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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 14

Roda de Conversa


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PLANO DE AÇÃO NA CLÍNICA TOCOGINECOLÓGICA: DIÁLOGO COM ADOLESCENTES

Autores:
Elisabeta Albertina Nietsche (Universidade Federal de Santa Maria) ; Larice Gonçalves Terra (Universidade Federal de Santa Maria) ; Carlos Patrick Machado Palmeira (Universidade Federal de Santa Maria) ; José Victor Eiróz dos Santos (Universidade Federal de Santa Maria) ; Cléton Salbego (Universidade Federal de Santa Maria)

Resumo:
INTRODUÇÃO: a fase da adolescência é construída a partir de critérios múltiplos que abrangem tanto a dimensão bio-psicológica, quanto a cronológica e a social, provocando modificações físicas, hormonais, psicológicas e sociais1. Nesse sentido, a adolescência apresenta-se como um período muito importante na vida do indivíduo, constituindo etapa decisiva e um processo de transição conflitante, a qual está exposta a muitos agravos, como por exemplo, as doenças sexualmente transmissíveis (DST), o consumo de drogas, do álcool, e uma atividade sexual precoce2. Sendo a enfermagem a grande responsável por promover a educação em saúde, a ação educativa torna-se um de seus principais eixos norteadores, a qual se concretiza nos vários espaços de realização das práticas de enfermagem3. Assim, a educação em saúde tem o papel de se moldar às reais necessidades dos indivíduos, buscando contemplar seus interesses e considerando os conhecimentos de cada um4. Nesse seguimento, é importante que os profissionais de saúde se envolvam na assistência ao adolescente, com o desenvolvimento de ações relacionadas a programas já existentes ou à criação e busca de novas estratégias que venham melhorar o atendimento, valorizando características individuais e coletivas5. OBJETIVO: relatar o desenvolvimento de uma oficina lúdica com adolescentes internadas no setor da Clínica Tocoginecológica do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) durante o estágio supervisionado do oitavo semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: a ação educativa foi desenvolvida com todas as adolescentes internadas na unidade tocoginecológica, tanto gestantes, como puérperas, nos dias 9 e 23 de junho de 2015, nos turnos da manhã . A ação educativa foi desenvolvida na sala 2009, sob autorização da Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP- HUSM). A atividade teve duração de duas horas, das oito às dez horas da manhã. A temática abordada foi contracepção, com enfoque na contracepção durante o puerpério. A ação educativa foi dinâmica, buscando ser uma ação dialogada, bem como, um espaço "amigável" em que foram sanadas dúvidas e realizada trocas de experiências. Primeiramente as pacientes internadas no setor foram convidadas verbalmente a participar da atividade. No dia nove, participaram oito pacientes, e no dia 23, dez pacientes, tanto gestantes, quanto puerpéras. A atividade contou com a participação de um total de 18 pacientes, nos dois dias. A ação inicialmente consistiu em reunir as participantes sentadas em cadeiras em forma de círculo, para facilitar a conversa. Após, foram feitas as apresentações (nome, idade...), para isso, foi utilizada a dinâmica "me toca aqui". Para começar a atividade, foram realizados alguns questionamentos às participantes, como: Vocês já utilizaram algum método anticoncepcional? Qual? Vocês conhecem outros métodos? Quais? Quem está amamentando? Quem pretende amamentar? Até quando? Essas questões deram sustentação para a abordagem que seria elucidada, visto que, a partir disso, puderam ser delimitadas as maiores necessidades do grupo. Após, foi feita uma breve explanação do sistema genital feminino, acompanhada de material ilustrativo dos órgãos externos e internos, para facilitar o entendimento. Esse material ilustrativo foi visualizado através de slides em power point. Os métodos contraceptivos mostrados e elucidados foram: preservativo feminino e masculino; pílula anticoncepcional de progesterona (minipílula); injeção de progesterona (depo- provera); diafragma e espermicida; dispositivo intra- uterino (DIU); métodos definitivos (laqueadura e vasectomia). Foram levados exemplos para que as adolescentes pudessem manusear, tais como, preservativos, DIU, diafragma e minipílula. A proposta da atividade é que fosse um espaço para discussão aberta, onde todas as participantes pudessem fazer colocações e realizar questionamentos. No término da atividade foram entregues às participantes um material educativo- ilustrativo sobre os assuntos abordados na dinâmica. O intento é que elas pudessem se apropriar ainda mais do assunto trabalhado e adquirir autonomia para realização de escolhas, como ter filhos. RESULTADOS: ao final de cada atividade, as gestantes e puérperas adolescentes participantes da oficina, foram convidadas a realizar a avaliação da atividade, verbalmente. Todas as participantes, dos dois dias de oficina referiram satisfação com os conteúdos trabalhados, mostraram-se receptivas à temática, apresentaram muitas dúvidas, as quais foram sanadas, demostrando, assim, um resultado positivo das ações educativas desenvolvidas. Salienta-se que devido às rotinas do setor não houve a possibilidade da realização da avaliação mediante instrumento escrito, por isso, foi realizada de modo verbal e grupal. Mas, pela própria participação ativa das adolescentes a atividade foi observada como satisfatória e efetiva, respondendo aos anseios emergentes das pacientes. CONCLUSÃO: conclui-se que o desenvolvimento do plano de ação foi em encontro com as necessidades dos usuários adolescentes e dos serviços. Além disso, destacam-se por serem atividades com foco preventivo, que visam resultados a curto e longo prazo, sendo avaliadas de maneira efetiva pelos próprios adolescentes. CONTRIBUIÇÕES / IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: a realização dessa oficina fortaleceu o papel do enfermeiro enquanto educador em saúde e estimulou os profissionais a desenvolverem ações lúdicas e interativas com o público adolescente. REFERÊNCIAS: 1. Ferreira MA et al. Saberes de adolescentes: estilo de vida e cuidado à saúde. Texto Contexto - Enferm. Florianópolis, v.16, n. 2, p. 217- 24, 2007. 2. Torres GV, Davim RMB, Nóbrega MML. Aplicação do processo de enfermagem baseado na teoria de orem: estudo de caso com uma adolescente grávida. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 7, n. 2, p. 47-53, Ribeirão Preto, 1999. 3. Acioli S. A prática educativa como expressão do cuidado em Saúde Pública. Rev Bras Enferm, Brasília, v. 61, n.1, p. 117-21, 2008. 4. Roecker S, Budó MLD, Marcon SS. Trabalho educativo do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família: dificuldades e perspectivas de mudança. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v.46, n.3, 2012. 5. Henriques BD, Rocha RL, Madeira AMF. Saúde do adolescente: o significado do atendimento para os profissionais da atenção primária do município de Viçosa, MG*. Rev Med Minas Gerais, v. 20, n.3, p.300-309, 2010. DECS: Adolescente. Enfermagem.