Comunicação coordenada
453 | VIVENCIA NO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO (PET - SAÚDE) VIGILÂNCIA EM SAÚDE, EM SÃO LUÍS/MA. | Autores: Rosilda Silva Dais (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Andréa Cristina Oliveira Silva (UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Adna Gesarone Carvalho Ferreira (Secretaria Municipal de Saúde de São Luís) ; Francelena de Sousa Silva (Secretaria Municipal de Saúde de São Luís) ; Lena Maria Barros Fonseca (Secretaria Municipal de Saúde de São Luís) |
Resumo: INTRODUÇÃO: A formação de profissionais de saúde com perfil adequado às necessidades das políticas de saúde é uma busca de década, nessa perspectiva as Portarias Conjunta nº 3, de 3 de março de 2010; Interministerial MS/MEC nº 422, de 3 de março de 2010 e nº 4, de 29 de março de 2010 instituiu o Programa de Educação e Trabalho (PET-Saúde) que desenvolve ações entre outras, a Vigilância em Saúde, com objetivos bem definidos, no sentido de contribuir para essa adequação de formação ensino-serviço-comunidade. Nesse sentido, se propondo a fomentar o papel da vigilância em saúde na análise da situação de saúde, como instrumento de gestão, articulando-se em um conjunto de ações que se destinam ao controle de determinantes, dos riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios1,2. A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de São Luís (SEMUS) desenvolveu um Projeto do PET-Saúde Vigilância em Saúde, intitulado "Integração e Ação: ensino, pesquisa e trabalho fundamentados na vigilância em saúde" ao qual estavam vinculados dois grupos tutoriais: Vigilância, prevenção e controle das Hepatites Virais e Monitoramento das ações de vigilância da Dengue no município de São Luís, Maranhão. Os subprojetos foram elaborados priorizando os objetivos, metas e ações estabelecidas no projeto PET-Saúde/Vigilância em Saúde, alinhadas às prioridades da Agenda Estratégica da Secretaria de Vigilância em Saúde - 2013-2015, bem como com as necessidades relatadas pelos profissionais da vigilância epidemiológica do município de São Luís, Maranhão. OBJETIVO: Relatar a vivência dos participantes dos grupos tutoriais no município de São Luís, Maranhão com foco na Vigilância Epidemiológica, referente aos agravos hepatites virais e dengue. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de vivência acerca da organização e das experiências de estudantes bolsistas, preceptores e tutores do PET-Saúde/Vigilância em Saúde nas unidades de saúde e Coordenação de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria Municipal de Saúde de São Luís (SEMUS), no período de maio de 2013 a maio de 2015. Os dados foram obtidos a partir dos registros das fichas de atividades/diário de campo de estudantes bolsista, relatórios mensais de preceptores e visitas de acompanhamento dos tutores. Cada grupo tutorial era formado por 08 (oito) estudantes bolsistas, sendo 04 (quatro) do curso de Enfermagem e 04 (quatro) do Curso de Farmácia, 01 (um) tutor docente do curso de Enfermagem da UFMA e 02 (dois) preceptores enfermeiros, vinculados à SEMUS/Superintendência de Vigilância Sanitária e Epidemiológica, em conformidade às exigências do Edital nº 28, de 22 de novembro de 2012, para o período de 2013/2015. Totalizando 22 participantes do grupo PET em questão. A carga horária dos bolsistas era de 8 horas semanais, assim como dos tutores e preceptores. As atividades eram desenvolvidas nas Unidades de Saúde e na Coordenação de Vigilância Epidemiológica, na qual estão inseridos o Programa Municipal de DST/AIDS e Hepatites Virais e de Vigilância da Dengue. As atividades dos bolsistas nos locais de prática eram desenvolvidas preferencialmente em dupla, todos na mesma unidade de saúde ou serviço de vigilância por um determinado período, acompanhados pelo preceptor. Do grupo tutorial Vigilância, das Hepatites Virais (Serviço de Atendimento Especializado - SAE do bairro de Fátima e Centro de Testagem e Aconselhamento - Anil e Lira) e de Monitoramento da Dengue (Hospital municipal da Criança, Hospital Djalma Marques - Socorrão I e Unidade Mista do Bequimão). Para tanto, foram elaboradas mensalmente escalas de turnos e horários, compatibilizando com os horários das equipes, da dinâmica do serviço e disponibilidade do aluno. Os estudantes bolsistas desenvolveram atividades compatíveis com sua área de formação e sob