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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 310

Comunicação coordenada


310

OS DESAFIOS DA CONTEMPORANEIDADE NA FORMAÇÃO PARA O PROCESSO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO HOSPITALAR

Autores:
Edlamar Kátia Adamy (Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC) ; Carla Argenta (Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC) ; Julia Valéria de Oliveira Vargas Bitencourt (Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS) ; Karen Cristina Kades Andrigue (Universidade Comunitária da região de Chapecó -UNOCHAPECÓ) ; Tatiana Gaffuri da Silva (Universidade Comunitária da região de Chapecó -UNOCHAPECÓ)

Resumo:
INTRODUÇÃO: A enfermagem dispõe de recursos metodológicos que no cotidiano das ações de trabalho viabilizam a organização, planejamento, coordenação, administração e controle dos serviços de saúde ofertados aos indivíduos, família e comunidade. Dentre os recursos, destaca-se a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), operacionalizada por meio do Processo de Enfermagem (PE) caracterizado como uma ferramenta de trabalho fundamental para o desenvolvimento do raciocínio clínico dos profissionais enfermeiros, e de um cuidar pautado na cientificidade, humanização e na satisfação das necessidades dos indivíduos1,2. Além de organizar o processo de trabalho, o PE dá origem aos registros que asseguram a continuidade da assistência e promovem a segurança daquele que está sob cuidados de enfermagem2. Neste sentido, o PE se apresenta como importante norteador para a organização e documentação da prática profissional, uma vez que, é dever do profissional, registrar as informações, conforme previsto no Código de Ética de Enfermagem e na Resolução nº 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), corroborada pela Resolução nº 429/2012 do mesmo conselho, que remete ao desenvolvimento das etapas do PE: coleta de dados, diagnóstico, planejamento, intervenção e avaliação de resultados3. Organizar e operacionalizar o cuidado de enfermagem pautado em conhecimento científico que viabilize a tomada de decisão na escolha de diagnósticos, resultados e intervenções, requer a adoção de estratégias que facilitem o processo ensino-aprendizagem, visando instrumentalizar os futuros enfermeiros para a utilização deste instrumento de trabalho por meio de metodologias de ensino que articulem teoria e prática4. Sabedores das dificuldades enfrentadas pelas instituições hospitalares em implantar e implementar o PE e da dicotomia entre a teoria e a prática na formação em enfermagem para o PE, elaborou-se um programa de extensão, envolvendo três instituições de ensino superior (IES) e uma instituição hospitalar com a finalidade de implantação e implementação do PE em suas unidades de internação e ambulatoriais. OBJETIVO: Relatar a experiência da integração ensino serviço na implantação e implementação do Processo de Enfermagem na Atenção Hospitalar. METODOLOGIA: Relato de experiência das atividades desenvolvidas por docentes e estudantes de três cursos de graduação em enfermagem de distintas IES localizadas no Oeste do Estado de Santa Catarina, em parceria com um hospital de referência para a região. As IES são caracterizadas e mantidas pela esfera federal, estadual e outra comunitária. As ações são realizadas junto ao hospital utilizando-se dos pressupostos da Educação Permanente em Saúde (EPS) a partir do Quadrilátero da formação, onde os sujeitos envolvidos na experiência representam os segmentos ensino, serviço, gestão e do controle social. No segmento ensino, temos a participação de dois professores de cada IES (totalizando seis) e estudantes do curso de graduação em enfermagem; no segmento serviço, temos a participação de enfermeiros assistenciais, técnicos e auxiliares de enfermagem; no segmento gestão, a participação da coordenação geral de enfermagem do hospital, a coordenação do serviço de EPS e educação continuada e dos enfermeiros coordenadores das unidades de internação; e de uma forma insipiente, uma das participantes representa o controle social na figura da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn). Os encontros acontecem em forma de roda de conversa e de individual de acordo com as demandas das unidades onde estão sendo desenvolvidas as atividades. Atualmente, o PE encontra-se em fase de implementação no ambulatório da radioterapia, e no