Roda de Conversa
598 | A PERCEPÇÃO DOS DOCENTES DA DISCIPLINA COMUM DA ÁREA DA SAÚDE DA PUCRS SOBRE EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE | Autores: Andréia da Silva Gustavo (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) ; Valéria Lamb Corbellini (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) ; Paulo Marcondes Carvalho Junior (Faculdade de Medicina de Marília) ; Beatriz Sebben Ojeda (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) |
Resumo: A PERCEPÇÃO DOS DOCENTES DA DISCIPLINA COMUM DA ÁREA DA SAÚDE DA PUCRS SOBRE EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE Valéria Lamb Corbellini a Paulo Marcondes Carvalho Junior b Andreia da Silva Gustavo (Relatora) c Beatriz Sebben Ojeda d Introdução: Desde 2002 que o Ministério da Saúde e da Educação tem lançado Políticas indutoras que objetivam o fortalecimento da Atenção Primária e que atendam às necessidades sociais da População atendida1. A PUCRS, tem participado destes Editais, sendo contemplado no PROMED (Programa de Incentivo à Mudanças Curriculares) para os Cursos de Medicina, em 2001, no Pró-Saúde e todos os PET-Saúdes. A partir destes projetos foi possível integrar alunos dos diferentes cursos das Áreas da Saúde e ampliar a inserção deles nas Unidades de Saúde, como cenários de prática. Além disso, foi criada uma disciplina comum para os 9 Cursos da Área da Saúde (Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social), denominada Trabalho Integrado em Saúde, que aborda conceitos referentes a Políticas e Sistemas de Saúde, na perspectiva histórica; Sistema Único de Saúde: princípios, diretrizes e processo de trabalho; prioridades em saúde, incluindo conteúdos relacionados à diversidade étnico-racial e ação integrada em saúde. No entanto, entendemos que é preciso incluir os marcos teóricos e metodológicos da Educação Interprofissional em Saúde (EIP), como estratégia para formar profissionais aptos para o trabalho em equipe, prática essencial para a integralidade no cuidado em saúde. A EIP propõe uma formação para o interprofissionalismo, cujas características marcantes são o trabalho de equipe, a discussão de papeis profissionais, o compromisso na solução de problemas e a negociação na tomada de decisão. Nesta abordagem, as profissões aprendem juntas sobre o trabalho conjunto e sobre as especificidades de cada uma, na melhoria da qualidade no cuidado ao paciente2. A EIP ocorre quando estudantes de duas ou mais profissões aprendem sobre os outros, com os outros e entre si, para a efetiva colaboração e melhora dos resultados na saúde, possibilitando assim, uma efetiva colaboração e melhora nos resultados na saúde. Desta forma, ao entenderem como trabalhar de forma interprofissional, estarão prontos para entrar no local de trabalho, como parte da equipe de prática colaborativa3. A EIP propõe uma formação para o interprofissionalismo, cujas características marcantes são o trabalho de equipe, a discussão de papeis profissionais e a negociação na tomada de decisão. Nesta abordagem, as profissões aprendem juntas sobre o trabalho conjunto e sobre as especificidades de cada uma, na melhoria da qualidade no cuidado ao paciente. Desta forma, torna-se importante repensar essa disciplina que direcione o olhar na indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão, tendo como eixos norteadores, a formação de profissionais da saúde comprometidos com a realidade social, a interdisciplinaridade, a produção do conhecimento, a prática colaborativa e a EIP. Objetivo: analisar a percepção dos docentes que ministram a disciplina TIS, sobre o conhecimento dos marcos teóricos e metodológicos da EIP. Material e Método: Estudo descritivo, com abordagem qualitativa. Para a coleta de dados foram realizados dois grupos focais com 10 docentes que ministram a disciplina TIS, dos nove Cursos da Saúde. Os dados foram analisados pelo método de Minayo (2000)4. O projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da PUCRS e aprovado sob o Parecer n. 1.215.97. Resultados: A análise dos dados parciais, aponta duas grandes temáticas: A percepção dos docentes da disciplina comum da Área da Saúde da PUCRS sobre EIP e competências/habilidades necessárias aos alunos para desenvolverem um trabalho em prática colaborativa. Conclusão, contribuições / implicações para a Enfermagem: A partir da análise dos dados parciais, entende-se a importância de alinhar o conhecimento sobre os marcos teóricos e metodológicos da EIP, para então iniciar um processo de mudança conceitual e metodológica, na disciplina TIS. A contribuição desta disciplina para a formação do enfermeiro e demais áreas da saúde, nos traz uma perspectiva de uma formação para o interprofissionalismo, o trabalho em equipe, a discussão dos papeis das diferentes categorias profissionais da área da Saúde e a busca de soluções de problemas. Desta forma, ao planejar, executar e avaliar, conjuntamente, uma ação de cuidado, favorece a Interação do profissional, o conhecimento do papel do outro, o gerenciamento do conflito e o compartilhando o processo, aumentando assim, a segurança do paciente, a diminuição de custos e, consequentemente, o aumento da satisfação do paciente. Descritores: educação em enfermagem, equipe interdisciplinar em saúde, atenção integral à saúde. Eixo temático: Eixo 2 - A formação em Enfermagem: da política à prática profissional. Área temática: Inovações curriculares na formação profissional. Referências 1 Brasil. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró - Saúde), 2006. Disponível em: http://prosaude.org/not/prosaude-maio2009/proSaude.pdf Acesso em: 20 de abril de 2015. 2 Batista NA. Educação Interprofissional em Saúde: Concepções e Práticas. Caderno FNEPAS . Volume 2 . janeiro 2012. 3 Organização Mundial de Saúde (OMS). Marco para Ação em Educação Interprofissional e Prática Colaborativa. Editora Freelance, Genebra, Suíça, 2010. 4 Minayo MC. O Desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 7 ed. SP: Hucitec, RJ: ABRASCO, 2000. a Enfermeira. Doutora em Educação. Docente da Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia. Coordenadora de Programas Especiais da Pró-Reitoria Acadêmica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Fellow Faimer -2015. b Médico. Doutor em Engenharia Biomédica. Docente da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA). Docente do Programa FAIMER Brasil para Formação Docente na Área de Saúde, da Universidade Federal do Ceará. c Enfermeira. Doutora em Epidemiologia. Docente e Coordenadora do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia da PUCRS. E-mail: andreia.gustavo@pucrs.br d Enfermeira. Doutora em Psicologia. Diretora da Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia da PUCRS. |