orientação do preceptor e tutor de sua área profissional ou área afim, considerando o disposto no Edital nº 28 de 2012. Para iniciar as atividades, os bolsistas receberam capacitação na área de Vigilância Epidemiológica com aulas teóricas nos seguintes temas: ambientação na Vigilância Epidemiológica (VE); atualização do calendário vacinal para campanha de multivacinação; capacitação em Hepatites virais, HIV/AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST's); Dengue; Vigilância Epidemiológica; Vigilância dos agravos Hepatites Virais e Dengue; sistema de Informação em ambos os agravos; Ações Educativas; Sistema de Informações sobre mortalidade e Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SIM/SINASC) e Zoonoses. RESULTADO E DISCUSSÃO: Após a capacitação os trabalhos foram desenvolvidos em quatro segmentos: 1. Atividades de vigilância do agravo (notificação e investigação em serviço de referência; desenvolvimento da percepção de população vulnerável, minimização de riscos, estratégias de prevenção); 2. Sistema de informação (avaliação das fichas de investigação; alimentação do banco de dados; monitoramento do banco de dados; avaliação do perfil epidemiológico das hepatites virais e da Dengue na capital; monitoramento dos resultados laboratoriais para encerramento de casos notificados; 3. Atividade de gestão (participação de Planejamentos Estratégicos e demais instrumentos de gestão; participação de capacitações desenvolvidas pela coordenação municipal de DST¬AIDS e Hepatites Virais e de Dengue; participação na elaboração de material de Informação, Educação e Comunicação (IEC); 4. Outras atividades (participação em atividades extramuros e visita domiciliar). Coube ainda aos bolsistas: participação em atividades de educação permanente dos serviços de saúde e de vigilância, atividades coletivas (bolsistas preceptores e tutores), reuniões administrativas quinzenais, elaboração e execução de projeto de pesquisa, organização e participação em eventos científicos. Todas as ações desenvolvidas nas Unidades de Saúde foram registradas semanalmente com a supervisão do preceptor e a partir disso foram consolidados os relatórios semestrais e finais. CONCLUSÕES: Acredita-se que a vivencia da tríade ensino-serviço-comunidade possibilitou aos participantes dos grupos tutoriais, Hepatites Virais e Dengue, o conhecimento da magnitude dos referidos agravos no Município de São Luís, para firmar, a importância da vigilância em saúde, a partir da notificação adequada e completa dos agravos de notificação compulsória em questão e a valorização do trabalho em equipe interdisciplinar, contribuindo para a formação adequada de futuros profissionais Enfermeiros e Farmacêuticos na área da vigilância em saúde. Além disso, possibilitou aos estudantes o aprimoramento de sua percepção sobre o processo de trabalho nos serviços públicos de saúde, do seu planejamento a sua implementação tornando-os capazes de identificar e solucionar problemas reais e/ou potenciais relacionados a saúde pública e de discutir com suas tutoras e preceptoras as possíveis estratégias. Foram incentivados a produção científica, a autonomia, a construção de novos conhecimentos, a familiarização com os bancos de dados, aproximação com a rede laboratorial, assim como nas visitas domiciliares e supervisões em serviços de saúde, ao instrumentalizar a tomada de decisões da Vigilância quanto ao contexto endêmico dos respectivos agravos. CONTRIBUIÇÃO/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: Acreditamos que a modalidade de formação pelo PET- Saúde/Vigilância em Saúde foi uma experiência positiva para os cursos envolvidos por fortalecer o papel de educação em saúde inerente à formação do enfermeiro e do trabalho em equipe, contribuindo para o aprimoramento do processo de formação em saúde, a partir da integração ensino - serviço - comunidade. Além do mais, o enfermeiro é um profissional dotado de capacidade em articular ações em conjunto com os membros da equipe, para responder às necessidades de saúde impostas pela dinâmica epidemiológica e social de alcance coletivo. REFERÊNCIAS: 1. Ministério da Educação (BR). Programa de Educação para o Trabalho - PET-Saúde. Monitoramento e Avaliação. Portaria Conjunta nº 6 de 17 de setembro de 2010, Brasília, DF, 2010. 2. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Políticas e Ações. Brasília - DF, 2011. |