setor da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) concomitantemente. As atividades iniciaram em março de 2015 com um alinhamento conceitual entre os envolvidos e, definição das estratégias e referenciais para a implementação do PE, no qual optou-se por seguir as taxonomias North American Nursing Diagnoses Association - Nanda Internacional (NANDA-I), Nursing Intervention Classification (NIC) e Nursing Outcome Classification (NOC) com subsídios da Teoria nas Necessidade Humanas Básicas (NHB). RESULTADOS: As justificativas que motivaram o grupo de professores para assessorar o hospital na implantação e implementação do PE perpassa a formação nas IES evidenciando a inserção social do profissional enfermeiro, quando instituições educacionais e de saúde fazem prevalecer o interesse pela qualidade da assistência desenvolvida no setor de saúde, espelhando assim, ao setor da educação e futuros egressos, uma formação compromissada e articulada coletivamente. Os resultados apontam que a experiência com a integração ensino e serviço apresentam-se como desafios na contemporaneidade agregando atividades de pesquisa e extensão no tripé da formação. Destacamos que o alinhamento conceitual com base no referencial teórico das NHB, bem como a definição das taxonomias fomentou o grupo para a construção de instrumentos de levantamento de dados/informações que auxiliam na elaboração do PE. Contudo, consideramos que esse modelo de integração ensino e serviço na formação para o PE possa contribuir na identidade profissional do enfermeiro, mesmo que ainda emergem fragilidades para a operacionalização do PE no que tange o número reduzido de profissionais e o conhecimento insipiente destes quanto às etapas que congregam o PE. No entanto, acreditamos que a integração ensino e serviço, ainda seja a melhor alternativa para a institucionalização do PE e a formação na universidade e no serviço a partir dos conhecimentos teóricos e práticos concomitantemente. A integração ensino e serviço se fortalecem a partir da cooperação e da relação singular e intensa incorporando o conhecimento teórico e prático, representado principalmente pelos segmentos ensino e serviço. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A implantação e implementação do PE, ainda não ocorre de forma universal nas instituições hospitalares, o que pode indicar o distanciamento entre o ensino e a prática profissional. Espera-se com estes movimentos de formação articulando o ensino e o serviço, que possamos minimizar a fragmentação e as inconsistências entre o que se ensina e o que se pratica, vislumbrando um cuidado de enfermagem na integralidade e atendendo os territórios das Redes de Atenção à Saúde. Neste sentido, consideramos que há um sentimento de cumplicidade em que as IES, representada principalmente pelos professores, compartilham seus saberes com os profissionais de enfermagem que atuam na assistência e vice versa, representando oportunidades contemporâneas de inovação para transformar as práticas no campo da saúde. Almeja-se ainda que a utilização do PE permita o registro organizado e direcionado dos dados, de forma imprescindíveis ao planejamento, execução e avaliação do cuidado profissional de enfermagem prestado ao paciente. Assim como, subsidiar pesquisas sobre o saber e fazer da enfermagem, tal qual, fornecer elementos que visem ao aprimoramento profissional., por meio da educação permanente em serviço, no exercício continuo e pleno da aproximação entre academia e serviço. REFERÊNCIAS 1. Alafavo-Lefecre, R. Aplicação do processo de enfermagem: fundamentos para o raciocínio clínico. 8 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 283p. 2. Lucena, AF. Processo de enfermagem: interfaces com o processo de acreditação hospitalar. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 34, n.4, p. 8-9, 2013. Disponível em: < http://seer.ufrgs.br/index.php/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/45306 >. Acesso em: 08 mai. 2016. 3. Conselho Federal de Enfermagem -COFEN. Resolução COFEN n°358/2009 de 15 de outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Disponível em: http// wwwportalcofen.gov.br/Site/2007/34. 4. Silva, CC. et al. O ensino da Sistematização da Assistência de Enfermagem na perspectiva de professores e alunos. Rev. Eletr. Enf., v. 13, n. 2, p. 174-181, abr./jun. 2011a. Disponível em: . DESCRITORES: Processos de enfermagem; ensino; educação continuada.