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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 420

Comunicação coordenada


420

O ESTUDO DA BIOSSEGURANÇA COMO ESTRATÉGIA PARA A SEGURANÇA DO PACIENTE - RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Francisca Idanésia da Silva (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE) ; Elisangela Franco de Oliveira Cavalcante (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE) ; Cleonice Andrea Alves Cavalcante (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE) ; Cleide Oliveira Gomes (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE) ; Anna Katyanne Arruda Silva E Souza (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE)

Resumo:
Atualmente evidencia-se a importância da cultura de segurança do paciente, que de acordo com a OMS corresponde à redução ao mínimo aceitável do risco de dano evitável associado ao cuidado em saúde. É importante ressaltar que o desenvolvimento contemporâneo da área de segurança do paciente permitiu um novo olhar sobre o cuidado, na medida em que foi influenciado pela transdisciplinaridade que possibilitou estudar e buscar evidências científicas sobre o risco de erro humano, os acidentes e suas formas de prevenção e controle. Os princípios e práticas da Biossegurança em Saúde contribuem substancialmente para a promoção, prevenção e proteção a saúde, baseados nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), o que representa uma importante estratégia para a melhoria do cuidado de saúde e da qualidade de vida. Assim, a Biossegurança, em todos os níveis de atenção, aborda medidas de controle das infecções e a prevenção dos eventos adversos na perspectiva da proteção da equipe de saúde e dos usuários, sensibilizando e disseminando nos profissionais da saúde a política de promoção da segurança nos serviços de saúde, como também visa proteger e preservar o meio ambiente contribuindo para o desenvolvimento sustentável e da Bioética. Nesse sentido, buscando assegurar uma aprendizagem significativa da Biossegurança, a Escola de Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ESUFRN) oferece o Componente Curricular "Biossegurança" para estudantes dos cursos técnicos em Enfermagem, em Vigilância em Saúde, em Registros e Informações em Saúde, em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, em Massoterapia, em Análises Clínicas, em Saúde Bucal, em Estética e em Agente Comunitário de Saúde. Para isso, tem como desafio construir uma cultura de segurança, proporcionando conhecimento e habilidades de modo que os mesmos possam, enquanto futuros membros de equipe multidisciplinar, ser capazes de conhecer e executar procedimentos padronizados, com vistas à redução de riscos à saúde de todos os envolvidos direta ou indiretamente nessa atenção. A oferta desse componente curricular reconhece e resguarda as especificidades relacionadas a cada curso e perfis profissionais dos mesmos. Desta forma, o Componente Curricular, "Promoção da Biossegurança nas Ações de Saúde" é oferecido no Módulo 1, o qual é comum aos diferentes cursos técnicos ofertados pela ESUFRN. Para os alunos do Técnico em Enfermagem, o estudo da Biossegurança difere dos demais, em relação ao conteúdo estudado e à forma de oferta. Neste curso, além do componente anterior é oferecido os componentes "Biossegurança nas Ações de Enfermagem I" e "Biossegurança nas Ações de Enfermagem II". Os Técnicos em Enfermagem legitimam sua prática profissional por meio de técnicas para assistir individual ou coletivamente as pessoas, em atividades de promoção, prevenção e reabilitação conforme previsto pela Lei do Exercício Profissional de nº 7.498/86 e pelo Decreto nº 94.406/87 a qual atribui sua participação no planejamento da assistência, orientação e supervisão do trabalho de Enfermagem, bem como a execução de ações assistenciais. Constituem, portanto, uma categoria profissional exposta a muitos riscos ocupacionais, com destaque para os riscos biológicos, os quais, de acordo com as estatísticas nacionais, ocorrem com maior frequência. Assim, enquanto profissional da área da saúde, integrante da equipe de Enfermagem, o Técnico em Enfermagem deve estar devidamente preparado para desenvolver suas competências e habilidades junto à Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) ou os Núcleos de Segurança do Paciente, buscando atualizar-se