Comunicação coordenada
427 | DA POLÍTICA À PRÁTICA: proposta de implantação de acolhimento com classificação de risco através da educação profissional | Autores: Lília Pereira Lima (ESCOLA ESTADUAL DE SAÚDE PÚBLICA DA BAHIA) ; Aline Macedo de Queiroz (UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - ESCOLA DE ENFERMAGEM) ; Taís de Araújo Magnavita Carneiro (ESCOLA ESTADUAL DE SAÚDE PÚBLICA DA BAHIA) |
Resumo: INTRODUÇÃO: O estado da Bahia aprovou em 2012 a Resolução CIB nº 044, que estabelece as diretrizes, critérios e requisitos para a construção dos Planos Estadual, Regionais e Municipais da Rede de Atenção às Urgências, com vistas a apoiar a implantação do acolhimento com classificação de risco (ACCR), tendo como principal alinhamento as Portarias GM/MS Nº1.600/2011, Nº 2.395/2011 e da Política Nacional de Humanização. A necessidade de qualificar o quadro técnico-assistencial que atua nos serviços de emergência para o acolhimento utilizando critérios técnicos em conformidade com o Protocolo Estadual de Classificação de Risco/SESAB e com as políticas vigentes, diminuindo o risco de mortes evitáveis. OBJETIVO: Relatar a experiência de criação do I Curso de Atualização para o Acolhimento com Classificação de Risco da Rede SESAB. MÉTODO: Relato de experiência do projeto piloto deste curso que ocorreu no período de 12 de julho a 16 de agosto de 2016 em um hospital geral de Salvador. Por ser um curso multidisciplinar terá os profissionais certificados pelas Escola Técnica de Formação em Saúde (EFTS) e Escola Estadual de Saúde Pública (EESP) da Bahia. Os dados apresentados referem-se a concepção, metodologia do curso que se constitui como estratégia de apoio para a implantação do ACCR em toda rede SESAB. O curso poderá gerar reflexões, reorganização do cuidado prestado e do processo de trabalho interno, criando a necessidade de diálogo com a rede de atenção existente, melhorando a relação pessoa-pessoa e o modelo de atenção com foco na universalidade, integralidade e equidade no acesso às ações e serviços de saúde. Este curso visa qualificar o quadro técnico-assistencial que atua nos serviços emergência através da apresentação das diretrizes do acolhimento e da escuta qualificada, com base nos critérios clínicos para detecção de casos graves utilizando de linguagem única e discutindo, de modo prático e participativo a organização do fluxo de atendimento. Serão discutidos os papéis dos atores e serviços que participam do atendimento à emergência dentro e fora da unidade hospitalar; além de contribuir para a reorganização do processo de trabalho, extinguindo o modelo vigente da "triagem" que não tem aporte técnico/científico. Ao final do curso, os discentes-trabalhadores deverão estar aptos a atender a necessidade do usuário em consonância com a complexidade e disponibilidade do serviço; Serão abordadas: as políticas de saúde do mundo do trabalho e o trabalhador de saúde; transformações no mundo do trabalho e novas competências requeridas para o trabalhador de saúde; Política Nacional de Humanização e o ACCR como dispositivo de qualificação da porta de entrada através do acolhimento e da escuta qualificada; será discutida a integração: trabalhador - trabalho e estudantes, através da experiência do Permanecer SUS; O Protocolo do ACCR do Estado da Bahia (2014) e o panorama das emergências/ urgências na Bahia serão apresentados e será realizado um pré-teste, possibilitando avaliar o conhecimento dos discentes através da aplicação de um instrumento que quantifica os riscos clínicos através de Estudos de Caso. Os casos discutidos servirão de ponto de partida para a discussão sobre necessidade de adequações de fluxo neste hospital piloto, já que a proposta é realizar o curso em todos os hospitais gerais do estado da Bahia. Estão previstas Palestras, Mesas Redondas e Vídeo Conferências e a discussão sobre a Segurança do Paciente, abordando a comunicação, os registros no ACCR, a administração segura de medicamentos e o sistema de notificação de eventos adversos NOTVISA. A avaliação ocorrerá