Comunicação coordenada
295 | REFLEXÕES DE GRADUANDOS DE ENFERMAGEM SOBRE O CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO ACERCA DO PLANEJAMENTO FAMILIAR | Autores: Marlene Ramos Euzebio (UNIGRANRIO) ; Jessica Simões de Leu (UNIGRANRIO) ; Patrícia Miranda Sá (UNIGRANRIO) ; Themine Gerardin Poirot Land Danielle Costa de Souza (UNIGRANRIO) ; Danielle Costa de Souza (UNIGRANRIO) |
Resumo: Introdução: De acordo com o artigo 7° da Lei 226 da Constituição Federal, o planejamento familiar é considerado um direito ao acesso à informação, assistência especializada e aos recursos que permitam optar livre e conscientemente por ter ou não ter filhos, o número, o espaçamento entre eles e a escolha do método anticoncepcional mais adequado de forma livre sem discriminação, coerção ou violência(1). O planejamento familiar é de responsabilidade de todos os níveis de atenção, porém ganha maior ênfase na atenção Básica, através da Estratégia de Saúde da Família o qual é realizado por uma equipe multiprofissional, por meio de grupos e consultas individuais, tendo como plano de fundo a Educação em Saúde. A Atenção Primária a Saúde (APS) tem, dentre suas diretrizes, a participação comunitária, considerada fator que possibilita identificar e atender as necessidades das pessoas. Os clientes podem controlar as ações de saúde, potencializando a reconstrução de práticas, de modo a atender suas expectativas e necessidades, e, como consequência, desencadearem a obrigatoriedade dos gestores avaliarem a qualidade da atenção oferecida(2). A informação adequada em planejamento familiar é de fundamental importância, pois possibilita ao cliente exercer seus direitos, reconhecer métodos contraceptivos e fazer escolhas com autonomia(2). Assim, os profissionais devem se empenhar para informar aos usuários quanto às alternativas de anticoncepção para que possam participar ativamente da escolha do método, assim como para escolher e planejar uma gestação. Considera-se, a estratégia de saúde da família um meio de reorganizar a atenção primária no país, de acordo com os princípios do SUS. É considerada como principal estratégia de qualificação, expansão consolidação da APS por propiciar uma reorientação do processo de trabalho com potencialidade de aprofundar os princípios e diretrizes e as bases da atenção primária. A estratégia dos profissionais de saúde da família que atuam na assistência a anticoncepção, envolve diretamente 3 tipos de atividades educativas: grupos, aconselhamento e atividades clínicas (3). Preferencialmente, as ações educativas devem ser realizadas em grupo, ocorrendo sempre anteriormente à primeira consulta, e devem ser sempre complementadas pelas ações educativas individuais. É um direito de todos e dever dos profissionais de saúde elaborar as atividades educativas, informar e aconselhar sobre os métodos contraceptivos(3). Objetivo: Descrever as atividades desenvolvidas durante a realização de Educação em Saúde sobre Planejamento Familiar e relatar as reflexões de graduandos de enfermagem sobre o conhecimento da população acerca do planejamento familiar. Descrição metodológica: Trata-se de um estudo reflexivo realizado durante as atividades de graduandas de enfermagem na disciplina Estágio Supervisionado Integralizador I (ESI-I), modalidade Atenção Primária a Saúde. A reflexividade é um processo utilizado por pesquisadores que utilizam métodos qualitativos de pesquisa com intuito de refletir criticamente as decisões feitas durante a pesquisa com intuito de registrar seus pensamentos em diários e relatórios pessoais(4). O estágio tem uma carga horária de 10 horas semanais, e acontece as terças-feiras de 08 as 16:40h. O cenário de prática é uma Clínica da Família que trabalha na lógica da Estratégia Saúde da Família. Para coleta de dados utilizamos um diário de campo e informações do livro de ocorrências do planejamento familiar da unidade de saúde. Resultados: Tivemos um total de 15 participantes. O grupo aconteceu em dois momentos. Deste modo demos um intervalo de 7 dias entre o primeiro e o segundo encontro. No primeiro encontro foram abordados os métodos contraceptivos por meio de uma Educação em Saúde, como parte da atividade, foi transmitido um vídeo demonstrando cada método contraceptivo, percebemos que o vídeo pode incrementar as ações de ES auxiliando na apropriação de informações pertinentes sobre todos os métodos contraceptivos, bem como no processo de escolha livre e esclarecida. A Educação em Saúde é um processo educativo de construção de conhecimentos em saúde que visa à apropriação temática pela população, tornando-se um conjunto de práticas do setor que contribui para aumentar a autonomia das pessoas no seu cuidado, a fim de alcançar uma atenção de acordo com suas necessidades. Ela potencializa o exercício do controle social sobre as políticas e os serviços de saúde para que esses respondam às necessidades da população. Assim, as ações educativas têm como objetivo promover na sociedade a inclusão social e a promoção da autonomia das populações na participação em saúde(5). No segundo, abordamos as doenças sexualmente transmissíveis como, Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), vírus do papiloma humano (HPV), sífilis, hepatites e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Ao final, foi realizado uma dinâmica, onde os pacientes interagiram conosco respondendo perguntas a respeito do tema do grupo, através de placas contendo "sim" e "não". A maioria dos pacientes responderam corretamente as perguntas, demonstrando entendimento no assunto abordado. Identificamos que 0,2% dos participantes eram do sexo masculino e 99,8% do sexo feminino, e tinham a idade entre 22 a 32 anos. (1) 0,1% disseram que não conheciam nenhum método contraceptivo e (10) 99,9% conheciam. Os métodos contraceptivos citados foram: 5 (55%) DIU, 08 (88%) preservativo masculino; 0(0%) preservativo feminino; 6 (66%) anticoncepcional oral; 3 (33%) anticoncepcional injetável e 4 (44%) laqueadura. Deste modo, identificamos a importância da Educação em Saúde aos pacientes que não obtinham conhecimento em relação ao assunto, o mesmo possibilitou o melhor entendimento e esclarecimentos de suas dúvidas. Acreditamos que com esse processo dinâmico, a troca de saberes, oferece a possibilidade de todos realizarem a escolha de seu método contraceptivo de forma consciente, obtendo maior conhecimento e entendimento sobre os métodos abordados. Conclusão: Com esses dados, conclui-se que a Educação em Saúde se faz necessária, além da capacitação dos profissionais das Unidades de Saúde para realização do planejamento familiar junto à população, com a criação de grupos para promoção de ações educativas, incluindo também a participação de homens. A informação em relação ao planejamento familiar não dispõe somente em ressaltar os métodos anticoncepcionais considerados eficientes, mas também devem mostrar formas contraceptivas,Contribuições / implicações para a Enfermagem: Sensibilização da comunidade e capacitação de gestores na assistência e na implantação do PF ; promoção de ações educativas que promovam reflexão crítica do grupo com troca de saberes para aquisição de autonomia e maturidade, possibilitando que o direito de escolha seja garantido. |