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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 248

Comunicação coordenada


248

AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM E O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS

Autores:
Letícia Martins Machado (Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus Santiago, RS)

Resumo:
INTRODUÇÃO: O processo de ensino-aprendizagem na educação superior objetiva formar um profissional capaz de executar as tarefas inerentes a profissão escolhida, bem como auxiliar este sujeito a se construir como cidadão, aí ressaltando o compromisso social da universidade. Neste constructo, as Instituições de Ensino Superior (IES) ao passo que oferecem meios para o desenvolvimento de competências, necessitam avaliar o conhecimento adquirido pelo estudante como forma de selecionar que está apto a prosseguir no curso. Ao longo da história da educação mundial e nacional, vê-se que o processo avaliativo passou por diferentes abordagens. Primeiramente a aprendizagem era medida apenas pela nota obtida por meio de provas, nas quais o estudante deveria discorrer sobre os conteúdos que o professor, transmissor de informações, elegesse como relevante naquele momento. Já a nova pedagogia, considera que o importante não é aprender, mas aprender a aprender, desloca o eixo da questão pedagógica do intelecto para o sentimento; do aspecto lógico para o psicológico; dos conteúdos cognitivos para os métodos pedagógicos; do professor para o aluno; do esforço para o interesse; da disciplina para a espontaneidade; da quantidade para a qualidade; e de uma ação inspirada filosoficamente na ciência lógica para uma ação de inspiração experimental, tendo, como base, contribuições da biologia e da psicologia. A essência da atividade educativa passa a ser a relação interpessoal.1 Neste sentido, surge o conceito de competência tendo em vista que contemporaneamente os currículos avaliam seus estudantes com vistas as competências por estes desenvolvidas. Competência refere-se a funções, tarefas e atuação de um profissional-incumbência para desenvolver, adequada e idoneamente, suas funções de trabalho suficiência, que é resultado e objeto de um processo de capacitação e qualificação.2 OBJETIVO: Refletir sobre o processo de avaliação e desenvolvimento de competências na formação superior de enfermagem. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Reflexão a partir de discussões e construções textuais realizadas durante o Curso de Especialização em Ativação de Processos de Mudança na Formação Superior de Profissionais de Saúde. Este é um curso proposto pela Fundação Osvaldo Cruz e Universidade Aberta do Brasil- Polo Novo Hamburgo. Teve duração de um ano, indo de maio de 2015 a maio de 2016, e é caracterizado como um curso misto, com três encontros presenciais de quatro dias e as demais atividades executadas à distância, por meio do desenvolvimento de situações-problemas. A turma de especializandos foi dividida em três grupos, cada um com uma tutora de aprendizagem. O objetivo do curso é formar especialistas em ativação de processos de mudança na formação superior de profissionais da saúde capazes de desencadear e ampliar o pensamento crítico e a ação estratégica no sentido de difundir e dinamizar os processos de mudança no mundo da formação e no mundo do trabalho em saúde no país. RESULTADOS: Competência está relacionada a forma de organizar e direcionar situações de aprendizagem, administrar a evolução das aprendizagens; criar e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação, envolver os alunos em seu processo de aprendizagem, bem como em seu trabalho; discutir o enfrentamento dos deveres e dilemas éticos da profissão e administrar sua formação contínua. Na esfera da educação, competência se traduz na capacidade de mobilizar recursos cognitivos que agregam saberes, informações, habilidades operatórias e, essencialmente, as inteligências, para com eficácia e pertinência, enfrentar e solucionar uma série de situações ou problemas. Nessa perspectiva, a aprendizagem essencial encontra-se pautada nos quatro pilares da educação de Dellors, traduzidos por: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser. 3 Desta forma, os instrumentos de avaliação devem conter elementos que busquem identificar nos estudantes os aspectos citados acima. Para isso, as instituições devem organizar o processo de ensino-aprendizagem de uma forma que em todos os semestres do curso o estudante tenha a oportunidade de desenvolver estas competências, inclusive a competência de ser autônomo na busca de conhecimento. Quanto a autonomia do individuo na construção do conhecimento, há duas idéias intimamente associadas: 1) aquilo que o indivíduo aprende por si mesmo é superior, em termos educativos e sociais, àquilo que ele aprende através da transmissão por outras pessoas; e 2) o método de construção do conhecimento é mais importante do que o conhecimento já produzido socialmente. A isto soma-se a necessidade de que o está sendo aprendido deve estar em consonância com a realidade social e as necessidades do indivíduo.4 Ao compreender que o desempenho do estudante representa a mobilização de suas competências relativas ao conhecimento, às habilidades e às atitudes, a avaliação por competências visa o crescimento do aluno, tomando como referência as competências profissionais a serem adquiridas, não se restringindo ao resultado do desempenho, porém, a partir deste, projetar estratégias que favorecerão o desenvolvimento das competências necessárias ao exercício do trabalho.3 O que infere-se a partir das leituras é que um instrumento de avaliação poderá ser formulado a medida que a IES tiver bem clara qual seu método de ensino-aprendizagem, para que se possa definir quais competências busca-se desenvolver no estudante naquele momento acadêmico que se encontra. A medida que isto se define, cada disciplina ou cada semestre buscará desenvolver o seu instrumento de avaliação para verificar as competências que estão ou não estão sendo desenvolvidas. Ressalta-se que na nova perspectiva de educação brasileira, o desempenho do estudante não deve ser medido apenas pela nota obtida em uma prova. CONCLUSÃO: O processo de aprendizagem, ensinagem e avaliação no ensino superior é repensado para atender ao público que está chegando a universidade. São pessoas versáteis, consumidoras de tecnologias e com vistas não só a obter um diploma universitário e um bom emprego, mas também almejam transformar seus espaços de trabalho por meio da dinamicidade, conhecimento e troca de informação. IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: As implicações referem-se ao perfil de enfermeiro formado nesta perspectiva de ensino, pois serão profissionais dinâmicos, propositivos e proativos. Saberão buscar e construir conhecimento a partir das suas demandas diárias nos locais em que atuam, bem como fomentar o ensino de novos profissionais e valorizarem a pesquisa. REFERÊNCIAS: 1Souza AML. Avaliação da aprendizagem no ensino superior: aspectos históricos. Revista Exitus. 2012; 2(1): 231-54. 2Vale EG, Guedes MVC. Competências e habilidades no ensino de administração em enfermagem à luz das Diretrizes Curriculares Nacionais. Rev Bras Enferm. 2004; 57(4): 475-78. 3Tronchin DMR, Gonçalves VLM, Leite MMJ, Melleiro MM. Instrumento de avaliação do aluno com base nas competências gerenciais do enfermeiro. Acta Paul Enferm. 2008; 21(3): 356-60. 4Duarte N. As pedagogias do aprender a aprender e algumas ilusões da assim chamada sociedade do conhecimento. Revista Brasileira de Educação. 2001; (18): 35-40. Descritores: Enfermagem; Aprendizagem; Avaliação; Educação baseada em competências.