Imprimir Resumo


Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 194

Roda de Conversa


194

VACINAÇÃO DE FEIRANTES DAS FEIRAS LIVRES DE FEIRA DE SANTANA - BA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Hayana Leal Barbosa (Faculdade de Tecnologia e Ciências) ; Carmen Lieta Ressurrreição dos Santos (Universidade Estadual de Feira de Santana) ; Elmirene Santos da Silva (Faculdade de Tecnologia e Ciências) ; Rafanielly de Oliveira Alves (Faculdade de Tecnologia e Ciências)

Resumo:
Introdução: As vacinas proporcionam à prevenção, o controle, a eliminação e a erradicação das doenças imunopreveníveis, assim como a redução da morbimortalidade por certos agravos1, configurando-se como um recurso preventivo altamente relevante, pois além da proteção individual doenças, confere à proteção a comunidade, reduzindo a circulação de agentes infecciosos. Nesse contexto, a vacinação não deve ser uma preocupação somente para as crianças, os adultos também precisam estar com todas as vacinas em dia. Dentre as vacinas disponibilizadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde (MS) para adultos, nos serviços de saúde da rede pública, estão: vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral,) a vacina contra difteria e tétano (dT), a vacina contra febre amarela (FA) e a vacina contra Hepatite B. Os feirantes possuem uma condição precária de trabalho, por vários fatores, inclusive por compreender uma extensa carga horária diária e semanal, o que dificulta o acesso aos serviços de saúde2. Nessa perspectiva, a montagem de um esquema de vacinação para os feirantes, dentro do seu próprio espaço de trabalho, as feiras livres, é uma estratégia importante para ampliar a cobertura vacinal destes indivíduos, uma vez que isso não trará prejuízos aos feirantes, por não haver a necessidade de abandonarem seu posto de trabalho e ir à busca da vacinação. O ambiente de trabalho se constitui em um ambiente privilegiado para as ações de educação e Promoção da Saúde, pois é o espaço organizacional que o indivíduo passa grande parte do seu dia3. Objetivo: Descrever as experiências de vacinação vivenciadas pelos docentes e discentes do Curso Técnico em Enfermagem e de graduação em Enfermagem da Faculdade de Tecnologia de Feira de Santana (FTC/FSA) e dos bolsistas do Projeto de extensão "Promovendo a Saúde no Cotidiano das Feiras Livres de Feira de Santana - Ba", do Núcleo Integrado de Estudos e Pesquisas sobre o Cuidar/Cuidado (NUPEC) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Descrição metodológica: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, para descrever as vivências de docentes e discentes no desenvolvimento de ações de imunização nas principais feiras livres de Feira de Santana - BA, no período de junho à setembro de 2015. As ações de imunização ocorreram como resultado da parceira firmada entre a Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) de Feira de Santana e a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), sendo assim, docentes, discentes e bolsistas de ambas as Instituições de Ensino Superior participaram das atividades nas feiras livres. Para a descrição da experiência foram considerados os momentos de integração dos docentes e discentes com os feirantes das feiras livres da Estação Nova, Cidade Nova, Tomba e Entreposto Comercial do Centro de Abastecimento de Feira de Santana - BA, bem como, a descrição dos imunobiológicos ofertados aos feirantes e ainda o quantitativo de doses realizadas no período estabelecido. Resultados: A FTC de Feira de Santana juntamente com o NUPEC da UEFS e apoio da Secretaria de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, desenvolve um trabalho voltado para a saúde do trabalhador feirante nas principais feiras livres do município. As ações de Promoção da Saúde realizadas por professores, estudantes e bolsistas dessas instituições no ambiente de trabalho dos feirantes são relevantes, uma vez que os trabalhadores não precisam se ausentar dos seus postos de trabalho para receberem informações, atendimentos e a realização de alguns