Comunicação coordenada
616 | O PROCESSO DE ENSINO DA TEORIA DE CALLISTA ROY NO AMBIENTE HOSPITALAR | Autores: Bárbara Marin de Oliveira (UNIVERSIDADE POSITIVO) ; Denise Faucz Kletemberg (UNIVERSIDADE POSITIVO) ; Giovanna Batista Leite Veloso (UNIVERSIDADE POSITIVO) ; Luiz Claudio Sobrinho Nascimento (UNIVERSIDADE POSITIVO) ; Maria Elisa Brum (UNIVERSIDADE POSITIVO) |
Resumo: O PROCESSO DE ENSINO DA TEORIA DE CALLISTA ROY NO AMBIENTE HOSPITALAR - UM ESTUDO DE CASO Bárbara Marin de Oliveira¹ Denise Faucz Kletemberg² Maria Elisa Brum do Nascimento³ Luiz Claudio Sobrinho do Nascimento4 Giovanna Batista Leite Veloso5 INTRODUÇÃO: Compete ao profissional enfermeiro no ambiente hospitalar, a análise dos aspectos biopsicossociais de seus pacientes para identificar e prever as necessidades individuais durante o período de internamento, sendo estas supridas através da implementação de cuidados apropriados. Para esta avaliação é utilizado o Processo de Enfermagem, sendo constituído basicamente por: investigação, diagnóstico de enfermagem, planejamento, implementação de cuidados e avaliação (COFEN Nº 358/2009). Sua aplicação deverá estar nas Teorias de Enfermagem, que são definidas como uma conceitualização articulada e comunicada da realidade inventada ou descoberta na enfermagem com a finalidade de descrever, explicar, prever ou prescrever o cuidado de enfermagem (MELEIS, 1991), que direcionem a identificação dos diagnósticos e a prescrição de enfermagem, contribuindo para a terapêutica com eficiência e a eficácia necessária. Uma das teorias que oferece o instrumento para auxiliar o raciocínio é a proposta por Callista Roy. A caracterização desta Teoria se dá através da definição de quatro conceitos, sendo eles: a pessoa, que é vista como sistema adaptativo vivo; o ambiente, caracterizado como sendo um conjunto de estímulos internos e externos; a saúde, tida como um estado e um processo de ser e de tornar-se uma pessoa total e integrada; e a enfermagem, como sendo responsável pela promoção de respostas adaptativas em relação aos modos adaptativos fisiológico, de auto-conceito, de função do papel e de interdependência (ROY & ANDREWS, 1991). Quando bem elaborados, estes cuidados refletem diretamente na qualidade de vida dos pacientes hospitalizados, em especial aqueles dependentes em razão da intolerância aos esforços, como é o caso dos pacientes cardiopatas, que necessitam de constante cuidado e auxílio para a adaptação aos novos estímulos recebidos. Apesar da relevância das Teorias de Enfermagem, sua aplicabilidade tem sido questionada pelos enfermeiros, com referência à sua operacionalização na prática assistencial e a identificação como conteúdo apenas acadêmico. Acreditando que a compreensão dos conceitos e preposições de uma Teoria de Enfermagem, perpassa pela sua aplicação já na formação, docentes de uma Instituição de Ensino Superior, implementaram o estudo de caso, como estratégia pedagógica, para seu ensino. OBJETIVO: Relatar experiência pedagógica utilizada no curso de graduação em Enfermagem, para compreensão do referencial teórico de Callista Roy no atendimento a paciente hospitalizado. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de caso, realizado em hospital escola privado e conveniado ao Sistema Único de Saúde, localizado na cidade de Curitiba (PR). A amostra foi composta de um paciente adulto idoso, sexo masculino, idade 61 anos, casado, hipertenso, com histórico de IAM (Infarto Agudo do Miocárdio), angioplastia. Internado devido a dores no peito e intolerância aos esforços, diagnosticado como Angina pectoris. Os dados foram coletados em abril de 2015, durante prática acadêmica da disciplina 'O Processo de Cuidar em Enfermagem na Saúde do Adulto e Idoso', através de um formulário composto por anamnese e exame físico adaptado ao modelo teórico de Roy (GALBREATH, 1993) utilizando-se também dados secundários do prontuário