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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 158

Roda de Conversa


158

ENSINO EM SAÚDE POR MEIO DA ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL

Autores:
Leila Maria de Abreu Jaggi (Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; Emille D. Paim (Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; Vera B. Martins (Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) ; Rita Catalina A. Caregnato (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre)

Resumo:
Introdução: A educação em saúde vem sendo debatida nas mais diversas áreas da saúde e educação, desde a sua formação. A referência para a formação, não deve contemplar apenas a busca eficiente de evidências ao diagnóstico, cuidado, tratamento, prognóstico, etiologia e profilaxia das doenças e agravos. Deve objetivar o desenvolvimento de condições de atendimento às necessidades da população e gestão setorial¹. A formação, deve ter como objetivo além de atualização técnico-científica, a transformação das práticas profissionais, com o foco na promoção, prevenção, diagnóstico e reabilitação. Pressupõe-se que o processo de trabalho deve ser centrado no usuário, onde o cuidado é o imperativo ético-político que organiza a intervenção técnico-científica; e dessa forma estimula a participação dos usuários ampliando sua autonomia no cuidado à saúde, além de organizar e orientar os serviços². Com esta visão, surgem as campanhas de prevenção e promoção a saúde, em que as instituições estão cada vez mais inseridas e a comunidade, seja ela institucional ou não, participante. As campanhas tornam-se tradicionais a medida que aumentam a sua importância, com o auxílio da mídia, e alcançam um maior número de pessoas, sendo que acontecem nas mais diversas áreas como: câncer de mama, próstata, boca, cabeça e pescoço, colo de útero, voz, disfagia, dentre outros. Tratando-se de disfagia (qualquer alteração no trajeto do alimento dos lábios até o estômago), a campanha surgiu recentemente, com a formalização do dia nacional de atenção ao distúrbio, no intuito de promover a informação aos profissionais da saúde, pacientes e cuidadores, sendo uma oportunidade para alertar a população sobre os riscos à saúde nos vários ciclos da vida. Envelhecimento das estruturas, alterações neurológicas e musculares, câncer de cabeça e pescoço podem ser fatores predisponentes a alterações de deglutição. Pode ainda surgir devido a próteses dentárias mal adaptadas, refluxo gastroesofágico grave ou posterior a longos períodos de entubação. Os principais sinais de alteração são, tosse e engasgo durante a refeição, sudorese, modificação na qualidade vocal, dispneia, sensação de alimento parado na garganta, dentre outros. A alimentação é um ponto a ser acompanhado de perto, pois significa mais do que uma necessidade, alimentar-se é também um ato de socialização, que une pessoas, da amamentação aos jantares de negócios ou reuniões em família, além da própria satisfação e prazer despertados ao comer. É necessário o entendimento de que a disfagia além de provocar problemas emocionais e isolamento social pode causar sérias complicações e ainda levar ao óbito. O diagnóstico é multiprofissional, e envolve a detecção dos sinais e correlação com o quadro clínico e a história prévia do paciente, sendo de responsabilidade do médico, fisioterapeuta, nutricionista, enfermeiro e fonoaudiólogo. Por ser um distúrbio pouco abordado no âmbito não fonoaudiológico, faz-se necessária a elaboração e execução de práticas que visem a promoção do conhecimento e com isso a detecção precoce, prevenindo-se assim os agravos como pneumonia aspirativa, desnutrição, desidratação e prejuízo na qualidade de vida. Objetivo: Descrever uma ação multiprofissional de educação em saúde em ambiente hospitalar. Descrição Metodológica: Trata-se de um relato de experiência sobre educação para a saúde direcionado a uma campanha realizada para conscientizar sobre o Dia de Atenção à Disfagia (20 de Março). Foram realizadas várias atividades em um hospital de referência em Porto Alegre/RS durante a semana. A equipe que atuou foi composta por profissionais de diversas áreas da saúde (Medicina. Enfermagem, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Nutrição), em parceria com o centro de prevenção, Unidade de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças, apoiados por uma indústria de produtos alimentícios. Realizou-se a divulgação por meio de material informativo sobre o evento, sendo este distribuído para sete hospitais de um complexo hospitalar. Estes também foram divulgados nas mídias sociais e no site da instituição. O ano de 2016 foi o primeiro ano em que a campanha ocorreu dentro da instituição, e se deu ao fato de um número significativo de pacientes demandarem de atendimento fonoaudiológico por algum comprometimento de deglutição. Resultados: Foi distribuído um total de 2000 panfletos informativos sobre a disfagia e seus sintomas aos pacientes que aguardavam consulta nos ambulatórios geral, de oncologia, pneumologia e neurologia, bem como dos setores de radioterapia e quimioterapia. Realizou-se uma oficina, disponibilizando 20 vagas para estudantes e profissionais da saúde em geral, em parceria com a equipe de nutrição da instituição para instruir quanto as consistências utilizadas comumente para os pacientes disfágicos, bem como o modo de elaboração. Aos inscritos e participantes da oficina, foi ofertado um material com as receitas preparadas no momento. Todas as vagas foram preenchidas, ocorrendo fila de espera, pois o local não continha lugares suficientes para abranger um grande público. Para encerramento da semana, realizou-se um ciclo de palestras denominado "Disfagia sob olhar multiprofissional", contemplando a abordagem dos mais diversos profissionais envolvidos com a temática. Contou-se com 80 participantes, incluindo entre estes profissionais e estudantes das áreas de fonoaudiologia, nutrição, fisioterapia e enfermagem; além de 16 palestrantes. Foi enviado certificado por e-mail a todos os participantes e um questionário de avaliação. O sucesso do evento, foi confirmado pelas respostas dos questionários de avaliação, indicando um aproveitamento dos conteúdos, visto que o tema é de extrema relevância. Desta forma, a partir de então, o evento tornou-se institucional e será realizado anualmente. Conclusão: Por meio desta campanha, foi possível contar com um número considerável de participantes, tanto na oficina quanto no ciclo de palestras, o que evidencia o interesse da equipe multiprofissional em aprofundar seus conhecimentos sobre disfagia. Pode-se também, informar os pacientes e os participantes quanto a disfagia, promovendo desta forma a educação em saúde, por meio de uma equipe integrada e ações articuladas. Por ser o primeiro ano da campanha, os questionários de avaliação proporcionaram aos organizadores o conhecimento da opinião dos participantes, bem como suas considerações para que o próximo evento seja aprimorado. Contribuições / Implicações para a Enfermagem: Estas ações contribuem para a integração da enfermagem com a equipe multiprofissional desenvolvendo um trabalho interdisciplinar, pois permite que todos se apropriem do conhecimento orientando pacientes a evidenciarem sinais e sintomas de disfagia que, quando informados facilitam o diagnóstico precoce. Este relato mostra um trabalho de educação em saúde exercido por uma equipe de profissionais que atuaram de forma conjunta e articulada. Descritores: Promoção da Saúde, Transtorno de Deglutição, Equipe de Assistência ao Paciente. Referências: 1- Ceccim RB; Feuerwerker LCM.O Quadrilátero da Formação para a Área da Saúde. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 14(1):41- 65, 2004. 2- EDUCAÇÃO EM SAÚDE, INTERDISCIPLINARIDADE E SAÚDE DO IDOSO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA EM MANAUS. Disponível em: http://www.politicaemsaude.com.br/anais/trabalhos/publicacoes/167.pdf. Acessado em: 29 de Junho de 2016.