pela participação nas atividades e debates propostos favorecendo a atividade de descrição de um fluxo de atendimento e será exigida a frequência mínima de 75% para se obter a certificação de atualização. A metodologia da problematização, proposta por Charles Maguerez, será utilizada para fomentar discussões sobre a realidade vivenciada pelos trabalhadores-discentes responsáveis por sua trajetória no espaço social do trabalho: Análise da Realidade deverão ser estimulados a fazer uma análise da situação de sua área de abrangência com relação ao assunto a ser abordado. Identificação dos Pontos-Chave - o que é relevante do que é contingente ou superficial, aprofundando a análise. Teorização - buscarem o porquê das coisas ou aspectos observados. Formulação de Hipótese de Solução para o Problema para que se habituem a pensar de maneira inovadora. Aplicação à Realidade O discente retornará ao campo para os momentos de interação no trabalho com um "plano de ação". CONCLUSÃO: o projeto piloto passou por duas etapas. A primeira - sensibilização dos gestores do serviço, através da apresentação do projeto do curso com um convite à "construção coletiva" onde as EFTS e EESP da Bahia propõem-se a adequar-se às necessidades do serviço para viabilizar o curso. A segunda - "as escolas disponibilizam-se a serem itinerantes" e apresentam as adequações propostas. Gestores e trabalhadores são co-responsáveis pelas ações compartilhadas: adequação das escalas para participação dos trabalhadores, adequação das datas das aulas às escalas; realização do curso no próprio serviço e não em uma das escolas; matrícula no serviço; visita técnica a um hospital público acreditado. Espera-se que este piloto seja um "Gerador de Movimento de Articulação" com a Rede SUS BAHIA. CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÔES PARA A ENFERMAGEM: possibilitará a utilização de critérios técnicos validados que garantem segurança na classificação do risco clínico e identificação do diagnóstico de enfermagem. Possibilitará, adequação à nova cultura, agilidade no atendimento e tomada de decisão no nível operacional fundamentada com critérios para acompanhamento e encaminhamentos, gerar satisfação profissional e ser norteador para a organização do fluxo (interno e externo); facilitador dos processos de trabalho; redutor de eventos adversos; Possibilitará a geração de informações seguras para a tomada de decisão estratégica e mudança de cultura. REFERÊNCIAS: 1. BRASIL, Ministério da Saúde, Núcleo Técnico da Política de Humanização. HumanizaSUS. Política Nacional de Humanização. Brasília 2003. 2. BRASIL, Ministério da Saúde, Portaria nº 2.395, de 11 de outubro de 2011. Organiza o Componente Hospitalar da Rede de Atenção às Urgências no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília 2011. 3. BRASIL, Ministério da Saúde, Portaria nº 1.600, de 07 de julho de 2011. Reformula a Politica Nacional de Atenção às Urgências e institui a rede de Atenção às Urgências do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília 2011. 4. SESAB. Salvador: Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, Protocolo Estadual de Classificação de Risco / 2014. 54 p. Protocolo elaborado com base no Protocolo de Manchester ®. Salvador, 2014. REFERÊNCIAS: 1. BRASIL, Ministério da Saúde, Núcleo Técnico da Política de Humanização. HumanizaSUS. Política Nacional de Humanização. Brasília 2003. 2. BRASIL, Ministério da Saúde, Portaria nº 2.395, de 11 de outubro de 2011. Organiza o Componente Hospitalar da Rede de Atenção às Urgências no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília 2011. 3. BRASIL, Ministério da Saúde, Portaria nº 1.600, de 07 de julho de 2011. Reformula a Politica Nacional de Atenção às Urgências e institui a rede de Atenção às Urgências do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília 2011. 4. SESAB. Salvador: Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, Protocolo Estadual de Classificação de Risco / 2014. 54 p. Protocolo elaborado com base no Protocolo de Manchester ®. Salvador, 2014. |