Roda de Conversa
423 | ESTRATÉGIAS DE ARTICULAÇÃO DO PET-SAÚDE/GRADUASUS COM AS POLÍTICAS INDUTORAS DAS DIRETRIZES CURRICULARES NA FORMAÇÂO EM SAÚDE | Autores: Pollyana Bortholazzi Gouvea (UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI) ; Eleide Margareth Pereira Fharat (UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI) ; Ionice Maria Amaral (UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI) ; Simone Beatriz Vianna (UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI) ; Mara Campos (UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI) |
Resumo: Introdução: Os contínuos debates sobre os desafios enfrentados por cada um dos espaços de formação, engajados na produção de uma cultura política e pedagógica para o SUS, resultaram na compreensão de que para formar trabalhadores para o SUS e para o seu controle social faz-se necessário produzir uma cultura ativista de formação, ética (reflexão) e política (ação prática), aberta ao mundo da práxis; isto é, ao mundo no qual a formação acadêmica e a atuação em saúde estão imbricadas dialeticamente, em um contexto sempre histórico. Desta compreensão comum, emergiu a proposta aqui apresentada Objetivo: Envolver os docentes e discentes, inserindo-os nos serviços de saúde para retroalimentar as práticas pedagógicas institucionais em sala de aula, a partir do primeiro semestre letivo. Metodologia: A estratégia de articulação ocorrerá pela promoção de atividades conjuntas entre os acadêmicos da graduação e os residentes que atuam na Atenção Básica com apoio dos preceptores da rede de atenção à saúde, e tutores docentes do CCS. Os residentes orientados pelos tutores apoiarão os preceptores no acolhimento e durante as vivências dos graduandos na rede de atenção à saúde. Desenvolvimento de estratégia para o graduando conhecer os Projetos de Extensão e Pesquisa na Rede de Atenção em Saúde através da articulação com os preceptores e atores envolvidos. Promoção de ações de apoio aos movimentos estudantis na universidade por meio da articulação com o Projeto VER-SUS, estimulando os graduandos às vivências e trocas de experiências nas Redes de Atenção à Saúde nos municípios da Região de Saúde da Foz do Rio Itajaí. Desenvolvimento de vivências que visam conhecer a dinâmica do controle social nos grupos comunitários organizados, nas famílias, nos conselhos locais e municipais. Continuidade de estratégias e ações desenvolvidas pelos programas PRÓ-Saúde e PET-Saúde, TELESAÚDE, que visam à reorientação na formação profissional na área da saúde. Desenvolvimento de ações com os preceptores e demais atores envolvidos na Estratégia de Saúde da Família (ESF), Redes de Atenção em Saúde (RAS), Mais Médicos, PROVAB, Comunidade de Prática em Saúde, Núcleo de Apoio à Saúde da Família ( NASF), Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), Serviço de atenção à Saúde Auditiva (SASA), Pronto Atendimento (PA) São Vicente, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cordeiros, Hospital Pequeno Anjo ( HUPA). As estratégias de integração e articulação ensino-serviço-comunidade, além de produzirem mudanças na formação, contribuirão para movimentos de reorganização nos serviços, uma vez que esta integração vem acompanhada de reorientação teórica do processo saúde-doença. Portanto, não se trata simplesmente de uma aproximação ou vivência, mas também discussão e reflexão conjunta sobre a prática e a formação de profissionais de saúde comprometidos com o SUS. Isso implica em uma aproximação cada vez mais estreita e sólida entre ensino, serviço e comunidade, e logicamente de investimento em novas dinâmicas de convivência entre os diferentes atores, assim como reorganização dos processos de trabalho nas unidades de saúde e demais pontos da Rede de Atenção à Saúde. Da mesma forma, torna-se fundamental investir na Educação Permanente, capacitação docente para qualificação das práticas de cuidado de forma planejada e compartilhada entre a Instituição de Ensino e Serviços de Saúde da Região de Saúde. Resultado: Pretende-se ampliar a integração dos diferentes cursos, atores e serviços/instituições; provocar inovações nas práticas de produção de saúde, instigando coletivos/equipes para o desafio de superação, experimentando novas formas de organização dos serviços e de produção e circulação do poder; Inserir conteúdos