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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 400

Roda de Conversa


400

SENIORATO EM SAÚDE DA MULHER - UMA ANALISE COMPREENSIVA

Autores:
Aline Furtado da Rosa (Faculdade Arthur Sá Earp Neto) ; Ann Mary Machado Tinoco Feitosa Rosas (Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ) ; Gabriela Troyack Becker (Faculdade Arthur Sá Earp Neto) ; Renata Jabour Saraiva (Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ) ; Adriana Santiago (Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ)

Resumo:
Introdução: O processo de aprendizagem do enfermeiro precisa ser contínuo, visando desenvolver diferentes competências necessárias para fornecer o cuidado a diversas populações durante todo o ciclo de vida1. Esse processo de aprendizagem é desenvolvido desde a graduação. Com intuito de atender a proposta da matriz curricular, uma Instituição de Ensino Superior da Região Serrana-RJ utilizou como estratégia para prática na assistência de enfermagem o Programa de Seniorato, durante esse período os discentes tem a possibilidade de aplicar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) no cenário relacionado ao tema do estudo e desenvolver a habilidades e destrezas nas práticas relacionadas ao cuidado. A integração da teoria com a prática favorece a autoestima dos profissionais que atuam na assistência, pelo fato de se sentirem capacitados a expor a ancoragem de suas ações2. Desta forma, houve acréscimo de mais um período no Curso de Graduação em Enfermagem. Durante o período de janeiro de 2015 a junho de 2016 seis discentes escolheram o cenário da Consulta de Enfermagem a Mulher para aplicarem seus estudos. Assim, o Objetivo do estudo foi: Compreender o significado do seniorato durante a assistência de Consulta de Enfermagem a mulher. Descrição Metodológica: Trata de um estudo qualitativo com abordagem na fenomenologia sociológica de Alfred Shutz. O teórico apresenta alguns constructos que balizam esse estudo. A exemplo: subjetividade, intersubjetividade, relação face a face, típico da ação. Participaram deste estudo seis discentes no período de janeiro a junho de 2016. Critério de inclusão: discentes que escolheram aplicar o TCC na Assistência Consulta de Enfermagem. Critérios de exclusão: Discentes que não foram aprovados no TCC. O seniorato é realizado durante o nono período do curso, o que corresponde ao ultimo período do curso de graduação. Os discentes foram entrevistados no inicio do período letivo. Foram realizadas três perguntas de aproximação para entrevista fenomenológica: O que é para você o seniorato? O que significa para você esse aprendizado? O que você tem em vista com a realização do seniorato. Este estudo faz parte de um estudo que foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ em 02/11/2014 sob o número 874.087 CAAE 37572914.0.0000.5238 de acordo com a Resolução 466/12. Resultados: Ao chegarem ao seniorato cada discente apresenta subjetividade, expressa na bagagem de conhecimentos que adquiriram ao longo do curso de graduação. Diante da Ação Assistencial Consulta de Enfermagem cada discente revela a intencionalidade nesse processo de aprendizagem no momento do seniorato. Em uma relação face a face estão em proximidade com os pares, professores e pacientes, revelam os "motivos para" nesse momento que vivenciam durante a graduação. A partir do depoimento dos discentes surgiram duas categorias que revelam a intencionalidade da Atividade Assistencial Consulta de Enfermagem durante o Programa de Seniorato: "Aprender junto com o professor" e "Dispor de tempo para aprender". A fim de compreender a ação subjetiva da pessoa, Schutz apóia-se, ainda, em motivos para ou em vista de e motivos porque, definindo-os como: [...] motivos para: referente a algo que se quer realizar, objetivos que se procura alcançar, tendo uma estrutura temporal voltada para o futuro, formando uma categoria subjetiva da ação, isto é, estão estreitamente relacionados com a ação e a consciência do ator; e motivos porque: evidentes nos acontecimentos já concluídos, que explicam certos aspectos da realização do projeto, tendo portanto uma direção temporal voltada para o passado. Formam uma categoria objetiva, acessível ao observador3. As categorias do estudo em tela mostraram que os discentes durante o seniorato continuam aprendendo com a presença do professor e dispõem de mais tempo para aprender. Conclusão: A experiência do seniorato é válida no aprendizado da Consulta de Enfermagem na Assistência a Saúde da Mulher conforme o discurso dos participantes. É a oportunidade para rever conteúdos, praticar as técnicas importantes como a coleta dos exames preventivos de mama e Papanicolau, Assistência à mulher no período gravídico, atividades de educação em saúde, atribuições gerenciais do enfermeiro, aprender a conviver com a equipe de saúde, desenvolver competências para resolver problemas, além do desenvolvimento da postura ética e aprender a aprender. Desta maneira, a educação deve estabelecer-se em torno de quatro focos de aprendizagem - os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, ou seja, dispor de meios para compreensão; aprender a fazer para agir sobre o meio ambiente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades; e a aprender a ser, o que permite integrar os três pilares anteriores4. Contribuição para Enfermagem: O estudo mostra que o seniorato possibilita que os discentes sintam-se mais seguros nas praticas que realizaram. Essa contribuição vem ao encontro da necessidade de oferecer ao mercado de trabalho o profissional com prática para desempenhara as atribuições como enfermeiro e competência para darem resolutividades. No cenário de prática, o discente vivencia a relação face a face com o cliente, com o enfermeiro assistencial, com o docente e entre si a cada grupo. Logo, ele ensina e aprende, e assim vai construindo a sua própria maneira de desenvolver a ação assistencial5. Descritores: Aprendizagem; Enfermagem; estudantes de enfermagem. Referencias: 1-Institute of Medicine. 2011. The future of nursing: Leading Change, Advancing Health. Washington, DC: The National Academic Press. (IOM) 2-Paim L. Trentini M. Silva DGV. Jochen AA. Desafios à Pesquisa em Enfermagem. Revista de Enfermagem da Escola de Enfermagem Anna Nery, 2010 abr-jun; 14(2): 386-390. 3-Capalbo C. Fenomenologia e ciências humanas. São Paulo: Editora Idéias e letras; 2008 4- Delors J. Educação: um tesouro a descobrir. Portugal: UNESCO; 1998. 5-Rosas AMMTF. O ensino da atividade assistencial - consulta de enfermagem: o típico da ação intencional. Rio de Janeiro. Tese de Doutorado. Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ; 2003.