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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 129

Roda de Conversa


129

INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE NO INTERNATO DE ENFERMAGEM: A ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM

Autores:
Maristela Ines Osawa Vasconcelos (Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA) ; Ana Suelen Pedroza Cavalcante (Universidade Federal do Ceará/Escola de Formação em Saúde da Familia Visconde de Sabóia) ; Izabelle Mont´alverne Napoleão Albuquerque (Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA) ; Cibelly Aliny Siqueira Lima Freitas (Universidade Estadual Vale do Acaraú -UVA) ; Maria Socorro de Araújo Dias (Universidade Estadual Vale do Acaraú -UVA)

Resumo:
INTRODUÇÃO: O internato de enfermagem, comumente chamado de estágio supervisionado, é um dos componentes obrigatórios na grade curricular dos Cursos de Graduação em Enfermagem. É considerado pelos discentes como a experiência acadêmica mais significativa para sua futura vida profissional e de relevância para sua vida pessoal, uma vez que se constitui como um rico espaço de discussão, reflexão e aprendizagem. Assim, há a produção e compartilhamento de conhecimento dos diferentes atores desse processo de ensino-aprendizagem, acadêmicos, enfermeiros docentes e enfermeiros dos serviços de saúde, possibilitando potencializar o fluxo de informações entre a universidade, os serviços de saúde e a comunidade, com impacto positivo na gestão prática e pedagógica do internato1. Integrar a política de educação para o Sistema Único de Saúde e reforçar a articulação de elementos necessários para estimular um contexto de formação mais favorável às transformações nas práticas de saúde e de educação envolvendo estudantes, docentes, dirigentes e profissionais é bastante relevante2. Neste sentido, insere-se o Internato na Estratégia Saúde da Família como uma dessas estratégias. O referido internato ocorre no oitavo semestre do curso de graduação em Enfermagem em uma universidade pública do Interior do Ceará e se estrutura em três distintos eixos, a saber: assistência, com a maior parte da carga horária; gestão; e participação social, totalizando uma carga horária de 560 horas práticas. Assim, o acadêmico deve cumprir esta carga horária de acordo com a matriz curricular e com o previsto no Projeto Pedagógico e no Plano de Estágio da referida universidade. OBJETIVOS: Relatar a experiência sobre as práticas de integração ensino-serviço-comunidade no internato de enfermagem na Estratégia Saúde da Família da sede de um município do interior do Ceará. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Trata-se de um relato de experiência que é considerado como metodologia de observação sistemática da realidade, sem o objetivo de testar hipóteses, mas estabelecer relações entre os achados dessa realidade e bases teóricas pertinentes3. Foi disparado a partir das práticas docentes no Internato, também conhecido como estágio supervisionado, de um Curso de Graduação em Enfermagem nos Centros de Saúde da Família (CSF) da sede de um município do interior do Ceará, no período de junho de 2015 à junho de 2016. Este relato se estrutura a partir do tripé ensino-serviço-comunidade para conceder aporte teórico. RESULTADOS: A imersão nos cenários de prática da Estratégia Saúde da Família (ESF) é um momento de grande expectativa para os graduandos, onde eles tem a oportunidade de colocar em prática a parte teórica adquirida e potencializada ao longo de toda a graduação, além de vivenciar profundamente os territórios adscritos em que estão inseridos, aprimorando suas habilidades e técnicas, assim como o seu desenvolvimento humano e profissional. Os discentes ainda planejam e executam uma intervenção junto com a equipe em que estão atuando por meio de um diagnóstico local que realizam a fim de amenizar alguma fragilidade do CSF que estão inseridos. Os acadêmicos também sistematizam narrativas clínicas, por meio de estórias de vida que lhes foram marcantes durante o período do internato. Busca-se assim ensinar e a prendera partir da problematização de situações reais, assim são realizados encontros para o compartilhamento dessas experiências e narrativas. Além disso, a inserção dos estudantes nos CFSs incentiva a prática docente pelos profissionais da saúde que lá estão trabalhando, uma vez que se estabelece uma parceria no sistema saúde-escola, onde os enfermeiros são preceptores dos acadêmicos. Insere-se ainda o papel do supervisor, enquanto docente da Universidade para também conceder suporte teórico aos estudantes, com a função de apoiar, assessorar, supervisionar e acompanhar o desenvolvimento do internato e do interno durante o período de sua realização. Assim, fomenta-se uma constante ressignificação das práticas, na medida em que novos sujeitos e consequentemente novos olhares estão sendo inseridos continuamente a cada semestre nestes serviços de saúde. Essa inserção oportuniza também aliar o conhecimento científico ao conhecimento popular, já que esses sujeitos convivem cotidianamente com a população e sua respectiva cultura e etnia. Neste sentido, a ESF se torna um potente espaço de ensino-aprendizagem integrando o ensino, o serviço e a comunidade. CONCLUSÃO: Verifica-se então que há uma via de mão dupla onde tanto o serviço quanto à universidade são beneficiadas por meio dessa parceria, e consequentemente os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, verifica-se o estreitamento de vínculos entre os profissionais, acadêmicos e à própria população, o que potencializa o aprendizado de ambos e evidencia o trabalho no "saúde da família". A partir do exposto, o internato na ESF mostra-se como uma ferramenta indispensável para o processo de ensino-aprendizagem na formação do futuro enfermeiro. CONTRIBUIÇÕES/ IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: O internato é uma ferramenta primordial para a formação do enfermeiro, uma vez que propicia uma visão mais ampla da sua profissão. A partir desta inserção nos serviços se fomenta a formação de enfermeiros críticos-reflexivos além de sujeitos comprometidos com a realidade dos serviços públicos de saúde. A integração ensino-serviço-comunidade efetiva a articulação entre teoria e prática e proporciona ao discente refletir sobre situações reais e sobre as possíveis estratégias de intervenção, promovendo sua autonomia e criticidade. REFERÊNCIAS: 1Vannuchi MTO, Lima JVC, Silva LGC, Cardoso MGP, Dellaroza MSG, Haddad MCFL, et al. O internato de enfermagem no currículo integrado. In: Kikuchi EM G, MHDM, organizadoras. Currículo integrado: a experiência do curso de enfermagem da Universidade Estadual de Londrina. UEL; 2012. p. 179-92. 2 Montenegro LC. A Formação Profissional do Enfermeiro: Avanços e Desafios para a sua atuação na Atenção Primária à Saúde. Belo Horizonte. Dissertação [Mestrado em Saúde e Enfermagem] - Universidade Federal de Minas Gerais; 2010. 3Dyniewicz AM. Metodologia da pesquisa em saúde para iniciantes. 2. ed. São Caetano do Sul (SP): Difusão; 2009. Palavras-chave: Estratégia Saúde da Família; Internato de Enfermagem; Ensino-Serviço-Comunidade. Eixo 2 - A formação em Enfermagem: da política à prática profissional Área Temática 6. Integração Ensino Serviço - Quando o Trabalho e a Escola se integram