integrativos relacionados ao Sistema único de Saúde e suas diretrizes. Qualificar docentes, preceptores, coordenadores e gestão da SMS para fomentar nos seus cursos a horizontalidade na troca de saberes e experiências entre ensino e serviço; Formação de grupos multidisciplinares dos diferentes cursos da área da saúde; Proporcionar a interpretação de dados da saúde coletiva, possibilitando a análise da situação de saúde. Conhecer os indicadores que servem de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde. Desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes dos discentes com enfoque na construção de processos de saúde a partir das relações entre serviços e comunidade. Identificar rotinas da gestão municipal nos seus mais variados setores e departamentos, com reconhecimento de suas competências e interface com a atenção à saúde; Trabalhar sob diversos enfoques, incluindo o usuário, comunidade e organizações comunitárias, compartilhando saberes., fortalecendo o vínculo com usuário/família, trabalhando interdisciplinar. Desenvolver ações que promovam melhoria na qualidade de vida dos usuários/família/comunidade e otimização do processo de trabalho. Suporte para os profissionais de saúde, para efetivar a mudança no modelo assistencial preconizado pelo SUS; Conhecer e compreender as Políticas Ministeriais em saúde com interface na atenção em saúde; Ter no quadro de docentes do Centro de Ciências da Saúde da UNIVALI, tutores e preceptores qualificados para fomentar em seus cursos a horizontalidade na troca de saberes e experiências entre ensino e serviço, em todas as esferas da abrangência do SUS, considerando as singularidades loco-regionais e favorecendo a implementação das novas diretrizes curriculares; Organizar e avaliar a inserção dos alunos dos cursos da área da saúde nos Serviços de Saúde do SUS (próprios e contratualizados) com apoio dos professores, tutores, preceptores, equipe e gestão; Proporcionar vivências e troca de experiências nas Redes de Atenção à Saúde nos municípios da Região de Saúde do Rio Itajaí, através de uma participação anual no PRÉ VER-SUS e no VER-SUS; Possibilitar troca de experiências e vivências através da divulgação de boletins informativos, relatos de experiências na Comunidade de Práticas do SUS. Criação de um material informativo educacional de modelos de metodologias ativas, para serem empregadas nas atividades propostas pelos professores, tutores, preceptores e alunos em sala de aula, nos locais da rede de saúde e na comunidade em geral. Considerações Finais: Para o alcance da imagem objetivo, há necessidade de muita comunicação, planejamento e articulação/integração entre ensino/serviço/comunidade. Em uma universidade comunitária, na qual a carga horária dispendida diretamente em contato com os discentes é muito alta, da mesma forma que nos serviços, os profissionais ainda atendem uma alta demanda espontânea, este é um movimento que depende de muito apoio político institucional, sensibilização e atitude das diferentes esferas da gestão, e de todos os atores envolvidos nos diferentes loccus. Os cursos de CCS encontram-se em diferentes estágios de implementação das diretrizes Curriculares Nacionais, assim como é diversificada a qualificação dos docentes, tutores, preceptores. Neste sentido, há uma longa caminhada, sendo necessário um grande investimento em formações continuadas conjuntas, de forma a horizontalizar os conteúdos e estratégias possíveis para atender as necessidades de ensino, serviço e comunidade para uma assistência em saúde integral e resolutiva. Contribuições para a enfermagem: Ressignificar a humanização em saúde leva os acadêmicos a experienciarem novas práticas no modo de se fazer o trabalho em saúde, permitindo retorno para os cursos na ampliação dessa discussão para as demais disciplinas e Projeto Pedagógico de forma transversal. Descritores: Enfermagem. Ensino. Educação. REFERÊNCIAS 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 198/GM - MS, de 13 de fevereiro de 2004. Institui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e desenvolvimento de trabalhadores para o setor e dá outras providências. Brasília. Ministério da Saúde, 2004. 2. SILVA. G. A.;GONZE, G.G. A integralidade na formação dos profissionais de saúde: tecendo valores. Revista de Saúde Coletiva: v.21, n.1,:p.129-46, 2011. |