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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 603

Roda de Conversa


603

ESTRATÉGIA DE ENSINO EM ENFERMAGEM: experiência no processo de planejamento educativo em saúde

Autores:
Geyse Aline Rodrigues Dias (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Marco Antônio Mesquita da Silva Júnior (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Ingrid Raiane Renê Cordeiro (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Márcia Maria Bragança Lopes (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Marília de Fátima Vieira de Oliveira (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)

Resumo:
Introdução: No campo da educação, a utilização predominante de estratégias de ensino tradicionais, não têm se mostrado tão eficazes nos processos de ensino-aprendizagem. A educação na saúde, como "sistematização de conhecimentos relativos à formação e ao desenvolvimento para a atuação em saúde, envolvendo práticas de ensino, diretrizes didáticas e orientação curricular."1-20, não está distante desta realidade e clama por mudanças nos processos formativos e nas relações sociais em busca de mais reflexão sobre a realidade, postura crítica e associação do pensar com o fazer2. Nessa perspectiva, tendo em vista o desenvolvimento de educação em saúde no processo de formação de Enfermagem, é que se faz necessário repensar estratégias de ensino em saúde, considerando as distintas concepções pedagógicas e suas implicações no processo ensino-aprendizagem3. Diante disso, o objetivo deste é relatar experiência de atividade de ensino em Enfermagem sobre construção de Planejamentos Educativos em Saúde críticos criativos. O planejamento educativo em saúde, como ferramenta à operacionalização das ações educativas, é fundamental para desenvolvimento da educação em saúde, logo, o processo de aprendizagem à sua construção é elementar para a formação de educadores em saúde. Metodologia: Relato de experiência, vivenciado por docentes e acadêmicos de enfermagem durante as aulas de "Organização e Planejamento do Processo Educativo" da atividade curricular "Processos Educativos em Enfermagem I" do 3º semestre do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA). A experiência ocorreu no 1º semestre de 2016, nas dependências da Faculdade de Enfermagem da UFPA, com uma turma de 38 alunos. Resultados: A estratégia de ensino abrangeu reflexão crítica sobre o processo de construção de planejamentos educativos à educação em saúde, a partir de uma exposição dialogada sobre o processo de organização e planejamento do processo educativo em saúde. Posteriormente desenvolveu-se um processo de Estudo Independente em grupos, para a elaboração de planejamentos educativos problematizadores e participativos à promoção da saúde para os diferentes ciclos da vida. A construção dos planejamentos foi orientada segundo o modelo de planejamento participativo proposto por Leite; Prado; Peres (2010), que apresenta as seguintes etapas: diagnóstico, plano de ação, execução e avaliação. Para o processo de diagnóstico e construção do plano de ação, durante uma semana os grupos foram estimulados a observar, interagir e refletir sobre as necessidades dos usuários de uma Unidade Municipal de Saúde da periferia de Belém-PA, durante as atividades práticas das atividades curriculares Atenção Integral a Saúde da Mulher, Criança e Adolescente e Atenção Integral a Saúde do Adulto e do Idoso, para posteriormente elaborar o planejamento educativo. Na aula seguinte, houve o processo de Socialização em grande grupo, apresentação dos planejamentos e das respectivas estratégias educativas desenvolvidas para execução. As temáticas e estratégias educativas desenvolvidas nos planejamentos foram as seguintes, respectivamente: os cuidados com a exposição solar na maior idade, dramatização; puberdade: conhecendo as mudanças do meu corpo, "quiz" jogo de perguntas e respostas; higiene, alimentação e atividade física à saúde da criança, vídeos interativos e brincadeiras; cuidados com a ingestão de alimentos típicos da quadra junina, Bingo junino; tuberculose: doença, prevenção e tratamento, simulação de programa de televisão; e vacinação contra o HPV (Papilomavírus Humano), teatro de fantoches. Como atividade simulada, esse momento foi fundamental para o desenvolvimento do processo de avaliação das atividades educativas propostas, logo, ao final das apresentações realizou-se uma roda de conversa para discutir sobre as construções, ressaltando os pontos positivos e tecendo sugestões para o desenvolvimento efetivo das atividades, foi possível ainda, esclarecer dúvidas e instigar a reflexão sobre a importância do planejamento no processo educativo em saúde e enfermagem. Entende-se que independente do público alvo, com o uso da proposta adequada, da criança ao idoso, o conhecimento é propagado, e a enfermagem, como profissão formada por agentes de informação, deve possibilitar em seu processo formativo momentos de construção e apresentações visando o ganho de competências e confiança para o desenvolvimento das mesmas em outra oportunidade4. A atividade desenvolveu o pensamento crítico-reflexivo sobre a importância de se organizar, planejar e desenvolver processos educativos em saúde e enfermagem, visando o objetivo de transformação de realidades e autonomia dos indivíduos diante de sua situação de saúde. Para tanto, vale destacar que para o desenvolvimento de um processo educativo eficaz é necessário o entendimento do papel do enfermeiro como educador e o comprometimento contínuo com esse papel4. Nesse contexto, considera-se que estratégia participativa e criativa possibilitou ações coletivas, que estimularam a autonomia dos alunos na construção do conhecimento, reflexões sobre a importância dos processos educativos em saúde e enfermagem para a efetiva educação em saúde, assim como despertou na turma o olhar transversal da educação na formação de enfermagem. Conclusão: A metodologia de ensino aqui apresentada favorece o processo de ensino-aprendizagem dialógico, considera o contexto sociocultural, o conhecimento e os saberes prévios dos alunos, professores e usuários dos serviços de saúde, ou seja, promove o processo reflexão-ação-reflexão, por meio da aprendizagem significativa. Nesse sentido, conclui-se que o desenvolvimento de processos educativos críticos criativos promovem a socialização do aprender e ensinar frente às possibilidades de desenvolver estratégias que estimulem o futuro profissional à construção e reflexão do conhecimento diante das realidades que se apresentam no seu contexto de vida e da promoção da saúde. Contribuições / implicações para a Enfermagem: O estudo destaca-se pelo estímulo aos profissionais de enfermagem quanto ao desenvolvimento de metodologias de ensino que favorecem um processo formativo que tenha como eixo transversal o papel do enfermeiro como educador em saúde. Além de favorecer, o reconhecimento da importância da realização de novas práticas e habilidades pedagógicas para melhor organizar e planejar ações educativas em saúde, tendo em vista o enfrentamento das dificuldades cotidianas que podem interferir na práxis educativa do enfermeiro. Descritores: Educação em Saúde. Educação em Enfermagem. Ensino. Referências: 1 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Glossário Temático. Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Brasília, DF, 2013. 2 Prado ML, Heidemann ITSB, Reibnitz KS. Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem: Processo educativo em saúde. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina/Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, 2013. 3 Leite MMJ, Prado C, Peres HHC. Educação em saúde: desafios para uma prática inovadora. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2010. p. 87. (Série educação em saúde). 4 Bastable SB. O enfermeiro como educador: Princípios de ensino-aprendizagem para a prática de enfermagem. 3. ed. Brasil: Artmed, 2010.