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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 380

Roda de Conversa


380

INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO COMO ESTRATÉGIA PARA REDUÇÃO DO RISCO DE QUEDAS NO SETOR DE NEUROLOGIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Olvani Martins da Silva (Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC) ; Bruna Rubini (Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC) ; Giovana Henrich Heinen (Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC) ; Taciane Ieverli Ziliotto (Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC) ; Juliano Meneghetti de Aguiar (Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC)

Resumo:
INTRODUÇÃO: Introdução: A integração do ensino-seviço trata-se de um pacto articulado entre discentes e docentes de cursos de formação com profissionais da saúde, com vistas a um bem comum que é exlencia do cuidado prestado aos indivíduos e coletividade1. A aproximação entre a formação e a assistência possibilita o saber e o fazer, ou seja, torna real a integração entre acadêmicos e profissionais no planejamento da assistência2. O presente relato tem como objetivo descrever a experiência de acadêmicos da oitava fase do curso de enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) referente ao desenvolvimento de uma prática assistêncial integrando ensino-serviço, com vistas a segurança do paciente internado na unidade de neurologia de um hospital público, utilizando a escala de morse para avaliar o risco de queda, MÉTODO Trata-se de um relato de experiência o qual se institui como uma ferramenta de pesquisa descritiva através de uma reflexão da atuação em situações vivenciadas por indivíduos, com finalidade de agregar valor a comunidade científica (CAVALCANTE e LIMA, 2012). Esse relato descreve as experiências de um grupo de acadêmicos da oitava fase do curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC, em suas atividades de Estágio Curricular Supervisionado I na unidade de Neurologia de um hospital público ao realizar a integração do ensino e serviço. O período do desenvolvimento das atividades realizadas pelos acadêmicos foi o mês de março de 2015. Durante o estágio os acadêmicos deveria desenvolver um projeto assistencial com a temática em segurança do paciente. Nessa atividade elencaram como prioridade ações voltadas a prevenção do risco de quedas por ser aspiração da instituição concedente do estágio. Utilizou-se a escala de Morse como instrumento de avaliação de risco3. Durante as atividades assistenciais os acadêmicos aplicavam a escala de Morse em dias alternados, para obter a respectiva puntuação e indicação do grau de risco de queda no paciente. O escore obtido era anotado em planilha de acompanhamento do acadêmico, para posterior cálculo do índice de pacientes com alto grau de risco de quedas, e assim propor as intervenções de enfermagem. Quanto aos aspectos éticos, por se tratar de relato de experiência dos próprios autores fundamentada em revisão bibliografica, o estudo não necessitou apreciação ética, apenas garantia de confidencialidade dos dados. RESULTADOS:No desenvolvimento das atividades de estágio, os acadêmicos realizavam o cuidado integral aos pacientes internados no setor de neurologia, sob a supervisão direta de um professor da universidade. O grupo era composto por cinco acadêmicos que durante a realização do processo de enfermagem aplicavam as escalas neurológicas e a Escala de Morse, objeto desse estudo. Através da avaliação da escale de morse, dos 54 pacientes internados no período de estágio, 38% apresentavam alto Risco para quedas, destes, 51% eram masculinos. A maioria dos pacientes com alto risco para quedas tinha como diagnóstico de base Acidente Vascular Encefálico (AVE) em 80%. Outro aspecto observado pelos acadêmicos foi que a maioria dos pacientes que apresentam alto risco eram pessoas com mais de 60 anos de idade. Os pacientes que obtiveram Risco Moderado para quedas foram 28% do total dos pacientes hospitalizados, deste 54% eram do sexo feminino e 46% do sexo masculino, com idade entre 22 a 56 anos, e a maioria apresentavam diagnóstico médico de Tumor cerebral, 75%. Considerações: A experiência oportunizou uma reflexão sobre a importância da aplicação de um instrumento para mensurar o risco de queda em pacientes hopitalizados na neurologia. Observou-se que a escala é objetiva e de fácil aplicabilidade, traz uma linguagem clara, obtendo boa aceitação pelos pacientes e acompanhantes. Entretanto, foi possível identificar algumas limitações que difiltaram o manuseio a aplicação da escala com os pacientes da neurologia.Como o item "Histórico de quedas", devido à históricos de quedas relacionados a causas externas. Essa dificuldade se deu ao fato de que um grande contingente de pacientes internados nessa unidade apresentavam quedas por causas externas como o envolvimento de acidentes por motocicletas ou atropelamento. Outro aspecto estava relacionado a categoria Terapia endovenosa/dispositivo endovenoso salinizado ou heparinizado, classificada em faz uso e não faz uso, nesse ítem Urbanetto et al. (2013), refere que se o paciente não utiliza dispositivo contínuo, a pontuação seria desnecessária, pois não haveria risco de queda. Porém, os acadêmicos observaram que procedimentos de punção venosa causam desconforto aos pacientes, e isso gera temor pela punção, consequentemente o paciente passa a dar maior atenção ao dispositivo, a fim de mantê-lo, descuidando-se de sua mobilidade. Com essas observações o grupo de acadêmicos ponderou que o desenvolvimento de um programa de prevenção de quedas requer um trabalho conjunto de todos na contínua atualização dos profissionais e na criação de um protocolo de boas práticas em cada unidade, pelo seu caráter específico, quer ao nível dos fatores intrínsecos dos seus pacientes, quer fatores extrínsecos ou ambientais. Enquanto acadêmicos da oitava fase em estágio no setor de Neurologia, percebeu-se o quanto foi enriquecedora essa experiência, para fins de conhecimento, apropriação, e aplicação da Escala de Morse, esse instrumento que serviu para avaliar o risco de queda dos pacientes. Implicações para a Enfermagem: este exercício contribuiu para a formação universitária e por consequência essa atitude despertou a atenção nos profissionais de enfermagem do setor para refletir sobre o problema. Após a aplicação da escala e avaliação da atividade pelos acadêmicos e professores, foi proposto em conjunto com o grupo de extensão da Universidade e profissionais do hospital a criação de um protocolo de prevenção de quedas, o qual foi aceito pela instituição de saúde e encontra-se em processo de implantação no serviço.