permanentemente sobre o tema com respaldo científico, na perspectiva da biossegurança e da segurança do paciente. Diante do exposto, o ensino da "Biossegurança nas Ações de Saúde" visa desenvolver competências e habilidades gerais, no sentido de prevenir ou minimizar os riscos decorrentes das atividades que envolvam a exposição a agentes biológicos nos ambientes de trabalho e na coletividade, fornecendo noções básicas sobre os agentes causadores das doenças, a partir do conhecimento e reconhecimento dos princípios básicos sobre os microrganismos como bactérias, vírus, protozoários, fungos, entre outros, a partir dos aspectos clínicos e epidemiológicos. O estudo da "Biossegurança nas Ações de Enfermagem I" contempla os Fundamentos e o Processo de Trabalho em Enfermagem nos diferentes ciclos de vida, cujo objetivo é desenvolver competências e habilidades no sentido de prevenir e controlar as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e as infecções comunitárias. Nessa perspectiva, os princípios da biossegurança e da segurança do paciente permitirão, aos Técnicos em Enfermagem, bem como a toda a equipe de saúde, promoverem assistência livre de riscos, além de garantir a segurança dos profissionais de saúde em relação aos riscos relacionados ao trabalho, especificamente os agentes biológicos. Desse modo, os discentes passam a conhecer as medidas de Precauções Padrão ou Precauções Universais, destacando-se a higienização das mãos, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e a conduta frente aos acidentes biológicos. O Componente "Biossegurança nas Ações de Enfermagem II" propõe o estudo da aplicação das diretrizes e práticas do controle de infecção na assistência de Enfermagem, sobretudo no cuidado a pessoas em estado grave, as quais tem maior vulnerabilidade para adquirir IRAS. Para isso, o aluno desenvolve e aplica habilidades, através do uso de técnicas e procedimentos que garantam a segurança dos pacientes, a partir de medidas de prevenção e controle das mesmas, buscando garantir um cuidado livre de riscos. Dessa forma, busca-se desenvolver uma cultura de biossegurança em todos os módulos do curso de maneira sistemática e contínua, adequando essa temática aos diferentes níveis de atenção a saúde partindo da premissa que o cuidado seguro deve perpassar todos os níveis desde a atenção básica até a alta complexidade, a partir de práticas educativas que promovam uma aprendizagem significativa e voltada às realidades dos serviços de saúde na perspectiva da integração ensino/serviço, apoiada nos pilares do saber/ser, saber/fazer e no saber/aprender e nos princípios do SUS. Para isso, o curso proporciona a oportunidade de conhecer os tipos e a utilização adequada dos EPI, passando a reconhecer a importância do uso destes com a finalidade de reduzir a exposição do profissional a sangue ou outros fluidos biológicos, e os cuidados específicos recomendados para manipulação e descarte de materiais perfurocortantes. Além das legislações específicas dessa área como a Norma Regulamentadora 32. Para tanto, são utilizadas metodologias ativas e problematizadoras com o desenvolvimento de aulas que se aproximem das práticas que serão vivenciadas pelos mesmos, através de visitas aos serviços de saúde, especificamente às centrais de material e esterilização e/ou aos núcleos de segurança do paciente, possibilitando "idas e vindas" no processo ensino-aprendizagem. Além disso, são utilizadas técnicas de simulação realísticas em laboratórios de habilidades práticas com destaque para as técnicas de higienização das mãos, manuseio de material estéril, do uso e manuseio adequado dos EPI e dos cuidados e técnicas voltadas para uma assistência segura. DESCRITORES: Exposição a agente biológico. Ensino. Infecção Hospitalar. REFERÊNCIAS Ministério da Saúde (BR), Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Fiocruz, Programa Nacional de Segurança do Paciente. Protocolo para a prática de higiene das mãos em serviços de saúde. Brasília; 2013. Ministério da Saúde (BR), Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência segura: uma reflexão teórica aplicada à prática. [Brasília]: ANVISA; 2013b. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde; volume 1. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Exposição a Materiais Biológicos - Protocolos de Complexidade Diferenciada - Saúde do Trabalhador. Brasília; 2011.