clínico. A organização e análise dos dados foram realizadas através do processo de julgamento clínico dos problemas adaptativos de acordo com a teoria de Roy apoiado na análise e categorização dos dados com subsidio da CIPE® versão 2013, nos eixos foco e julgamento. Foram relacionados os problemas adaptativos, estímulos e comportamentos dos modos apresentados pela teoria. Não foi necessária a submissão deste trabalho ao Comitê de Ética e Pesquisa por tratar-se de metodologia pedagógica da disciplina. RESULTADOS: Masculino, 61 anos, casado, trabalha como porteiro, história de IAM, hipertenso, sedentário, nega tabagismo e etilismo. Entrada no pronto atendimento com dores no peito e intolerância aos esforços, relatando ter ingerido, no dia anterior, dois comprimidos de maleato de enalapril em razão de dor em região de epigastro semelhante á "rasgo", com persistência da dor mesmo depois de medicado. Ao anoitecer, relatou ter ingerido dois comprimidos de ácido acetilsalicílico, com alívio parcial dos sintomas. Não tinha o intuito de ir ao hospital, porém, como já tinha consulta marcada para o dia seguinte, relatou seus sintomas ao médico e foi imediatamente internado para realização de angioplastia em razão de obstrução de artérias coronárias. Relata com receio que, há aproximadamente um mês, seu filho saiu de casa, junto com a esposa e filha, para morar em casa própria. Estava acompanhado da mulher, que também demonstrou tristeza quanto á isso. Ao exame físico PA: 160/100 mmHg, FR: 22rpm profundo por inquietação, demais sinais sem alteração. DISCUSSÃO: Após atendimento do paciente na unidade de internamento, foi feito relato de caso pela aluna aos docentes com o levantamento dos problemas de saúde na perspectiva do referencial teórico de Roy, onde os modos adaptativos guiaram o raciocínio clínico, identificando os problemas de adaptação aos estímulos internos e externos do paciente em questão. Quanto ao modo fisiológico, foram elencados os diagnósticos de: dores no peito; lesão por punção venosa em MSE; acesso venoso periférico em MSD; náusea por jejum; icterícia; e acolia fecal. No que tange ao modo do autoconceito: autoestima prejudicada. Quanto ao modo de função de papéis: ansiedade de separação presente; desempenho de papel prejudicado. Quanto ao modo de interdependência, temos: . Conclusão: A utilização do estudo de caso para aplicação da Teoria de Callista Roy e levantamento dos diagnósticos e consequentemente as ações de cuidado, demonstrou a relevância da aplicação de um referencial teórico para elencar os problemas de saúde. Os pressupostos da teoria se adequaram a realidade em ambiente hospitalar, pois as limitações impostas pela patologia requerem adaptações internas e com relação ao ambiente. A experiência pedagógica de trazer a teoria de Callista Roy para o ambiente hospitalar foi eficaz e propiciou aos alunos a compreensão prática da importância da utilização de um referencial teórico, como condutor do raciocínio clínico. CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM: A estratégia pedagógica descrita oferece alternativa para desmistificação das Teorias de Enfermagem como conteúdo teórico e sem aplicação na prática profissional. O estudo de caso é um instrumento viável para que o graduando aplique na prática o referencial ministrado na aula teóric e compreenda sua aplicabilidade. REFERÊNCIAS: GALBREATH, J.G.; ROY, S.C. In: GEORGE, J.B. Teorias de enfermagem. Porto Alegre: Artes médicas, 1993. SALDANHA, E.A.; FERNANDES, M.I.C.D.; MEDEIROS, A.B.A.; FRAZÃO, C.M.F.Q.; COSTA, I.A.; LIRA, A.L.B.C. A Teoria de Callista Roy, a NANDA-I e o cuidado ao paciente prostatectomizado. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2012 dez; 20(esp.2):764-70. Descritores: Enfermagem; Educação; Teorias de Enfermagem. Eixo 1: Processo de ensino-aprendizagem na formação em Enfermagem Área temática: Modelos de ensino em enfermagem |