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Anais :: 15º Senaden • ISSN: 2318-6518
Resumo: 15

Prêmio


15

PERCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ACERCA DA INTEGRAÇÃO DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM NA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA

Autores:
Petala Tuani Candido de Oliveira Salvador (UFRN) ; Cláudia Cristiane Filgueira Martins Rodrigues (UFRN) ; Manacés dos Santos Bezerril (UFRN) ; Larissa de Lima Ferreira (UFRN) ; Viviane Euzébia Pereira Santos (UFRN)

Resumo:
Introdução: no panorama nacional, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é destacada enquanto metodologia de trabalho que incorpora filosofia e objetivos assistenciais, empregada na organização do conhecimento e do cuidado ao usuário. Todavia, apesar dos amparos ético-legais estabelecidos pelo Conselho Federal de Enfermagem e dos inúmeros benefícios já estudados e destacados pela literatura, reconhece-se que a SAE ainda não foi solidificada na prática de enfermagem. Um entrave peculiar é a constituição da equipe de enfermagem por profissionais de diferentes níveis educacionais e, portanto, distintos processos formativos no que se concerne à SAE. Realça-se, nesse contexto, o técnico de enfermagem, cujo processo formativo e cuja participação na SAE ainda são referenciados como incipientes nesse processo. A fim de contribuir para a melhor compreensão desse fenômeno - a participação do técnico de enfermagem na SAE - definiu-se a seguinte questão de pesquisa: como os docentes e os profissionais da assistência compreendem a integração do técnico de enfermagem na SAE? Objetivo: descrever as percepções de docentes e de profissionais da assistência acerca da integração do técnico de enfermagem na Sistematização da Assistência de Enfermagem. Descrição metodológica: trata-se de estudo descritivo, de abordagem qualitativa. Participaram sete docentes e 13 técnicos de enfermagem vinculados a um hospital universitário do Nordeste do Brasil. A coleta de dados ocorreu a partir da técnica do grupo focal e o conteúdo textual decorrente dos grupos focais foi submetido à análise lexicográfica, com auxílio do software Interface de R pour Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionneires (IRAMUTEQ). Os preceitos éticos da pesquisa com seres humanos foram atendidos. Resultados: participaram do estudo sete docentes do Curso Técnico em Enfermagem, do sexo feminino (7; 100,0%), com formação mínima de mestrado (7; 100,0%), com experiência no ensino técnico superior a 10 anos (4; 57,2%), porém com um contexto em que o ensino da SAE aos técnicos de enfermagem não foi vivenciado (6; 85,8%). Contou-se, ainda, com a colaboração de 13 técnicos de enfermagem, com predomínio de mulheres (12; 92,3%), com um período de 4 meses a 2 anos de finalização da formação técnica. Destacou-se que 11 técnicos de enfermagem (84,6%) haviam concluído seu curso há dois anos. A análise do corpus proveniente dos grupos focais com os docentes e com os técnicos de enfermagem denotou 9.239 ocorrências de palavras, distribuídas em 1.543 formas. Por meio da Classificação Hierárquica Descendente, foram analisados 251 segmentos de texto, com retenção de 92,96% do corpus para construção das sete classes advindas das partições de conteúdo. As classes de 1 a 4 (potencialidades da integração do técnico de enfermagem na SAE; entraves e fragilidades; formação dos técnicos no âmbito da SAE; e ensino em serviço como elemento primordial) agrupam as percepções dos profissionais da docência, que revelam as potencialidades e fragilidades para consolidar a integração do técnico de enfermagem na SAE e destacam o processo formativo, tanto inicial quanto continuado, como elemento que pode contribuir para que esta integração aconteça. Quanto às opiniões dos técnicos de enfermagem, três classes foram analisadas: representações subjetivas acerca da SAE; potencialidades da SAE; e possibilidades de contribuição do técnico de enfermagem. Estas classes denotam uma visão mais subjetiva acerca da SAE e reiteram a importância de integrar o técnico de enfermagem neste método de trabalho, o que é apontado enquanto um desejo dos profissionais da assistência. Conclusão: docentes e profissionais da assistência descrevem as potencialidades da integração do técnico de enfermagem na SAE e a reconhecem como condição fundamental para efetivação deste método de trabalho. Contribuições/implicações para a enfermagem: espera-se contribuir com a efetiva integração do técnico de enfermagem na SAE e, portanto, com a consolidação deste método de trabalho enquanto um processo sólido e resultante de um trabalho em equipe. Referências: 1. Pires DEP. Transformações necessárias para o avanço da Enfermagem como ciência do cuidar. Rev Bras Enferm. 2013; 66(esp):39-44. 2. Salvador PTCO. Compreensão do típico ideal de técnicos de enfermagem acerca da sistematização da assistência de enfermagem [dissertação]. Natal (RN): Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2013. 3. Vieira AN, Silveira LC, Miranda KCL, Franco TB. A formação em enfermagem enquanto dispositivo indutor de mudanças na produção do cuidado em saúde. Rev Eletr Enf. 2011;13(4):758-63. 4. Goés FSN, Côrrea AK, Camargo RAA, Hara CYN. Necessidades de aprendizagem de alunos da Educação Profissional de Nível Técnico em Enfermagem. Rev Bras Enferm. 2015;68(1):20-5. Descritores: Enfermagem; Planejamento de Assistência ao Paciente; Técnicos de Enfermagem.