiano, minimizando injustiças e desigualdades. A educação problematizadora fundamenta-se na relação dialógica entre educador e educando, que possibilita a ambos aprenderem juntos, por meio de um processo emancipatório. Talvez por isso, algumas estudantes desse estudo reconheceram a contribuição das metodologias problematizadoras no seu processo de formação, enquanto outras afirmaram considerar metodologias tradicionais (expositivas) como as mais adequadas ao seu processo de aprendizagem. Por outro lado, também, é preciso reconhecer que as pessoas aprendem de diferentes maneiras e em tempos diferentes e essas características precisam ser considerados pelo professor. Neste contexto, as instituições de ensino têm que despertar nos educadores e educandos a compreensão da educação como uma nova forma, dialógica e libertadora, que supere os limites da educação tradicional e tecnicista. A análise aponta que a formação do enfermeiro é dialógica e participativa, e que os professores se preocupam com a aprendizagem do aluno. Conclusão: Este estudo mostrou que as estudantes de Enfermagem percebem o seu processo de formação como dialógico e participativo e que os professores se preocupam com o seu aprendizado. Ao mesmo tempo que, consideraram que o uso de metodologias inovadoras e problematizadoras ajudam na construção do conhecimento. Destacaram, todavia que a relação professor- aluno é fundamental para que haja aprendizagem. Isso remete, aos docentes, um grande desafio, ou seja, promover no estudante o reconhecimento de que ninguém ensina ninguém e todos aprendem em comunhão. Contribuições para a Enfermagem: Através desse estudo pode-se verificar que esse é o caminho para despertar a consciência crítica no aluno, que o ajudará a enfrentar as mais diversas situações, concedendo atitudes criativas e transformadoras. O bom professor é aquele que faz com que os alunos sejam críticos e que desenvolvam a capacidade de questionar e refletir sobre suas ações. Descritores: Educação em enfermagem, Docentes de Enfermagem, Estudantes de Enfermagem. Eixo 1 - Processo de ensino-aprendizagem na formação em Enfermagem Referências Bibliográficas: 1. Brasil (2001). Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES n. 3, de 07 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. [acesso 2012 Out 12]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf. 2. Freire, P. (2005). Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 3. Bardin, L (2011). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70. 4. Freire, P. (2011). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43ª ed. São Paulo: Paz e Terra; 5. Backes, V. M. S. Moya, J. L. M. Prado, M. L. Menegaz J. C. Cunha, A. P. Francisco, B. S. (2013). Expressões do conhecimento didático do conteúdo de um professor experimentado de enfermagem. Texto Contexto Enferm. [online]. [cited 2015 Set 18]. v22, n3, p.804-180. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072013000300029&lng=en * Este estudo é parte da Dissertação - Formação em enfermagem para o Sistema Único de Saúde numa perspectiva crítico e criativa: visão dos formandos de mestrado em enfermagem, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil, em 2012. ¹ Enfermeira, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação da UFSC. Professora do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). Membro do grupo de Pesquisa Educação, Saúde e Enfermagem (EDEN) da Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: joanaraw@ifsc.edu.br. ² Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta da Universidade Federal de Santa Catarina. Membro do Grupo de Pesquisa Educação, Saúde e Enfermagem (EDEN) da Universidade Federal de Santa Catarina; e-mail: marta.lenise@ufsc.br. ³ Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). E-mail:robswater@gmail.com 4 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta da Universidade Federal de Santa Catarina. Membro do Grupo de Pesquisa Educação, Saúde e Enfermagem (EDEN) da Universidade Federal de Santa Catarina; e-mail: silvana.kempfer@ufsc.br.