procedimentos, como a vacinação. Foram, então, montados mini-postos de vacinação nas principais feiras livres. As atividades de vacinação aconteciam uma vez ao mês em cada feira livre e os imubiológicos ofertados foram a vacina tríplice viral, vacina contra a hepatite B, vacina dT e a vacina contra a febre amarela. Entre uma venda e outra, os feirantes iam chegando aos mini-postos para serem imunizados e receberem orientações sobre as doenças imunopreviníveis e outros agravos como Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus. As ações de vacinação e orientação sobre agravos eram desenvolvidas por estudantes sob a supervisão dos professores. No que se refere ao quantitativo de doses aplicadas no período estabelecido para o estudo - junho à setembro de 2015 - no conjunto das quatro feira livres em que aconteciam as ações - Cidade Nova, Estação Nova, Tomba e Entreposto do Centro de Abastecimento -, observou-se o número total de 647 doses de vacinas administradas nos trabalhadores feirantes. Dessa forma, três ações de vacinação aconteceram no Entreposto do Centro de Abastecimento, registrando um total de 107 doses administradas. Sendo que dessa quantidade, 38 doses foram da vacina dT, 37 doses da vacina contra a hepatite B, 18 doses da vacina contra a febre amarela e 11 doses da tríplice viral. Na feira livre da Cidade nova, também foram realizadas três ações de vacinação, atingindo o quantitativo de 128 doses aplicadas nos feirantes, sendo 51 doses da vacina dT, 36 doses da vacina contra a febre amarela, 23 doses da vacina contra a hepatite B e 18 doses da vacina tríplice viral.No que se refere a feira livre do Tomba, aconteceram duas ações de vacinação, registrando 101 doses administradas, sendo 38 doses da vacina dupla adulto (dT), 37 doses da vacina contra a febre amarela e 26 doses da vacina contra a Hepatite B. Por fim, as ações de vacinação na feira livre da Estação Nova aconteceram em três momentos, quantificando 311 doses de vacinas administradas nos trabalhadores feirantes. Desse total, foram aplicadas 116 doses da vacina dT, 91 doses da vacina contra a hepatite B, 90 doses da vacina contra a febre amarela e 14 doses da vacina tríplice viral. A vacinação e orientação sobre doenças imunopreviníveis são temas e ações que devem ser bastante explorados na saúde ocupacional dos feirantes, visando a proteção individual, pois os feirantes estão em contato com instrumentos de trabalho perfurocortante, por exemplo, e à redução do risco de disseminação de agentes infecciosos para a comunidade3. Considerações finais: A participação dos discentes e docentes no desenvolvimento de atividades de vacinação nas feiras livres apresentou-se como uma experiência diferenciada em um novo cenário de ensino-aprendizagem, pois proporcionou aos discentes a oportunidade de ampliar os seus conhecimentos acerca da imunização, aprimorar suas habilidades técnicas e aproximação com a comunidade para os feirantes contribuiu de maneira significativa para a Promoção da Saúde dos feirantes, prevenção e controle de doenças imunopreviníveis, bem como, para o fortalecimento do ensino-pesquisa-extensão. Verifica-se a importância do desenvolvimento de ações de promoção da saúde, como a montagem de mini-postos de vacinação nas principais feiras livres, uma vez que em decorrência de sua ocupação, os feirantes tendem a procurar menos os serviços de saúde, então, ações de vacinação no ambiente de trabalho é uma estratégia que tende a adesão. Descritores: Imunização, Promoção da Saúde, Saúde do Trabalhador. REFERÊNCIAS 1.AGUIAR, M. G. G. et al. Práticas de cuidado no cotidiano de feirantes em Feira de Santana - BA. 2009, 48f. (Projeto de Pesquisa). Núcleo Integrado de Estudos e Pesquisas sobre o Cuidar/Cuidado (NUPEC). Universidade Estadual de Feira de Santana. 2.CAVALCANTE, A. A. C.; et al. Promoção da saúde e trabalho: um ensaio analítico. Rev. Eletrônica de Enfermagem, v. 10, n. 08, p. 241-248, 2008. 3.SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Atualização em vacinação ocupacional. 2007. Disponível em: . Acesso em: 20 jun 2016.